Capítulo 23

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Ponho um vestidinho simples de alças e uma jaqueta jeans por cima. É a minha primeira festa da fogueira e estou muito empolgada. Estou feliz, sobrevivi ao primeiro dia de aula em uma escola nova e pra falar a verdade não foi tão ruim assim, tirando a parte da Tamara, o resto foi bom. Vou para frente do espelho e fico me observando. Com certeza esse é o tipo de roupa que eu não usaria nunca, mas me deu vontade de vesti-la.
Meu cabelo está feito uma trança embutida para combinar com o look. E para dar o toque final, pego meu pendante em cima da penteadeira e o coloco no meu pescoço.

Desço e da sala ouço vozes vindo da cozinha.

"Não sabia que minha mãe tava com visitas em casa." –murnuro olhando em direção ao corredor.

Vou até lá saber o que está acontecendo.

Um enorme mapa está aberto sobre a mesa e ao redor dela estão, minha mãe, Dante, o seu filho Conrado, um senhor de meia idade, a tia Jeanine e alguns homens vestindo preto e segurando armas.

-Mãe?

Ela parece um anjo em meio a lobos.

-Filha... -seus olhos brilham ao me ver. -Você tá linda.

Fico corada quando todos olham para nós.

-O que está acontecendo? -pergunto dando uma olhada no mapa.

-Estamos organizando a caçada dessa noite. -mamãe responde me observando.

-Lago Lene, Forest Parque, Cavernas Leste. -murmuro enquanto passo os dedos por lugares marcados com caneta.

Balanço a cabeça pensativa.

-O que foi? -tia Jeanine pergunta.

Olho pra todos acanhada.

-Pode dizer, filha. -mamãe desliza a mão por minha trança. -O que está pensando?

-Essa tática de caçada de está toda errada.

Ouço Conrado bufar e resmungar alguma coisa inaudível, mas é interrompido com um gesto de mão do homem de meia idade.

-Continue criança. -ele pede.

Me inclino por cima da mesa para observar o mapa melhor.

-Essa área marcada é toda dentro da floresta, não é?

O homem assente.

-É, mas infelizmente até agora estamos fracassando em tudo. -Dante murmura parecendo chateado.

-Estão fracassando porque esqueceram que essa criatura também é humana. Ela pode implantar pistas falsas por toda a floresta como um lobo-cão e voltar pra cidade como humano, enquanto vocês ficam perdendo tempo indo atrás destas pistas falsas.

Murmúrios começam por toda a cozinha.

Mamãe me abraça com um sorriso de orelha a orelha.

-Estou muito orgulhosa. -ela sussurra no meu ouvido.

-E o que você sugere? -o homem de meia idade questiona. Ele continua sentando com o semblante impassível. Seus olhos estão em mim.

Sentindo uma alto confiança, penso por alguns segundos e então falo a primeira coisa que me vêm a cabeça.

-O que sugiro é que criem dois grupos de caça e que um fique na floresta e o outro vá para a cidade e façam o que fazem de melhor... que é caçar.

Fechando o mapa, o homem assente e chama um dos caras de preto. Ele cochicha no ouvido dele. O cara balança a cabeça concordando e em seguida sai levando alguns homens com ele.

Lua Negra (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora