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Suspirei.

- Eu acredito em você, Harry - falei.

A tensão em seus ombros, em seu rosto, sumiu. Um pequeno sorriso apareceu em seu rosto e ele me abraçou.

- Me desculpe por ter sumido. Me desculpe pela notícia na TV, me desculpe por sua foto aparecer lá, me desculpe por tudo - sua voz estava abafada por conta do abraço.

- Eu... estou me sentindo um pouco distante de você, Harry... - falei.

Não distante fisicamente, mas sim mentalmente. Espiritualmente.

Eu não precisei explicar. Ele entendeu. Pegou minhas mãos e as beijou, uma de cada vez.

Seus lábios estavam frios. Ele deve ter passado horas na rua, e a corrente de ar do corredor era gelada.

- Vamos, conversamos lá dentro.

Entramos em casa, fechei a porta atrás de mim e ele se sentou no sofá.

Fui até o quarto de Luana. Ela havia acabado de sair do banho e estava se trocando.

- O que foi? - ela disse.

- Fica aqui. O Harry veio.

Ela arregalou os olhos.

- Estarei aqui.

Fechei a porta e fui para a sala.

- Me espere aqui - falei - vou fazer uma coisa para você. Uma coisa quente.

Ele assentiu.

Fui até a cozinha, peguei uma leiteira, esquentei o leite com mel, achocolatado e amido de milho. O famoso chocolate quente cremoso do inverno ficou pronto em 10 minutos.

Levei duas xícaras para a sala, entreguei uma a ele e me sentei ao seu lado.

- Cuidado, está quente. - eu disse.

- Você realmente acha que estamos distantes? - ele perguntou.

- Eu não sei, Harry. Talvez seja coisa da minha cabeça. Só estava pensando nisso. Mas deixe para lá, não é nada.

Ele olhou ao redor, depois pousou os olhos em mim novamente.

- Eu estou meio... não sei. Preocupado, talvez.

- Com o que? - perguntei.

- Com você. Temos nosso show semana que vem, lembra? A parceria da 1D com Down to the Summer? (Amores, vou abreviar Down to the Summer por DTTS, ok?)

- Eu lembro. Mas não era eu quem devia estar preocupada e ansiosa?

- Você vai se tornar oficialmente uma figura pública, Isa. Você e Luana. Entende o que quero dizer?

- Entendo. Mas não entendo sua preocupação toda.

- Eu... não queria que isso acontecesse.

Quase deixei a xícara cair.

- Oi?

- Não foi isso que eu quis dizer - ele suspirou - Quando eu me imaginava namorando, na maioria das vezes, namorando você, pensei em não deixar que você se expusesse muito na mídia. Não queria que você tivesse a mesma vida que eu. Correndo dos paparazzi o tempo todo, envolvendo até a justiça nisso... Não posso sair de casa sem receber um milhão de flashes no rosto, sem ser perseguido por muitas pessoas querendo fotos, autógrafos...

- Mas eu pensei que gostasse disso.

- Eu gosto, Isa. Eu amo as fãs. Só que eu sou um ser humano e também tem dias que não estou bem, querendo ficar sozinho, sair pra distrair a cabeça... e nem sempre isso é possível. Na verdade, quase nunca.

Ele deu uma pausa, bebeu um pouco do chocolate e continuou:

- Eu só queria te proteger de tudo isso. Essa vida me frustra as vezes e eu não queria isso para você. Tem um milhão de pontos bons, claro. Mas também tem os ruins, e mesmo que sejam poucos, às vezes são até mais pesados...

- Então, você não quer...

- Eu não estou dizendo que não quero que faça isso. É seu sonho, vá em frente. É demais. É mágico ser artista. Mas... é o que eu disse... preferia te proteger das fofocas que irão surgir, da sua foto sendo postada sem sua permissão, queria te proteger da falta de privacidade, de compromissos quase 24h por dia... só queria te proteger.

Ele fez cócegas no meu coração.

Deixei a xícara na mesa de centro. Ele fez o mesmo. Peguei suas mãos e olhei em seus olhos. Era algo que eu gostava que fizessem comigo, então imaginei que ele gostaria também.

- Eu te entendi um pouco mais agora. -falei - Você conseguiu explicar bem, e você está certo. Se eu estivesse no seu lugar, eu aposto que eu iria querer manter sua vida privada intocada. Mas... vamos só fazer um teste, ok? E se não der certo e ninguém gostar de mim? Eu vou viver minha vida normalmente, certo?

Ele soltou uma risadinha.

- Por que está rindo de mim?

- Não estou rindo de você, garota boba. É que você ainda não tem noção que sua voz é ótima. Todos vão gostar de você. Entende?

Sorri.

- Isso pode não ser tão mal, Harry.

- Não vai ser - ele apertou minha mão - porque eu e você vamos trabalhar nisso juntos. Você vai zaber diferenciar vida pública e privada, e eu vou estar aqui o tempo todo pra te ajudar, ok?

Sorri.

- Me desculpa de novo por tudo. Eu te amo.

- Eu te amo

Seus olhos ficaram menores por conta do sorriso que ele deu enquanto se aproximava de mim devagar. Colocou uma mão no meu rosto e a outra em minha cintura. Depois me beijou lentamente. Eu senti falt

AnonymousOnde histórias criam vida. Descubra agora