Capítulo 7

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Acordo no finalzinho da tarde. Da janela do meu quarto posso ver o sol descendo atrás das árvores que cercam a casa. O céu tem uma cor alaranjada com algumas nuvens negras. Espreguiço-me, me sentindo renovada. Há tempos eu não dormia assim durante o dia. Nossa casa na capital era a poucos metros do centro e na maior parte do dia fazia muito barulho das buzinas dos carros que trafegavam a avenida principal.

Jogo meus pés para fora da cama desejando tomar um banho para que eu desperte por completa. Sigo para o banheiro onde já tem toalha e um roupão.
Tiro minha roupa, ligo o chuveiro e me jogo para debaixo dele. Conforme a água fria vai se espalhando
por meu corpo, vou me sentindo mais desperta. E novamente a palavra "Rastreadora" vem na minha mente. Quando eu sair do banho vou pesquisar no google pra ver se acho alguma coisa sobre isso. Detesto quando as pessoas me dizem coisas
que me fazem parecer uma completa idiota por não saber o que significa.

Enxugando meus cabelos na toalha e vestida com o roupão saio para fora do banheiro. Encaro meu laptop em cima da mesinha e vou até ele. Ponho ele nas minhas pernas e me sento na ponta da cama. Começo a digitar "Rastreadora" no google, mas para minha decepção só aparece serviços de rastreamentos de caminhões de carga. Não tem nada sobre essa palavra, é como se ela não existisse.

Ouço uma batida firme na porta e logo reconheço que
não é a minha mãe porque ela sempre dá uma batida suave pra eu não me assustar. Desligo o computador, abaixo a tela e o coloco no lugar em que estava antes.

-Ah não. -resmungo quando abro a porta e vejo que é Ruby.

-E aí, barbie girl

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-E aí, barbie girl. -ela me cumprimenta irrompendo para dentro sem ser convidada.

Encaro-a séria e ela dá aquele sorriso habitual dela. O sorriso de quem diz "Não tô nem aí pra esse seu olhar crítico"

-O que você quer? -pergunto ríspida.

Ruby se joga na minha cama apoiando a cabeça nas mãos.

-Ficou feliz de me ver, não foi?. -brinca.

Reviro os olhos me encostando ao lado da penteadeira.

-Eu e você vamos a uma festa hoje à noite.

Cruzo os braços.

-Tô fora.

-Mas por quê?

Ela se levanta e começa a caminhar por meu quarto mexendo em tudo. Tira a tampa do meu perfume Chance Chanel e xiringa um pouco no pulso e depois o leva até o nariz.

-Você ainda pergunta?-meu tom é de acusação. Tiro o vidro da sua mão e o guardo na gaveta.

Ainda me lembro muito bem do que aconteceu na barragem das pedras. De como ela me ignorou por que eu não quis brigar com ruiva.

-Tá falando sobre o que aconteceu na barragem das pedras? -ela vai para o meu mural e fica olhando as fotos com a testa franzida. -supera vai... Garanto que aquilo não irá se repetir.

Lua Negra (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora