19. Face to face

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Eu gritava no telefone e Luana gritava do outro lado

  - EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ VAI! EU PRECISO FALAR COM A MINHA MÃE, ESPERA AI!

Minha mãe já havia gritado comigo umas 5 vezes por eu estar gritando tanto, mas quem ligava?!

Ouvi um barulho como se o telefone tivesse sido colocado em algum lugar, ainda na linha.

  – Mãe, a Isa vai! - ouvi ela falar.

  – Menos mal. – sua mãe disse – Os pais dela vão?

  – O pai vai. Como o show é em São Paulo e ela tem parentes lá, eles vão dormir na casa da tia, e voltam na outra semana.

  – Na outra semana?!

  – Sim, porque como é férias, eles vão aproveitar para fazer uma visita.

Luana havia falado tudo aquilo, pois eu havia conversado com meu pai  no dia posterior à conversa com minha mãe, ou seja, na quinta. Falei com Luana na sexta e ela, como também é fã, conversou com a mãe na sexta e hoje, que é sábado.

Se a mãe dela deixasse, meu pai levaria nós duas, e ao sairmos do show, dormiríamos na minha tia, em São Paulo, onde seria o show.

  – O que eu ganho com isso? - sua mãe perguntou em tom brincalhão.

  – Minha eterna gratidão?

  – Sinto muito, isso não paga a despesa que a senhorita vai me fazer ter com ingressos.

  – Okay, eu desisto da minha mesada por 3 meses.

  – Um ano.

  – 6 meses.

  – 8.

  – Tá. 8 - sua voz não era tão animada assim - ESPERA AI, VOCÊ DEIXOU?

  – Sim.

  – AH, MÃE EU TE AMO MUITO.

Ouvi um barulho alto e em seguida a voz dela.

  – Deixei o telefone cair, foi mal. MANA, EU VOU! - ela gritou e eu dei mais um berro.

  – Se você não parar de gritar, eu arranco seu celular, mocinha! – falou minha mãe.

  - Tá. TÁ. AI, MEU DEUS... Lu, pode arrumar suas malas. Daqui a 8 meses, estamos cara a cara com os meninos!

Desliguei o telefone.

8 meses. Dali a 8 meses, meu sonho se realizaria pela 2° vez, eu não conseguia acreditar.

AnonymousOnde histórias criam vida. Descubra agora