Capítulo 64

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Me aninho nos braços do Dom, me sentindo a garota mais feliz do mundo. Tudo que estou vivendo nesse momento, parece um sonho. Um sonho do qual não quero acordar nunca.
Mas infelizmente daqui algumas horas vou ter que voltar pra realidade e meu conto de fadas vai se desfazer em meras lembranças que vou carregar comigo pro resto da vida.
Ainda não conversamos sobre o que aconteceu antes dele ir pra Montana e tô procurando um jeito de abordar o assunto. Sei que isso irá estragar o nosso momento perfeito, mas também sei que precisamos colocar tudo em pratos limpos para podermos seguir em frente sem o peso do passado atrapalhando o nosso futuro.

—Dom? –Sussurro seu nome porque ele está muito quieto, talvez tenha pego no sono.

—Oi? –seu tom é suave.

Me sento, arrumando o vestido e o cabelo.

—Acho que te devo uma explicação sobre o que aconteceu...–limpo a garganta. — sobre o beijo.

Sinto seus músculos enrijecerem.

—Não, não deve.

Me viro totalmente para encará-lo.

—Não?

—Não, porque o Conrado foi atrás de mim em Montana e explicou tudo que aconteceu naquela noite. Que você só o beijou porque estava fragilizada e que não significou nada para nenhum dos dois. –ele cerra a mão em punhos, socando o colchão. —Ainda não acredito que aquele filho da puta tentou de molestar. Estou procurando por ele desde quando cheguei e não o encontro em lugar nenhum.

Aperto sua mão fechada com a minha.

—Talvez ele tenha ido embora. –digo.

—Tomara que tenha mesmo porque pode ter certeza que mato ele, se eu encontrá-lo.

Arquejo. Não quero nem pensar no Dom matando uma pessoa por minha causa. Ainda mais que ao fazer isso, ele estaria quebrando uma das leis da Lua Negra.

—Mas eu tô bem, meu amor. –beijo os nós de seus dedos. —O Conrado me salvou.

—É, mas isso não muda o fato de que você esteve em perigo e eu não estava lá pra te salvar. –diz, frio.

Conrado é mesmo um cara muito especial e como ele tem poucos hoje em dia. Ele poderia ter tentado se aproximar de mim, tentado me conquistar nessas três semanas que passei frágil, sofrendo pelo o Dominic, com a certeza de que nunca voltariamos a namorar. Mas ao invés disso, ele foi até onde o Dom estava e intercedeu por mim.

"Espero que goste do meu presente." – então ele estava se referindo ao Dominic quando me disse isso mais cedo.

—Mas você está aqui agora e me proporcionou um dos melhores aniversários de toda a minha vida. –sorrio, na tentativa de acalmá-lo.

Dominic levanta uma sobrancelha, desfazendo a carranca.

—Gostou? –pergunta, fazendo círculos com os dedos na minha coxa.

Assinto, tocando o medalhão.

—Você, Rubi e Conrado me
deram o melhor presente de aniversário de 18 anos. Porém a minha felicidade estaria completa se duas pessoas muito queridas por mim pudessem estar aqui também, só que infelizmente, elas não puderam.

—E quais seriam?

—Jess, a minha melhor amiga que mora na capital e a Zoe.

Como se de repente o colchão tivesse dado choque, Dominic fica em pé, num pulo.

Encaro-o confusa.

Ele vai até a tomada, acende a luz e desliga o abajur, assim interrompendo o show das estrelas.

Lua Negra (Editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora