II

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- Filha!!!!!!!! - A minha mãe gritou correndo escadaria abaixo para me abraçar e quase ia caindo com a força em que ela se esbarrou em mim.

- Mã-ee, n-não con-s-igo respirar. - tentei dizer mas ela não me largava.

Quando finalmente o fez respirei fundo para deixar o ar entrar para os sítios devidos. - Ah Alex, tinha tantas saudades tuas! Não imaginas o quão preocupada estava. O teu pai tentou me acalmar mas eu nunca sabia o que podia acontecer contigo estando longe. - Ela passou as mãos pelo meu cabelo da cor dos dela e abraçou-me de novo.

Abraçei-a de volta revirando os olhos perante tanto drama vindo da minha mãe:

- Vá lá mãe, eu estou bem, e aliás eu estive todo o tempo com Philip e seguranças da família real britânica. Não tinhas de te preocupar. - olhei para os lados e percebi que estava muito quieto. - Onde está todo o mundo? - inqueri.- E o pai?

- Os empregados estão todos na cozinha a preparar o banquete para hoje à noite e o teu pais foi buscar o resto da família ao aeroporto.

- Aaah... - disse abrindo a boca em sinal de compreensão.

Como era tradição, todos os Natais eram passados cá porque o clima era mais aconchegante por ser verão e claro, nada melhor do que passar o natal num palácio ao pé de uma árvore com quase 10 metros de altura devidamente enfeitada.

- Mas os teus avós já vieram. Estão lá fora no jardim a ler.

- A sério? - disse com um grande sorriso na cara e saí de perto dela em direcção ao jardim onde os vi sentados em baixo de uma árvore a ler.

Eles não repararam na minha presença mas assim que os chamei eles me viram:

- Vovó! Papi! - chamei-os e eles levantaram-se claramente alegres por me ver.

Primeiro cumprimentei o meu avô virando-me de seguida pAra a minha avó.

- Minha Jóia como é que estás amor? - perguntou a minha avó envolvendo-me num abraço reconfortante que só ela sabe dar.

- Estou bem vovó! Cansada - suspirei ao pensar em mais de doze horas de viagem que tinha feito e ainda não tive tempo pAra descansar. - Mas bem. - sorri. - E vocês como estão? Ouvi dizer que a reforma tem sido relaxante para vocês.

Assim que o meu avô renunciou ao trono passando-o para o meu pai, ele e a minha avó decidiram mudar-se para a ilha do Sal em Cabo Verde onde tem belas praias de areia branca e pessoas simpáticas com uma cultura muito rica.

- Ah sim! Cabo Verde tem sido fantástico! - disse ela- Fomos à ilha de Santo Antão ver as montanhas e passamos o Carnaval na ilha de São Vicente que é tão lindo que já entendi porque é que comparam como sendo como a do Brasil mas em dimensões menores.

- Também fomos à ilha do Fogo ver o vulcão que entrou em erupção há tempos e trouxemos um pouco do magma solidificado para verem. - Falou o meu avô todo entusiasmado.

Eu ri-me com a expressão dele. - Fico feliz por vocês Papi. Espero que continuem a explorar e a conhecer maiss desse país.

- oh sim! Ainda temos mais seis ilhas para conhecer lá em Cabo Verde. São todas diferentes mas com uma beleza única.

- Boa! Eu vou andando para o quaRto porque preciso de umas boas horas de sono antes que a paz nesta casa acabe.

A paz acaba quando a família da minha mãe chega. Sendo o meu pai filho único nunca tivemos muita família em Sydney para conviver e passar os feriados. Mas isso era claramente compensado com a chegada da enorme família da minha mãe que eu tinha. Ela vinha de uma família de sete irmãos onde todos tinham pelo menos dois filhos e os respectivos cônjuges. Ou seja, em menos de uma hora a minha casa vai ser invadida por pirralhos a correr de um lado para o outro fazendo a vida negra aos empregados. A única pessoa que tenho vontade mesmo de ver é Ethan, o meu primo e futuro duque da Alemanha embora ele esteja mais preocupado com a sua carreira como modelo do que com isso. Pois, esqueci-me de dizer que a minha mãe pertence á longa família real alemã mas sinceramente, com tantos membros da família torna-se irrelevante quem desempenha o papel mais importante.

CENA REAL (Como Ser Uma Princesa Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora