Capítulo 36

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O hálito quente de Dominic verbera por cada parte do meu corpo me fazendo esquecer de todo o resto.

Lentamente ele tira a mão que tapa a minha boca e afrouxa o braço que está ao redor da minha cintura, me prendendo contra seu corpo.

-Promete que não vai gritar? -ele sussurra novamente.

Balanço a cabeça que sim, quase que automaticamente.

-Boa menina. -diz afastando meu cabelo para o lado. Seus lábios tocam de leve a minha nuca e depois meus ombros, me fazendo ofegar.

Meu quarto está as escuras, iluminado apenas pelos os feixes de luz da lua que entram por minha janela aberta. Uma brisa suave balança as cortinas preenchendo o ar ao nosso redor.

É como estar em uma cena de um filme romântico. Só eu, ele e a lua por testemunha.

Fico parada quando seus dedos ágeis puxam o zíper do meu vestido fazendo-o cair ao redor dos meus pés.

Estou usando um conjunto de preto de renda que dá um contraste com a minha pele branca.

Ele me vira para ficarmos frente a frente.

-Linda. -murmura me fitando intensamente.

Abaixo a cabeça para esconder o rubor que com certeza toma conta das minhas bochechas nesse momento.

Seus dedos erguem meu queixo lentamente fazendo nossos olhares se encontrarem.

Observo-o por um tempo, hipnotizada com a sua beleza. Ele é tão alto e uma expressão selvagem cobre suas feições, mas algo nos seus profundos olhos negros me dizem que isso é só fachada, que ai dentro dessa casca de marrento e dessa cara de mal, existe um cara bom, um cara legal. Que se faz as coisas que faz é por algum motivo que não quer me contar.

Ele segura meu rosto, as mãos em cada bochecha e então me beija daquela maneira que me deixa tonta, sem fôlego e com as pernas bambas. Nas pontas dos pés tento passar meu braço ao redor do seu pescoço e com uma das mãos acariciar seu cabelo revolto. Inalo profundamente o cheiro dele e desta vez só sinto o seu perfume, nada de álcool ou de cigarro.

Nunca fiquei só de calcinha e sutiã na frente de alguém que não fosse a minha mãe, era pra eu estar morrendo de vergonha agora, mas nesse momento me sinto bem, me sinto a vontade, pois estou nos braços dele, da pessoa que se tornou uma das mais importantes na minha vida.

-Foge comigo. -ele pede com a testa colada na minha de olhos fechados. -vamos para longe dessa cidade, para longe de tudo que nos impede de ficarmos juntos.

Pega de surpresa, fico sem saber o que responder, processando o que acaba de me propor. Ficamos em silêncio por alguns segundos, ouvindo apenas a nossa respiração.

Se fosse em outros tempos, talvez eu daria uma de louca, de filha rebelde e fugiria com ele pra qualquer lugar do mundo, mas não posso, não com tudo que está acontecendo.
Não posso deixar minha mãe sozinha, não nesse momento.

-Não posso. -respondo com muito esforço, sentindo o peso das minhas palavras ao saírem da minha boca.

Dominic se afasta para trás abruptamente, como se eu o estivesse empurrado de uma vez para longe de mim. Ele para perto da janela e me fuzila com o olhar.

-Não pode ou não quer?

Seu tom rude faz com que eu acorde de um sonho maravilhoso.... É porque era isso mesmo que eu estava vivendo minutos antes de ele voltar a ser o escroto que sempre é.

-Não posso abandonar minha mãe.

Sei que ele não sabe do lobo-cão e nem posso dizer isso a ele, mas eu queria tanto que me compreendesse... E voltasse a me beijar como tava fazendo antes.

-Isso é uma tremenda de uma desculpa. Sua mãe já é bem grandinha, e sabe se muito bem se cuidar sozinha.

-Não diga isso! Você não sabe o que ela está passando....o que nós estamos passando. -um caroço se forma na minha garganta. Faço tudo para engolir por que não quero chorar na frente dele.

Ele passa a mão pelo cabelo. Está muito irritado comigo. Acho que uma garota nunca disse um "não" pra ele.

-Sabe o que eu sei? O que eu sei é que você é uma garotinha mimada, que não quer largar a barra da saia da mamãe por que é medrosa, fraca... -ele faz uma pausa cruza os braços sobre o tórax e cai na risada. Uma risada claramente sem humor.

Franzo a testa, ouvindo tudo com os olhos cheios de lágrimas.

-Meu Deus, como eu fui um idiota de me arriscar vindo até aqui para expor meus sentimentos pra você. Engoli o meu orgulho deixando de lado o fato de você ter me acusado de ter matado a Tamara, coisa que não fiz, e....

-Chega! -explodo em raiva.
Visto o blazer do Trent para me cobrir, de repente me sentindo diminuída e muito exposta na frente dele.-Não quero ouvir mais nada! Vai embora daqui. - aponto em direção a porta.

Dominic estreita os olhos, claramente surpreso.

-E nunca mais fale comigo. -completo.

Ele tenta se aproximar, mas me afasto. Sua cara de bravo se desfaz e seus olhos brilham parecendo estar marejados.

-Desculpa, Kim... Eu perdi o controle...

-Vai embora, por favor. -mando enxugando meu rosto que está banhado em lágrimas com as mangas do blazer.

Ele estica o braço fazendo menção de tocar o meu cabelo, mas baixo a cabeça.

Observo o seu par de botas coturnos e então me lembro das botas do assassino da Tamara. Comparo os tamanhos e chego a conclusão de que não foi o Dom que a matou por que o pé dele é enorme, talvez 42- 43, e o do assassino 35-36.

-Está bem... se é o que deseja.

Ele pula pela janela como se isso a coisa mais natural do mundo. Corro até ela e observo-o enquanto ele some na escuridão da noite.

Me jogo na cama com a cabeça a mil e com três certezas: A minha mãe conhece o cara da foto. O Dominic não matou a Tamara e a Ruby é o lobo-cão.

 O Dominic não matou a Tamara e a Ruby é o lobo-cão

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Lua Negra (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora