Lua Negra (Editando)

Capítulo 58

Está tudo escuro dentro de casa.

"Mamãe deve tá dormindo." –penso comigo mesma.

Coloco as chaves no aparador na entrada e tiro meus sapatos para não fazer barulho no piso.

Segurando os calçados na mão, passo pela sala de estar indo em direção a escada, mas paro quando o abajur é aceso.

—Que susto! –exclamo, enxugando as lágrimas do meu rosto.

Minha mãe está sentada no sofá de pernas cruzadas só de hobby azul cetim.

Ela me encara com expressão séria.

—Onde você estava?

Escondo a rosa atrás de mim.

—Com uma amiga. A Zoe. Eu avisei que iria sair com ela.

Mamãe balança a cabeça, os cabelos loiros soltos balançam de um lado para o outro.

—É mentira! –vocifera e então se levanta. —Você esqueceu seu celular em casa e a Zoe ligou querendo saber de você!

Arregalo os olhos. Saí tão atordoada que não lembrei de levar meu celular e nem o meu pedante.

—Mãe, eu posso explicar.

—Eu não quero explicação, eu quero a verdade!

Ela me puxa forte pelo cotovelo e tenho vontade de me encolher.

—Só existe um motivo pra você está mentindo para mim e quero saber qual é o nome dele.

Desvio o olhar para longe. Como ela sabe?

—Não existe ele, mãe, eu juro.

Ela acende a luz da sala e seus olhos azuis estão em chamas.

—Diga a verdade, Kimberly Marie Whitmore! Se não existe ele, então porque andou chorando? E essa rosa?

Abraço a rosa junto a mim.

—Se não me disser quem é ele, amanhã mesmo você embarca para o internato na suíça.

Falta menos de três meses pra formatura, mas sei que ela tem coragem de me mandar para longe daqui.

—É Dominic Blackwell. –respondo de uma vez.

Mamãe cai para trás sentada no sofá com o rosto branco feito papel.
Sem uma gota de sangue nos lábios.
Ela parece paralisada com a boca entre aberta e os olhos arregalados.

Me aproximo.

—Mãe, eu o amo.

E então como se tivesse acordado de uma espécie de transe, ela me dá um tapa no rosto tão forte que cambaleio para trás.

—Você está louca? –berra.

Encaro-a com a mão em cima de onde ela bateu.