Capítulo 45

3K 262 73
                                    

Sentado na varanda principal fiquei observando Christiano tocar seu violão e cantar Everything do Michael Bublé e logo em seguida emendar com I'm Yours do Jason Mraz. Nem preciso dizer que vê-lo cantar era o meu hobby e eu só me apaixonava mais.
No mesmo dia nós cozinhamos em parceria naquela cozinha maravilhosa e almoçamos do lado de fora da casa. Depois ficamos na sala de jogos e Christiano tentou me ensinar a jogar sinuca, mas eu nunca consegui aprender o jeito de pegar no taco. Também jogamos futebol, ou melhor, tentamos. Eu não consegui passar mais de dez minutos naquela brincadeira.

...

Mais um dia de férias em Florianópolis e tudo corria muito bem. Os dias eram perfeitos e cheios de coisas para aproveitar e as noites mais ainda, mas em uma das noites eu tive um sonho esquisito, na verdade um pesadelo. Acordei assustado e com falta de ar sem lembrar muito bem o que havia me atormentado.

– O que foi, Marcos? – disse Christiano ofegante e afastando o edredom.
– Tive um pesadelo. – eu disse com a mão no peito.
– Cara, que susto. O que você sonhou?
– Não sei. Eu não consigo lembrar mais. Eu acabei de sonhar, mas não consigo lembrar. Só lembro que eu chorava muito e eu estava machucado, muito machucado.
– Foi só um sonho ruim, amor. Fica calmo. – ele fez carinho em meu ombro. – Quer beber um pouco de água?
– Quero! – assenti. Christiano se arrastou para a ponta da cama...
– Não me deixa aqui sozinho.
– Tem um frigobar no quarto da frente, não vou demorar.
– Eu vou com você.

Levantei da cama e fui junto com ele para o outro quarto. Ele encheu um copo com água e me deu, o bebi como se não bebesse água há dias.

– Está mais calmo? – disse ele abaixando a cabeça para tentar me olhar nos olhos.
– Estou. Vamos deitar.

Deitei de bruços na cama e Christiano se sentou ao meu lado com as pernas cruzadas. Ele ficou ali do meu lado fazendo carinho em minha cabeça até eu pegar no sono.
No dia seguinte acordei bem como se não tivesse acontecido nada durante a noite e não demorou muito para eu esquecer que havia acordado no meio da madrugada.

...

– 1, 2, 3 e...

Ouvi Christiano gritar e quando me virei para ver o que era, lá vinha ele correndo em minha direção só de sunga. Ele me abraçou e pulou na piscina.

– Seu maluco! – eu disse dando um tapa em seu ombro. – Eu estava me preparando pra entrar na piscina. Estava fazendo uma cerimônia.
– Ah! Estava demorando demais pra entrar, resolvi ajudar.
– Você é uma besta. – coloquei meus braços em seus ombros.
– Besta que você ama.
– Com certeza. – sorri e o beijei.
– Hoje nós vamos sair. Quero te levar em um lugar.
– Vamos para onde?
– Um restaurante.
– Hmmmm. Gostei dessa ideia.
– Então prepare aquela roupa que nós compramos outro dia. Ela vai ficar ótima para ir ao restaurante.
– Chris...
– Eu sei o que você vai falar. – disse ele levantando as sobrancelhas e tapando a minha boca. – Não se preocupe, não vou gastar muito nesse restaurante.
– Ah bom.
– Deixa de se preocupar com o meu dinheiro, rapaz.
– Você gasta demais e não me deixa ajudar nem pra comprar um sorvete, cara.
– Se eu posso pagar tudo, porque você tem que se preocupar em gastar também? Não precisa disso.
– É injusto você gastar todo esse dinheiro e eu só aproveitando.
– Todo esse dinheiro? Não é muito dinheiro, Marcos. Nós fizemos toda a viagem de graça, a hospedagem é de graça, o aluguel de carro é de graça. A gente só gasta quando vai pra rua.
– Então está bem. Prometo não falar mais nada sobre dinheiro.

...

Me separei de Christiano para me arrumar para o restaurante. Ele ficou se aprontando em um quarto e eu em outro. Usei tudo o que havia comprado com ele em Florianópolis. Vesti uma camisa social branca e por cima um cardigan listrado. Uma calça jeans de lavagem discreta e sapatos pretos. Passei meu perfume predileto em minha pele e estava pronto.

O AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora