Capítulo 57

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Estou toda quebrada! Não tem um lugar no meu corpo que não esteja doendo. Meus braços e pernas principalmente. Depois de me apresentar a quase todos, por que eram muitos, que estavam treinando na academia da lua negra, que por fora parecia mais com um presídio com seus muros altos de concreto e arames enfarpados sobre ele, Conrado me entregou a bolsa preta que tinha trazido dentro do carro. Dentro dela continha uma roupa própria pra malhação, calça leggin e camiseta.
Quando me mandou pôr a roupa senti que o negócio seria sério, mas não imaginei que fosse tanto. Ele me fez alongar, depois me levou para dar socos em um saco de areia com luvas de boxe, disse que era para eu ficar forte e por último passamos três horas treinando golpes de Krav *Maga, confesso que dessa parte eu gostei, principalmente quando vinha em minha memória a lembrança daquele nojento me agarrando a força no estacionamento na noite passada.

Quando Conrado me deixou em casa no finalzinho da tarde, tive uma conversa franca com ele. Falei sobre a atração que sinto por ele e sobre a paixão que sinto pelo Dominic. Ele me ouviu com atenção e em silêncio e no final disse que me entendia e que não ia exigir nada de mim, mas que queria que eu soubesse que estaria aqui por mim para o que eu precisasse. Conrado é um cara de ouro e tenho certeza que vai fazer qualquer garota feliz.

Ponho uma roupa, penteio meus cabelos e passo uma maquiagem de leve no rosto, me preparando para ir me encontrar com o Dom. Enviei uma mensagem de texto mais cedo pra ele dizendo que queria me encontrar com ele à noite. Então combinamos de nos encontrar no lugar de sempre, o penhasco. Me preparo psicologicamente, pois vou contar pra ele que beijei outro. Que Deus me ajude e que o Dom me perdoe.

Na sala de estar, mamãe conversa com Dante e o xerife Gibson. Com certeza o assunto deve ser sobre o que eles descobriram sobre o assassinato da garota. Os moradores da cidade pensam que é a polícia local que está investigando isso, mas como é um caso sobrenatural é a Lua Negra que tem a obrigação de investigar e fazer justiça.

Cumprimento a todos e digo a minha mãe que vou sair com a Zoe. Ela assente e me dá as chaves do carro.
Pego-as de sua mão e saio.

***

Meu coração acelera quando avisto o Dom em pé na beira do penhasco olhando a cidade a baixo de seus pés. Obsevo-o por alguns segundos. Ele está todo de preto e percebo que segura algo em uma de suas mãos.

Corço minha testa, arrumo meus cabelos sobre os ombros, respiro fundo e salto do carro. Caminho em sua direção com as mãos dentro do bolso do meu moletom para escondê-las porque estou suando frio.

Ele se vira lentamente e percebo que segura uma rosa vermelha. Abre um sorriso luminoso e sinto um aperto no peito.

—Preciso te contar uma coisa. –vou direto ao ponto quando estamos bem perto um do outro.

Dom me entrega a rosa, como não tivesse me escutado e em seguida me puxa para junto de sí. Seus braços estão ao redor da minha cintura com sua boca já reivindicando a minha com urgência. Deixo que me beijo e nos beijamos como se fizesse um milhão de anos que não nos vimos. Fico bem nas pontas dos pés e passo meus braços ao redor de seu pescoço com cuidado para não estragar a rosa. Deixo me perder nesse momento que será o último de nós dois juntos, porque sei que Dominic Blackwell não é o tipo de cara que perdoa uma traição.

—Também preciso te contar uma coisa e espero que me perdoe por não ter contando antes. –ele sussurra de olhos fechados com a testa colada a minha.

Lua Negra (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora