Capítulo 11

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- Hades! - Annabeth exclamou. - Sem ofensas, mas o que você está fazendo aqui?

- Por acaso vocês percebem onde estão? - O deus do submundo retorquiu com ironia. - Até onde eu me lembro, este templo é dedicado a mim. 

- Hã.. Claro... - Annabeth raciocinou. - Ainda assim não é... Comum... Que um deus apareça a semideuses. Mesmo em um templo.

- Ok. - Hades retorquiu. - Eu ouvi todos os seus lamurios e pedidos e por um segundo achei que poderia ser generoso, mas está obvio que vocês não entendem o que é isso e não precisam de ajuda. Eu vou deixar que vocês resolvam seus próprios problemas sozinhos.

O deus do submundo girou o corpo, se afastando dos dois, a capa preta fazendo um arco ao redor dele.

- Pelo amor dos deuses. - Percy exclamou. - Dá pra parar com esse teatrinho dramático?

- Como ousa, moleque insolente! - Hades parou sua caminhada e virou-se para encarar o filho de Poseidon, os olhos faiscando de fúria, mas Percy não recuou um milímetro sequer.

- Você está certo sobre uma coisa Hades. Nós não conhecemos a generosidade dos deuses. Até hoje não fomos apresentados a ela. - Percy respondeu. Annabeth deu uma cotevelada em suas costelas para fazê-lo parar de falar. - Não, Annabeth. Eu já estou cansado disso. Toda vez que os deuses nos procuram é porque os deuses querem algo de nós, então você pode cortar logo esse teatrinho barato que está fazendo e falar logo o que você quer.

Deus e semideus se encaravam. Músculos tensos. O sangue correndo rápido. Prontos para o combate. A mente de Annabeth já vasculhava possíveis rotas de fuga e técnicas de luta capazes de ganhar alguns segundos caso Hades atacasse. Ela sabia que a chance de terem suas almas arrancadas de seus corpos e enviadas direto para o submundo era gigante.

Mas Hades exalou o ar e com isso o momento passou.

- Muito bem. - Ele disse. - Eu vou perdoar sua insolência dessa vez.

Percy bufou e Annabeth deu outra cotovelada em seu estômago.

- Ignore-o. - A garota falou. - É apenas o estresse de toda essa situação. O que quer conosco?

- Como eu já havia dito antes... - Hades pontuou enfaticamente, encarando Percy e desafiando-o a contradizê-lo mais uma vez, mas dessa vez o semideus ficou calado, apesar de fazer um esforço extremo para não revirar os olhos. - Eu estou me sentindo especialmente generoso hoje e resolvi ajudar com o problema de vocês. Eu vou ajudar vocês a levarem esses romanos de volta para o Mundo Inferior.

- Agora eu entendi. - Percy se intrometeu mais uma vez. - Todos esses semideuses que vieram atrás de nós já estavam mortos e é sua função mantê-los assim. Aposto que Zeus não está nada feliz com um grupo tão grande de volta aos domínios dele. É por isso que você está aqui. Você precisa que nós os matemos de novo.

- Eu não preciso de nada vindo de você, moleque. Eu sou um deus. Um dos Três Grandes. - Hades exclamou, perdendo a paciência. - Eu poderia simplesmente entregar vocês dois de bandeja para aqueles romanos e eles retornariam ao Tártaro, de onde eu posso garantir que eles nunca mais vão sair.

- E por que não faz isso então se é tão mais fácil assim? - Percy perguntou, colocando a mão no bolso onde Contracorrente jazia em forma de caneta, apesar de saber que um deus nunca pode começar uma luta contra um semideus. Hades só poderia atacar se Percy atacasse primeiro.

- Eu não vou ajudar quem me causa problemas. - Ele enfatizou as últimas palavras para Percy. - Além do mais, eles atacaram Nico.

A última frase finalmente arrefeceu a raiva de Percy. Ele tirou a mão do bolso e assentiu com a cabeça. 

Percy Jackson e Annabeth Chase - A Vingança de TártaroOnde histórias criam vida. Descubra agora