Capítulo 28

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Não consegui me concentrar nas aulas, por que aquilo que Dominic fez ficou na minha mente amanhã inteira. Fiquei confusa, com raiva, mas principalmente fiquei magoada. Tivemos momentos maravilhosos ontem à noite e hoje ele finge que nem me conhece? Qual será a dele?

Quando saio do prédio escolar, minha mãe está me esperando no estacionamento. Fecho a cara quando lembro do que ela está me obrigando a fazer.

Antes de irmos para o hospital passamos em uma floricultura e minha mãe compra um pequeno buquê de margaridas, as preferidas da Tamara.

Lhe lanço um olhar afiado quando ela me entrega as flores dizendo que eu sei muito bem o que tenho que fazer.

Lhe lanço um olhar afiado quando ela me entrega as flores dizendo que eu sei muito bem o que tenho que fazer

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O leito em que a ruiva está  internada é no segundo andar. Atravesso o corredor a passos largos e paro em frente a uma porta branca. Respirando fundo dou uma leve batida na porta. Espero alguns segundos e vendo que ninguém vem abrir, entro.

Tamara está deitada com o nariz e o queixo enfaixados, assistindo a um desfile de moda na pequena TV presa a parede.

Quando me vê, ela arregala os olhos, mas o que vejo naquele olhar não é raiva ou ódio, é medo, muito medo.

—Olha, não vim te fazer mal.–digo me aproximando dela, quando ela tenta tocar a campainha ao lado da cama.

Ponho o buquê em uma pequena bancada perto da janela e depois volto para a ponta da cama onde ficamos nos encarando. Examino-a de cima a baixo e sinto minha revolta por estar alí se esvair e dar lugar a compaixão.

—Vim me desculpar, só isso.

Tamara me lança um olhar questionador, mas tira a mão da campainha. Respiro aliviada e então peço desculpas.

—Não sou uma pessoa má, mas como todo ser humano normal, tenho um lado bom e um lado ruim, e você praticamente implorou para conhecer o meu lado ruim.

Ela revira os olhos e então aponta para uma prancheta com uma caneta em cima.

—Você quer que eu pegue pra você? –pergunto.

Ela mexe com o dedo que Sim, pois não pode falar por causa do maxilar quebrado. Faço o que me pede e lhe entrego a prancheta e a caneta também.
Fico em silêncio enquanto espero ela escrever algo em um papel em branco.

Quando termina ela estende o papel na minha direção para eu ler o que escreveu.

Ainda não gosto de você. Te acho sonsa, dissimulada e não gosto do seu cabelo, porém quero te dar um aviso. Cuidado com o Dominic, ele não é quem você pensa que é.
Agora vaza daqui, já me cansei de olhar pra essa sua cara de doente.

Levanto o olhar.

—O que tá querendo dizer com isso? –questiono balançado o papel na sua frente.

Lua Negra (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora