Capítulo 35

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Quinze minutos se passam e nada da minha mãe voltar com o Dante. A confusão continua. O prefeito está possesso, querendo saber aonde foi parar a foto da filha, Verônica tenta acalmá-lo dizendo que deve ter havido um engano e que logo vão trazer o retrato de volta, o xerife e os professores andam de um lado para outro confusos, sem entender nada.

-Pra mim já deu. Vou atrás da minha mãe. -fico em pé e passo a mão no meu vestido preto frente única pra tirar o amassado.

Me afasto rapidamente antes que Ruby diga qualquer coisa. Abro caminho entre as pessoas pedindo licença e tomando cuidado para não pisar nos pés delas com meus sapatos. É muito difícil andar normalmente em um lugar abarrotado de gente.

Esbarro no Dominic. Ele imediatamente coloca as mãos em meus ombros, mas retira assim que se dá conta do que está fazendo.

-Você tá bem? -pergunta com voz rouca.

Inclino a cabeça para trás
para ver seu rosto. Um misto de preocupação e desejo moldam sua expressão.

Fico um momento em silêncio, sem saber o que dizer, e então olho ao redor. Todos estão distraídos com o ataque de estéria do prefeito. E como ninguém está prestando atenção em nós, pego uma de suas mãos e a levo até meu peito sem tirar meus olhos dos seus, deixo que as fortes batidas do meu coração responda por mim.

-Isso responde sua pergunta? -murmuro.

Dominic fecha os olhos e quando os abre eles estão mais escuros, mais profundos. Começam a passear por meu rosto, como se ele estivesse tentando deixar gravado na memória cada traço meu, e param na minha boca. Tento imaginar no que está pensando, no que está sentindo, mas ele tira a mão e vira a cabeça para o outro lado sem dizer nada.

Meus olhos enchem de água.

-É uma pena.. -sussurro com a voz embargada, sem nem ter a certeza do que estou dizendo.

Noah me cumprimenta, mas passo por ele de cabeça baixa e travesso o corredor quase correndo sentindo as lágrimas queimarem em meus olhos.

Do lado de fora, respiro fundo, sentindo o ar frio da noite. Lá no céu, uma lua brilha, flutuando solitária.

Procuro minha mãe por todo o estacionamento, mas nada dela.

Fico embaixo do poste examinando a fileira de carros estacionados lado a lado. E o da minha mãe não está aqui. Pego meu celular dentro da bolsinha de mão para ligar pra ela, mas ele toca antes que eu vá para a lista de contatos.

Bufo olhando o nome "Desconhecido" na tela.

-Era pra ela, não era?... A tal surpresa. -indago, assim que atendo.

-Com certeza.

inquieta troco o peso de uma perna para a outra.

-O que foi que ela te fez, pra você tá fazendo isso?

Ele dá uma risada robótica.

-Isso você terá que perguntar a ela. Vá, exija saber o que a sua querida mamãe fez no ano de 1997.

Dou outra bufada imaginando o que aconteceu nesse ano e então me dou conta de uma coisa. " 1997 foi há vinte anos, e há vinte anos aconteceu os assassinatos que vitimou o meu avô, o irmão da minha mãe, a mãe da Ruby e outras duas pessoas que não sei quem são, conforme a Samantha me contou." -começo a ligar os pontos e chego a conclusão de que está tudo conectado, só não entendo o que minha mãe tem haver com isso. Talvez esse cara da foto tenha sido uma das vítimas e agora alguém da família tá querendo vingar a sua morte... Mas porque só depois de vinte anos?

Lua Negra (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora