Capítulo 32

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T odos se entreolharam, surpresos com o desafio.

— Você me põe em cada enrascada.

— Vai me dizer que você não quer? — disse Ernest para a menina, deixando-a ainda mais envergonhada.

Com o silêncio que se instalou na roda de amigos, Zamir levantou e foi até a minicozinha pegar mais uma concha de bebida. — Não preciso ver isso — disse apenas.

Fuku olhava para baixo. A coloração de sua careca entregava a timidez.

Katy se aproximou ainda mais do garoto. Os extraterrestres estavam surpresos com a atitude dela. O grupo acompanhava e vibrava. A garota umedeceu os lábios. Então, inesperadamente, ela parou.

— Sinto muito, mas não consigo — disse ela, para espanto geral.

Abalado, Fuku recuou.

— Como assim? — admirou-se Ernest.

Katherine pegou a mão do careca, e, olhando bem fundo nos olhos dele, disse: — Fuku, você me compreende, não é? Se for para acontecer, não quero que seja forçado. Quero que seja especial.

Ele olhou para ela e concordou. Também não queria que fosse daquela forma. Então ela se aproximou dele e beijou sua testa. Um beijo quente e levemente umedecido, com desejo e carinho. — Não podia deixar de tirar uma casquinha e cumprir o desafio — sorriu ao falar no pé do ouvido dele.

— Uau! Até me arrepiei aqui — gargalhou Ernest, sendo empurrado por Katy. — Vamos continuar? — finalizou, girando a garrafa.

A boca da garrafa girou e girou até parar no espaço vazio entre Arkor e os gêmeos, onde Zamir estava sentado. EnlaiT fitou o fundo da garrafa. Seria a vez dele perguntar.

— Verdade ou Desafio? — gritou EnlaiT para Zamir.

— Verdade. — O rapaz voltou a se sentar, tomando o líquido rosa. — Você é bizarro demais e tenho medo do que pedirá se eu escolher Desafio.

O marciano pensou por alguns instantes. Era a primeira vez que alguém escolhia Verdade. Então lembrou de uma certa conversa que ouvira entre Katy e Ernest. — É verdade que na Terra — pausou —, enquanto você e Katy estavam juntos, ela te fez uma surpresa em seu aniversário e você chegou bêbado? Então vocês brigaram e você deu um...

— EnlaiT! — gritou Katy, deixando o marciano envergonhado.

Enquanto Ernest procurava explicar, todo desajeitado, que não era necessário entrar naquele nível de verdade, Zamir olhou para o grupo sem graça. Não sabia o que dizer. Resolveu se levantar e sair. Já tinha visto e ouvido muita coisa que não gostara. Katy levantou e o seguiu. Não podia deixar a situação daquele jeito.

O restante do grupo se divertiu por mais algumas horas, depois tudo cessou. Fuku, Ernest e EnlaiT ajeitaram rapidamente a moradia do anfitrião. Estavam cansados demais para qualquer tarefa. Por fim, adormeceram.

 Por fim, adormeceram

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