Resmungando, o barman some atrás de uma porta.
Fico paralisada sem saber o que fazer. Não sei se vou embora, não sei se vou até lá confrontá-lo. Isso me pegou tão de surpresa que chego a ficar em choque.
Duas cortinas azuis são abertas e Dominic aparece atrás delas. Ele entra no palco só de calça jeans pendendo abaixo da cintura com a metade do zíper aberto, camiseta branca, tênis de corrida, todo sujo de graxa falsa, segurando uma chave de rodas na mão.
A música tema do filme Magic Mike começa tocar e ele para em frente a mulher, abre as pernas dela com os joelhos, deixando-as bem afastadas uma da outra e começa a dançar sensualmente entre elas.
As mulheres sentadas nas mesas gritam feito cadelas no cio, jogando dinheiro em cima do palco como loucas.
-Vai querer outro drinque? Só espero não levar um banho de novo.
Viro a cabeça de lado e encaro o barman como se o estivesse vendo pela primeira vez ali.
-Hã? -murmuro com a garganta seca.
-Tô perguntando se você vai quere outra bebida. -ele diz alto por cima da música alta e dos gritos das mulheres.
Olho pro Dom que agora tira a camiseta e joga pra platéia. A mulher corre as unhas pintadas de vermelho púrpura por seus músculos abdominais e noto que ele se retrai quase que imperceptível.
-Sim, o mesmo. -respondo.
Enquanto o barman vai preparar a bebida, observo meu namorado dançando. A expressão dele é impassível. Ele não rir, não faz cara feia, é como se só seu corpo estivesse alí e a cabeça em outro lugar.
A mulher sentada na cadeira baixa as mãos nas laterais do corpo e não o toca mais enquanto ele dança roçando nela.
Respiro fundo e me arrependo no mesmo instante, pois os odores que dominam esse lugar são forte demais. Cigarros, álcool, desejo carnal, sensualidade, perfumes de todos os tipos.
Tô no sexto drinque quando Dominic termina de dançar. A música para e a mulher que falou no microfone anteriormente retorna.
-Infelizmente meninas o que é bom dura pouco e a apresentação do nosso mecânico gostoso chegou ao fim...
-NÃO CHEGOU NÃO! -grito do bar. Todos os olhos se voltam para mim.
Vou andando em direção ao palco, trotando por causa dos drinques que bebi.
-Kim...?! -Dominic arregala os olhos negros e começa a vestir a calça jeans e a camiseta.
A mulher com o microfone me observa com uma sobrancelha levantada, estudando-me dos pés a cabeça.
Tiro uma nota de cem dólares de dentro do meu bolso.
-Este é o seu preço? - pergunto com a fala arrastada de bêbada e em seguida jogo a cédula nos pés dele e me viro pra ir embora.
Atravesso as portas duplas da boate tonta e com uma vontade enorme de chorar.
Do outro lado do asfalto Tob está encostado no táxi conversando com o taxista. Assim que me vê, vem ao meu encontro, mas para no meio do caminho.
Dominic agarra meu cotovelo, me girando para ficar de frente pra ele.
Dou lhe uma tapa no rosto.
-Nunca mais toque em mim! Seu prostituto! -berro, esfregando minha mão ardendo pra caramba.
-Kim, me ouve, por favor. -ele implora largando meu cotovelo. Seus olhos estão marejados, desesperados. -Não é o que você está pensando.
Cerro minhas mão em punhos com vontade de socá-lo até não conseguir mais levantar os braços.
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Lua Negra (Editando)
WerewolfKimberly foi criada longe de seus parentes maternos, mas quando sua avó morre e sua mãe é obrigada a retornar a sua cidade natal para a leitura do testamento , ela vê nisso a chance de conhecê-los e descobrir mais sobre eles, porém quanto mais tenta...