Sentei-me na ponta da praia longe de todo o mundo e apreciei sozinha o sol que se ia pondo por detrás do mar.
Já estava lá há cerca de vinte minutos sozinha e em silencio só a olhar para o horizonte com as mãos abraçadas ao meu joelho.
Senti uma pessoa se sentar ao meu lado mas nem precisei virar a cara para saber quem era. Apenas apanhei uma concha e atirei para longe caindo na beira da água.
Ficamos assim, sentados um ao lado do outro, sem ninguém proferir uma palavra, a ver o céu adquirir tons de laranja, rosa e depois o azul começando a anoitecer e as estrelas a aparecerem timidamente no céu.
Não sei por quanto tempo ficamos nessa posição mas deve ter sido no mínimo vinte minutos.
Adam passou a mão pelo cabelo, depois pela cara e deixou sair um pequeno rugir frustrado atirando uma pedra para o mais longe que pôde, indo muito mais longe que a minha e depois olhou para o céu fitando as estrelas que pairavam sob nós.
- Alex... - Ele começou e apenas o som da sua voz foi suficiente para me enviar calafrios pelo corpo todo. – Tens de entender... Eu não podia ficar.
Eu não respondi.
Passaram-se cinco longos minutos até que a minha voz tenha saído num fio trémulo.
- Nem te despedires? Nem dizeres nada durante meses?
- Alex ficou bem claro quem tu querias – ele finalmente me fitou sério. – e eu aceitei isso. Mas não podia ficar a assistir.
Eu respirei fundo e tomei coragem para o encarar.
Voltei-me para ele com as suas roupas relaxadas típicas de surfista e de quem vive na praia e uma sensação inexplicável invadiu-me ao admirar a cara dele novamente:
A sua face perfeitamente esculpida, os seus lábios firmes numa linha recta, a linha que se formava na sua testa sempre que ele estava numa situação desconfortável, as suas mãos grandes e suaves das quais me lembro do seu toque enterradas na areia, a pele branca dele que contrastava com a camisa preta que vestia, os seus cabelos cor de mel que reluziam na pouca luz da noite e os seus olhos... Os olhos castanhos que tão bem me conheciam a alma.
- Adam há coisas que não percebes. – eu falei. – não sabes o que me fez escolhe-lo e não me deste a chance de explicar.
Ele finalmente olhou para mim e os seus olhos encontraram os meus fazendo-me parar de respirar por um segundo.
- Não Alex – ele falou numa voz grave – eu não me arrependo de ter me ido embora. Foi a melhor coisa que eu podia fazer no momento.
As palavras dele foram como uma faca no meu coração e não pude deixar de suprimir as lágrimas, embora sem efeito.
Premi os lábios que tremiam e deixei as lágrimas tomarem o seu curso natural.
- Uau, bom saber – me levantei limpando os olhos preparada para me afastar dele mas virei-me a meio caminho. – Bom saber que passei noites a chorar e a pensar em ti na esperança de que me contactasses e me desses uma explicação para depois saber que afinal nunca importei para ti!
Gritei-lhe na cara.
Ele se levantou de rompante e andou furioso para onde eu estava:
- Tu importaste para mim Alex! – ele disse com fúria e com a face a poucos centímetros da minha.Depois a voz era apenas um sussurro. – Ainda importas.
- Então porque foste embora? – perguntei-lhe não desviando o olhar do dele e os nossos corpos estavam tão perto que quase se tocavam ao respirar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
CENA REAL (Como Ser Uma Princesa Livro 2)
Teen FictionAlexandra fez a sua escolha e agora embarca numa nova aventura. Ela vai frequentar a prestigiada California College of the Arts onde irá estudar cinema. Sem querer ser tratada de modo diferente ela omite a todos que é uma princesa e está livre para...