Capítulo 15

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Ernest gelou. Suou frio. Não sabia o que dizer. Sua cabeça girava para todos os lados em busca de uma ajuda de seus amigos, mas ela não veio. Eles também estavam surpresos demais. Parte dele estava tremendamente extasiada com tudo aquilo; nunca imaginaria que seus sonhos fantásticos pudessem de fato existir, ainda mais ele sendo importante para o processo. Ele, um herói! Contudo, quanto mais pensava a respeito, mais estava certo de que enlouquecera. Todos eles enlouqueceram juntos. Seu desespero se transformou em uma gargalhada alucinada. — Eu, eu, eu... — as palavras não vinham. — Você está louco? — saiu como um tiro.

Deus riu.

— O que ele teria que fazer para ser seu apadrinhado? — Katy conseguiu perguntar, gesticulando com as mãos para lá e para cá.

— Precisa saber lutar? Pode ser qualquer idade? Quais os requisitos? — acrescentou Zamir.

Deus levantou do sofá e se dirigiu até uma das paredes da sala. Fitou por alguns minutos um quadro com linhas grotescas e cores marcantes. — Eu darei meu poder — murmurou. — Se forem dois participantes, cada um terá metade dele. Isso não quer dizer que serão mais fracos que os demais. Cada criatura, seja ela do planeta que for, tem uma aura oculta no seu íntimo. Com o poder que darei, essa aura aflorará. Não sei exatamente o que cada um desenvolverá. Varia para cada indivíduo. Porém, novamente,Senhor-de-tudo-e-de-todos colocou uma regra para que tais poderes tenham duração máxima de 6 segundos e espera de 58 para recomposição e uso novamente. Então, respondendo a sua pergunta, jovem garoto, sim! Será preciso usar os punhos em alguns momentos.

— Eu não tenho como participar — sentenciou Katy.

Deus continuou admirando e procurando entender o estranho quadro pregado na parede. — Quando se decide participar do torneio, tudo é deixado para trás no momento da passagem. Será uma grande mudança. Sua vontade de comer, sua respiração e, claro, sua... vida. Não é uma decisão fácil.

— Não entendi. — Zamir chacoalhou os ombros e balançou a cabeça.

— Não existe uma forma simples de dizer isso — emudeceu por um curto período de tempo. — Uma era corresponde a cem anos terrestres. Tudo aquilo que vocês conhecem e amam desaparecerá. Suas famílias, seus amigos, seus amores. Vocês deixarão absolutamente tudo para trás.

Ge olhou para Fuku. Não foi preciso dizer nenhuma palavra. — Eu participarei — disse o rapaz.

Ernest e Katherine se assustaram. Aquelas duas palavras eram tão pequenas, mas tinham um significado tão grande.

— Ótimo, meu filho. Qual o seu nome? — quis saber o ex-Protetor da Galáxia, voltando a sentar-se no sofá.

— Fuku.

— Sente-se — o homem apontou para a poltrona próxima.

— Estou com medo.

— O que você está fazendo é muito corajoso, meu filho. Não tenha medo. Você sentirá um leve formigamento nos braços e nas pernas, mas nada fora do normal. Quando o processo acabar, não se mova. Tudo bem? — Fuku confirmou com a cabeça. — Então vamos lá. Por gentileza, feche os olhos e relaxe a mente. Pense em um momento agradável e marcante da sua vida. Um momento em que se sentiu leve, feliz e realizado. Foque nesses sentimentos. Inspire fundo. Sinta o ar entrando em seu corpo e preenchendo cada célula do seu ser. Agora, solte-o. Perfeito. Inspire e expire. Faça parte do fluxo do universo. Controle sua vibração. Sinta suas moléculas de energia agirem e seu corpo vibrar na mesma frequência daquilo que deseja. Daquele momento agradável. Neste momento, seu coração deve estar palpitando freneticamente. Seu corpo, bem aquecido e agitado. Suas células, como se quisessem dançar no ritmo de seu batimento cardíaco.

PROTETOR DA GALÁXIAOnde histórias criam vida. Descubra agora