Capítulo 18

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O planeta Kapteyn-b era quase cinco vezes o tamanho da Terra, e possuía um clima ameno e confortável. Seu solo era predominantemente arenoso, de coloração acinzentada, o que deixava o ambiente monótono e triste. Já a hidrosfera leitosa era majoritariamente congelada. As excepcionais chuvas torrenciais rapidamente eram absorvidas e alojadas abaixo da superfície do planeta. Por fim, a vegetação, bem diversa e de proporções esdrúxulas, era semelhante a dos desertos da Terra.

Para proteção das fortes ventanias, mesmo que esporádicas, os habitantes de Kapteyn-b viviam em pequenos espaços subterrâneos. Suas moradias eram basicamente de pedra, madeira, palha e lama. Diferentemente do que se esperaria, a tecnologia do planeta era extremamente avançada. Para se ter uma ideia, os kapteyrianos haviam sido os primeiros da Via Láctea a desenvolverem os veículos planadores.

 Para se ter uma ideia, os kapteyrianos haviam sido os primeiros da Via Láctea a desenvolverem os veículos planadores

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A imensa porta se abriu, revelando toda a magnitude do local onde aconteceria o torneio. Fuku olhou para trás e notou que o lugar da onde saíram fazia parte de uma extraordinária e gigantesca nave interplanetária. Também fazia parte, acoplada do lado esquerdo, a arena onde as lutas aconteceriam. Por fim, de frente para a nave, contrastando com o restante da superfície do planeta, diversas obras monumentais e extravagantes, além de, claro, milhares de barracas multicoloridas.

Os preparativos do torneio começavam após o Protetor da Galáxia ter definido o local onde ele seria realizado. Com a chegada da nave, pilares tecnológicos eram liberados a fim de fazerem a triangulação e delimitação do espaço reservado para o torneio, no caso uma extensa área retangular; os pilares, então, eram fixados nos extremos de cada ponto do complexo e acionados para a criação de uma impenetrável redoma translúcida, a qual servia de proteção do torneio.

As barracas comercializavam uma infinidade de produtos relacionados ao torneio, e seus donos eram seres de diversas etnias e tamanhos. Em sua maioria, o povo de Kapteyn-b tinha a anatomia dos seres humanos. A diferença ficava por conta da altura, que costumava ser um metro acima da estatura média de um humano, e da face: olhos vermelhos sempre ressaltados, nariz com fendas, como o de uma serpente, e a boca, que ficava localizada no pescoço; uma espécie de ventosa vertical que servia como sucção de alimentos disposta por centenas de cartilagens ásperas pontiagudas alinhadas da boca até o intestino. Trajavam costumeiramente algo similar a uma entrecasca de árvore e eram herbívoros.

O comércio dentro do torneio, todavia, não se limitava ao povo de Kapteyn-b. Após cadastramento e pagamento de uma taxa, seres de outros planetas também podiam comercializar no torneio.

— Olha o tamanho dele! — Katy disse, espantada, apontando para um indivíduo ao longe. — Sabe o que parece?

— Homem de Marshmallow! — gritou Ernest, empolgado ao avistar um gigante parecido com o vilão do filme Os Caça-Fantasmas.

Entretanto o que mais os assustou foi o fato de estarem respirando normalmente. Não sabiam como isso era possível.

Os três andaram entre uma barraca e outra. Às vezes, estranhavam e admiravam aqueles que os atendiam, bem como os produtos ofertados. Era unânime a reação daqueles que olhavam para a marca na testa de Fuku. Todos apontavam e riam.

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