Capítulo 13

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O dia amanheceu ensolarado. Não havia uma única gota de chuva ou sequer uma nuvem carregada no céu. O dia não poderia estar mais belo. O sol brilhava, mas não incomodava. O vento ameno que rodeava o acampamento não poderia ser mais refrescante. O clima era perfeito. Ensolarado, porém fresco. Parecia até uma afronta.

A batalha estava acabada há muito tempo. Reyna executou sua parte do plano com perfeição, salvando as crianças raptadas e contendo os invasores até os reforços chegarem. Mas de tão focada que estava em segurar os inimigos dentro do túnel, ela não percebeu quando o General Agripa se ergueu por trás dela.

Um golpe covarde que só poderia vir de um homem de igual estirpe.

Segundos após o golpe, Frank atacou. Impulsionado pela fúria que a própria Reyna tinha compartilhado com ele através da habilidade que os filhos de Belona possuem, o pretor se metamorfoseou com perfeição, saindo da forma de águia que tinha assumido para chegar no campo de batalha para a sua forma natural. O golpe de sua espada foi preciso, cortando a garganta do general antes que ele tivesse tempo de piscar. Àquela altura os semideuses romanos já tinham conseguido atravessar o Pequeno Tibre e se encarregaram de atacar o interior do túnel enquanto ele assumia a forma de águia novamente e voava com Reyna para longe dali.

Mas já era tarde demais quando eles chegaram na enfermaria.

O golpe tinha perfurado de um lado ao outro e a pretora perdeu muito sangue. Sem contar na quantidade de órgãos atingidos no caminho. Não havia nada que pudesse ser feito.

Todos os invasores foram derrotados, incluindo os cães infernais, e nenhum campista sofreu ferimentos graves. A missão foi um sucesso. Houve apenas uma baixa.

Reyna Avila Ramírez-Arellano estava morta.

E apesar da vitória, o acampamento amanheceu de luto.

Os romanos já haviam perdido soldados em batalha antes. O próprio conflito recente com Gaia ceifou diversas vidas e quase todos no acampamento tinham perdido amigos ou parentes durante a guerra. Mas nenhuma manhã começou tão mórbida quanto aquela.

O café da manhã foi estranhamente silencioso. A maioria sequer tinha fome. Até mesmo os lares cessaram a costumeira correria. Poucos conversavam e aqueles que o faziam comentavam em voz baixa sobre a líder perdida. Alguns relembravam de sua bravura ao viajar até Roma. Outros enalteciam seu sacrifício recente. Poucos compartilhavam histórias particulares com a pretora, com sorrisos tristes no rosto.

Enfurnado no aposento dos pretores, Frank estava completamente entorpecido. Ele sempre teve um profundo respeito pela amiga pretora e talvez fosse àquele que mais a admirasse. Mesmo sendo pretor ao lado dela, ele não se enganava. Ela era a verdadeira líder do Acampamento Júpiter. Ela conquistou o respeito de toda a Legião, mesmo sendo pretora ao lado de um filho de Júpiter e de um filho de Poseidon, dois dos maiores semideuses de sua época, ela sempre era aquela que os romanos buscavam quando precisavam de direção.

Logo após o fim da batalha, Hazel foi procurar o namorado e o encontrou na cadeira do pretor. A mesma cadeira que ele ainda agora ocupava. Sendo uma filha de Plutão, Hazel já sabia que Reyna não havia resistido, mas não foi até encontrar Frank que a realidade finalmente a atingiu. Ela chorou nos braços dele, mas o garoto estava apático demais para consola-la. Ela percebeu e tentou fazer com que ele se abrisse um pouco, mas foi inútil e após algum tempo sentados em silêncio, ela resolveu deixa-lo sozinho indo até a enfermaria ver como Nico estava.

O filho de Marte era agora o único pretor do Acampamento Júpiter e, querendo ou não, ele deveria tomar as decisões sozinhos daqui pra frente. E as primeiras decisões seriam também as mais dolorosas. Era dele a responsabilidade de organizar o funeral de Reyna.

Percy Jackson e Annabeth Chase - A Vingança de TártaroOnde histórias criam vida. Descubra agora