Capítulo 22

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- Tem certeza que era ele? - Annabeth perguntou pela terceira vez.

- Absoluta! - Percy respondeu, começando a perder a paciência.

- Desculpa, Percy, eu sei como são os sonhos de semideus, mas não faz sentido nenhum Oceano estar esperando por nós. - Ela se explicou.

- Lá se vai o elemento surpresa. - O garoto reclamou.

- Alguém nos delatou. - Annabeth falou.

- Mas os únicos que sabem da nossa viagem somos nós dois e Poseidon. - Percy rebateu. - Não faria sentido ele ter nos orientado e ajudado só para nos jogar numa armadilha.

- Eu também não acho que tenha sido o seu pai. - Ela concordou. - Mais alguém ficou sabendo de alguma forma dos nossos planos.

- Mas quem? - Percy perguntou. - Nós não encontramos nenhum inimigo no caminho até agora.

- E isso não te parece suspeito? - A garota perguntou. - Eu não tinha pensado nisso até agora, mas lembra do que o seu pai te falou? Você chama a atenção Percy, ainda mais no oceano. Eu achei que podíamos estar tendo sorte pela primeira vez, mas nada é simples assim.

- Então você acha que Oceano está deliberadamente nos ajudando a chegar até ele?

- Eu não diria que ele está nos ajudando. - A garota disse. - Está mais para uma armadilha que ele já traçou e só está esperando que a gente caia direto nela.

- É só a gente não fazer o que ele quer. - Percy afirmou.

- Se fosse assim tão simples, não precisaríamos de estrategista nas guerras. - Annabeth murmurou em resposta enquanto sua mente trabalhava em uma solução.

Os garotos já tinham deixado o hotel para trás, atravessado o Panamá e estavam de volta ao oceano. Passaram todo o caminho discutindo o sonho de Percy e planejando como poderiam agir agora que Oceano já sabia da aproximação deles e não parecia amistoso.

Pelos cálculos de Percy, eles não levariam mais do que algumas horas para chegar até o palácio submerso do titã. Eles fizeram uma última pausa para descansar e comer, sabendo que agora deveria permanecer completamente alertas, pois a armadilha podia estar esperando por eles a qualquer momento.

- Eu não vejo outra saída, Percy. - Annabeth finalmente falou após alguns segundos pensando. -Você vai ter que usar o orbe que seu pai te deu.

- Essa pode ser a nossa única vantagem. - Percy diz. - Tem certeza que essa é uma boa ideia?

- Oceano é um titã, Percy, o titã dos mares e ele vai estar cercado pelo seu elemento de poder. Se você não for mais forte que ele e controlar a água, nós não temos a menor chance. - Annabeth respondeu. - Essa luta vai ser um cabo de força. Eu vou ter que segurar todo o exército dele sozinha enquanto você se concentra total e completamente em controlar os mares. É a nossa única chance. Se ele superar você, nós estamos perdidos.

- Eu não gosto dessa ideia. - Percy replicou.

- Eu também não. - Annabeth respondeu. - Mas a alternativa é ainda pior.

- E qual é a alternativa?

- Negociar o orbe. - Percy não respondeu e Annabeth sentiu o impulso de se explicar, mas decidiu ficar calada. De nada ajudaria se ela parecesse estar se desculpando por uma alternativa válida.

- Poseidon me confiou o poder dele, o poder dos mares... Você está sugerindo que eu barganhe isso com o seu maior inimigo? - O tom do garoto transparecia seu desgosto.

- Eu não estou sugerindo isso, apenas dizendo que é nossa única alternativa. - Ela respondeu.

Percy ficou calado novamente. Ele sabia que a namorada estava apenas sendo prática, analisando a situação de forma racional e colocando as cartas na mesa, mas não podia evitar a sensação ruim que subia pelo seu estômago.

Percy Jackson e Annabeth Chase - A Vingança de TártaroOnde histórias criam vida. Descubra agora