IX

269 26 0
                                    

A hora do almoço chegou e eu, juntamente com Ming, fomos para a cantina ter com os outros. Eu tinha mandado Jaz uma mensagem a dizer para vir ter connosco e ela respondeu que vinha e que trazia uma companhia.

Tão típico de Jaz. Fazer amizades como se nada fosse.

Eu respondi tudo bem e tomei o meu lugar ao lado de Dylan deixando Stella se sentar entre Ming e Jonathan.

- A tua amiga Jaz vem? – inqueriu Dylan cortando uma peça de peru do prato dele.

- Sim, e pelo que percebi trás companhia.

- Ai estão elas! – exclamou Stella acenando a Jaz e a uma rapariga ruiva bem gira que estava com ela.

Ela era exatamente o tipo de Jaz. Via-se que se preocupava com a sua aparência e com todas as peças do seu vestuário escolhidas a dedo.

- Olá gente! – cumprimentou Jaz com um sorriso aberto. – esta é a Bia lá da minha faculdade e ela também é caloira.

Bia disse um olá tímido e se sentou ao lado de Jaz oposto ao meu.

Quem diria que este é apenas o primeiro dia de aulas e a nossa mesa já engloba sete pessoas?

Jaz tirou os seus óculos de sol da cabeça guardando-os e depois reparou em Ming:

- Olá. Já te vi por aí? – perguntou-lhe – acho que não te conheço.

Eu interveni.

- Jaz, esta é a Ming. Nós nos conhecemos ontem na feira da abertura. Ela está tirando fotografia.

Ming deu-lhe um pequeno sorriso amarelo e Jaz devolveu um do tamanho do planeta terra mas genuino.

- Que fixe! – disse. – Eu e a Bia estamos em moda. Somos as novatas da faculdade.

Elas se riram em sincronia e eu senti uma ponta de ciúmes nesse momento.

- É, dá pra perceber que vocês são de moda.- constatou Ming ao analisar o comportamento e roupa das duas.

- Mas então Jaz – Stella falou do outro lado da mesa – conseguiste sobreviver o primeiro período sem que o veneno brilhante da Regina toque em ti?

- Por mais estranho que pareça, sim. Na verdade não a vi o dia todo. – Jaz torceu o nariz. – Não que eu esteja me preocupando.

Bia olhou para Jaz com uma cara interrogativa.

- Quem é Regina? – perguntou.

- Alguém que vais desejar nem ter conhecido. – respondeu Jaz exagerando um pouco.

E assim ficamos pelo resto do almoço. Conversas aqui e ali até que o sino tocou e o segundo período chamou.

*-*

Por algum motivo todos os alunos da minha faculdade do primeiro ano foram chamados para o auditório depois do almoço e todos fomos curiosos da vida por saber o porquê dessa fusão que não fazia sentido nenhum.

- O que será que querem conosco? – Perguntou Dylan que era o mais baixo comparado a mim, Stella e Ming.

Parecendo dar-se conta desse facto Dylan saiu do nosso meio e colocou-se na ponta.

- O que foi que te deu? – Stella questionou o súbito movimento do amigo.

- Tou me sentindo um anão junto de vocês. – constatou com a cara puxada fazendo-nos rir. – Mas sim , o que acham que querem para nos chamarem todos para lá?

Eu dei de ombros.

- Não faço a mínima ideia mas estamos prestes a descobrir. – respondi empurrando a porta pesada para entrarmos.

Chegamos um pouco tarde então a sala já estava cheia e nos sentamos bem atrás tendo o cuidado de não fazer barulho porque um dos professores já tinha começado a falar.

- Estimados alunos, - falou um homem bem gordo de barba branca. Ele podia muito bem fazer uma grande quantidade de dinheiro ao fazer de Pai Natal. – pelas vossas caras confusas presumo que estejam a perguntar-se porque raio juntamos pessoas de quatro áreas diferentes num só lugar.

Podes crer que estamos.

- Ora, não sei se repararam mas para criar quer seja um documentário, curta ou longa metragem quatro coisas são essenciais: – começou a enumerar levantando os dedos um de cada vez – a filmagem, é claro, os actores, quem escreve o guião e quem fotografa os posters promocionais de tal. Então, como um projecto que irá vos beneficiar a todos irão produzir uma curta metragem de no máximo vinte e cinco minutos e terão até o final do semestre para entrega-lo.

Eu fiquei logo entusiasmada pelo facto desta ser apenas o primeiro dia de aulas e já nos dão um projecto destes que nos permite mostrar a nossa arte.

- Além do mais, para vos ajudar neste projecto, vai ser atribuído a cada grupo, uma das descobertas mais recentes de Hollywood para vos ajudar a atrair um maior publico. Vou pedir-vos que em silencio façam os grupos – continuou o homem – shh, sem barulho, venham cá e escolham um papel com o nome da vossa celebridade.

O burburinho começou e eu virei-me para os meus amigos:

- Então... Somos um grupo? – eles olharam pra mim com cara de é obvio né? – Certo. Vamos.

Levantamo-nos e descemos o auditório e chegamos ao grande pote transparente cheio de papéis dobrados. De repente paramos.

- Quem vai pegar? –perguntou Ming.

- Eu não de certeza! – tirei a minha pessoa logo. – Não quero atrair má sorte e escolher alguém mau. Não quero ser a responsável.

- Então quem vai ser? – Stella perguntou e todos paramos em silencio a olhar pra ela.

Ela também olhou pra nós e revirou os olhos derrotada.

- Ah pronto! – bufou e colocou a mão dentro do pote tirando de lá um papelinho dobrado.

Juntamo-nos todos à volta de Stella e esperamos com curiosidade que ela abrisse.

Quando o fez os olhos delas esbugalharam e a boca abriu-se lentamente até atingir o máximo e as mãos começaram a tremer.

- Quem é? – a minha curiosidade estava me matando embora tive a impressão de que seria uma pergunta sensível.

Quando Stella não respondeu Dylan lentamente tirou-lhe o papel da mão e leu o que lá estava.

Quando o fez a sua cara tornou-se um pouco preocupada.

- OOh, isto não vai ser bom. – foi o que ele disse.

- Quem é? – eu tirei-lhe o papel da mão já que ninguém me respondeu.

Quando li a minha boca abriu-se de espanto porque eu não queria acreditar.

- JAKE MILLER?! – exclamei não acreditando no que via. – O Jake Miller?

Até eu que morava na Austrália e raramente saia de casa conhecia o Jake Miller. Ele era lindo, maravilhoso, tudo de bom, um pedaço do céu. As miúdas queriam sair com ele e os rapazes queriam ser ele.

Até deu vontade de me abanar só de pensar.

Dylan aproximou-se de mim e sussurrou-me no ouvido.

- Jake Miller também conhecido como sendo a única pessoa capaz de partir o coração de Stella.

- Oh, oh– conclui fitando uma Stella ainda visivelmente chocada. -. Isto não vai ser bom.

CENA REAL (Como Ser Uma Princesa Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora