Capítulo 35

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Eu sou o próximo, pensou Zamir, estalando o pescoço e os punhos enquanto avistava um gigante dragão adentrar a arena. — Katy — gritou —, você é meu motivo de vitória! — piscou, deixando-a envergonhada.

— Ele faz isso para me provocar — comentou Fuku com Ernest.

O mexicano riu e se aproximou de Katy.

— Está quase terminando, minha amiga. Estamos... — pausou. — Eu diria que estamos nas quartas de finais. Logo acabará.

A garota sorriu sem mostrar os dentes. Seus pensamentos foram longe. Se o torneio estava terminando, um ano se passara naquele lugar. Um ano. Cem anos na Terra. Merda, pensou. — Parece que vai começar — disse, apontando para o locutor, que se aproximava do centro da arena. — Ainda bem que vocês estão aqui comigo.

— Agradeça ao sorteio. Fuku ficou sem participante para lutar, mas não existem regras que impeçam um participante e seu motivador de acompanharem daqui de dentro as outras lutas.

Katy olhou para Fuku. Ele deixara o cabelo crescer, mas não muito. Apenas um ralo cabelo preto, liso e levemente arrepiado. Aos olhos dela, porém, aquilo o deixara mais bonito.

Na arena, o dragão Rhangar não perdeu tempo e voou alto. A plateia foi ao delírio, gritando seu nome. Diferentemente de Tao e Fuku, que eram cativantes, Zamir era considerado insosso pelos espectadores. Vaiavam cada golpe dado por ele. Após uma sofrida troca de golpes, o terráqueo conseguiu vencer Ranghar com sua aura.

Ouviu-se, então, um grito do juiz:

— Vitória para o apadrinhado da Terra, Zamir! — Os torcedores se calaram. Espantados, não sabiam como reagir. Alguns arriscaram palmas, outros apenas se entreolharam. Rhangar estava atirado no chão, desacordado, afrontando quem ousasse duvidar de sua derrota.

Fuku correu até seu companheiro e deu dois tapinhas nas costas do homem. — Você venceu! Parabéns! — sorriu e levantou o polegar em um sinal de "positivo", porém não houve correspondência. Zamir cruzou os braços e saiu de cena, deixando o terráqueo sem jeito.

— Não liga para ele, não. Você sabe que ele é orgulhoso. Sempre foi assim — disse uma garota, aproximando-se. Fuku virou-se e viu Katherine.

— Eu sei, Katherine, mas vou continuar tentando. — Fuku levantou os braços até a cabeça e cruzou-os. Solícito, sorriu.

— Vocês dois — a garota fez uma cara de reprovação. — Já se esqueceram do que está em jogo? Vocês deveriam parar com essas briguinhas bobas e focar no objetivo principal. E, antes que me esqueça, eu já pedi para parar de me chamar de Katherine. Você está me irritando, e não queira descobrir como eu fico quando estou irritada.

— Mas eu estou focado. Muita coisa mudou desde aquele dia. Pare e pense. Olhe para nós. Quanto tempo já estamos aqui? Estou muito diferente de quando me viu pela primeira vez, não é, Ka-the-ri-ne? — um meio sorriso de canto de boca surgiu.

— Realmente, você está muito diferente! E coloque ênfase no "muito". Seu cabelo, seu rosto, seu... corpo — a garota envergonhou-se, corando.

— Vocês vão ficar para ver Kim e Dim lutarem? — Ernest surgiu para alívio da garota.

— Eu vou. Preciso avisá-los sobre Tao — disse Fuku.

Ernest se aproximou do amigo. — Fuku, eles sabem. Darão o melhor de si.

O locutor notou que estavam conversando e falou: — Motivadores? Vocês poderiam desaparecer da arena? Saiam, saiam! — gesticulou com uma das mãos. — E você, participante Nível Baixo, Categoria Sete, acha que vai vencer o torneio desse jeito? Não deveria estar treinando? Ou desistindo? — A plateia gargalhou. O locutor, então, abaixou o microfone e clamou a Fuku: — Vença! Você, ou qualquer um, precisa vencer o torneio. Não deixe Zaphatar tornar-se Protetor da Galáxia. Ele nunca gostou muito do meu planeta, tenho certeza que irá destruí-lo.

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