85. Nem tudo são flores

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O mês passou tão rápido que eu mal pude acreditar. Harry resolveu o problema com cabelo, maquiagem e manicure em questão de horas. Como? Eles tinham cabelereiras e maquiadoras profissionais apenas para eles. Conversamos e elas já se prontificaram a fazer meu cabelo e maquiagem. Lou, a maquiadora, se ofereceu para fazer minhas unhas.

Eu obviamente aceitei.

Já era dia 18 de novembro e eu ainda não havia escolhido o vestido. Minha barriga estava enorme, eu estava muito ansiosa, muito nervosa, e muito desatenta. Onde eu iria achar um vestido que coubesse uma grávida de 8 meses e meio?

Eu estava em casa checando a lista de convidados que já haviam confirmado.

Ed Sheeran, Rihanna, Taylor Swift, as Kardashians, Steve Aoki eram apenas alguns dos muitos famosos que iriam aparecer naquela noite.

Todos os jornais já sabiam do casamento. Consequentemente, o mundo todo sabia. E eu nunca, m momento algum da minha vida, pensei que meu casamento fosse ser televiosionado, filmado e fotografado por fotógrafos de empresas de publicidade do mundo todo. Eu e Harry nem nos preocupamos em isolar o lugar para não deixar ninguém ver. De certa forma seria aberto, e todos que quisessem ver poderiam fazer isso desde que não ultrapassassem a distância demarcada por uma fita e seguranças.  Sem eles, eu não conseguiria nem chegar no altar.

A cerimônia e o jantar seriam no mesmo lugar. Um salão enorme entre o Palácio de Buckingham e o Big Bang. Teria estacionamento privilegiado para os convidados, que estariam seguros dos ataques de fãs por conta dos seguranças.

A campainha de minha casa tocou. Eu estava sozinha. Luanna, Harry e Louis haviam ido fazer a degustação das entradas e dos doces. Se eu assumisse mais um compromisso, eu enlouqueceria.

Abri a porta. Lippe estava em pé, parado, meio tímido, me olhando.

  - Lippe!! - o abracei - Entre, entre!

  - Olá, diva! Eu vim dar uma passadinha rápida. Estou quase atrasado para meu compromisso. Bem, como padrinho do seu casamento, não posso deixar de notar que você está com pouquíssimo tempo e muita coisa pra fazer. Ainda mais, não posso não fazer nada sobre isso.

Ele fez uma pequena pausa.

  - Como você sabe, além de caça talentos, eu sou estilista. Sou eu quem desenho a maioria dos modelos da Gucci.

Eu arregalei os olhos. Ele só tinha me dito que também era estilista... mas a Gucci????

  - A Gucci?!

  - Sim, sim... não vou pro estúdio, faço os trabalhos em casa e mando. Mas isso não vem ao caso! O que eu queria te perguntar são duas coisas. 1) eu estou meio que.. namorando - ele corou. Será que posso convidá-lo?

  - Claro que sim! Como se chama?

  - Ele se chama Marcus. É uma ótima pessoa, vocês se dariam indubitavelmente bem.

  - Quero conhecê-lo. E parabéns!! E a segunda pergunta?

  - Você quer que eu desenhe o seu vestido de noiva? Posso entrar em contato direto com as costureiras da empresa. As que administram as máquinas de costura. Estamos no fim do ano, então a maioria dos pedidos foi entregue. Eu com certeza consigo passar meu projeto na frente de alguns e seu vestido ficaria pronto na outra semana, no máximo. O que acha?

Lippe com certeza era um anjo em minha vida. E eu nem sabia se tinha dito isso a ele.

  Peguei suas mãos.

  - Lippe, eu adoraria. Sem você, eu não teria metade disso tudo. Você sempre me ajuda e eu não sei mais como te agradecer. Claro que quero, e muito obrigada. Tenho certeza de que vai ficar lindo. - terminei de falar com lágrimas nos olhos.

  - Ai, diva, não chora se não eu choro junto.

Sorri.

  - Pode ir levantando seus bracinhos porque vamos tirar suas medidas. O pai aqui já tem ótimas ideias para vestidos para você.

Dito e feito. Em 5 minutos ele tirou todas as medidas necessárias com sua fita métrica que sempre deixava no bolso, e se despediu com a promessa de que voltaria dali há 5 dias com o projeto do vestido pronto para eu fazer a primeira prova.

Eu acenei e ele se foi.

Um peso saiu de minhas costas. Eu fiquei tão aliviada!

Mas... como nem tudo são flores, eu recebi uma notícia horrível minutos depois.

Harry havia deixado seu celular em casa. E ele começou a tocar.

Era um número desconhecido.

Atendo ou não? E se for importante?

Por fim, atendi.

  - Alô?

  - Quem é? - uma voz grossa, mas interminavelmente cansada perguntou.

  - Isabela. Quem fala?

  - É o Anthony.

Forcei minha cabeça para lembrar... Anthony?

  - Pai da Dhara.

A garotinha do consultório! Claro que eu me lembrava dela! Harry deu seu número para nos avisar caso algo acontecesse com a garotinha.

  - Ah, sim! Anthony, me desculpe. Sim, me lembro de você.  Harry teve que dar uma saída, você quer que eu anote algum recado?

Ele suspirou e eu engoli em seco. Será que aconteceu algo com Dhara?

Depois de uma pausa longa, ele disse.

  - Vocês foram tão atenciosos conosco, que eu liguei para comunicar sobre o... evento amanhã de manhã. Achei que seria grosseria se não ligasse, mesmo que seja só para a familia- ele disse um pouco sério .

Um alívio me invadiu. Era só um evento. Peguei um papelzinho e anotei.

  - Vou entender perfeitamente se não puderem ir... vocês são muito ocupados...

  - Ah sim, que horas? -perguntei.

  - Às 10h da manhã.

  - Onde?

  - No velório.  Dhara acabou de falecer.

Acho que perdi a coordenação.  Meu corpo caiu sentado na cadeira ao lado e quando vi, a caneta já estava no chão.

Dhara morreu?

AnonymousOnde histórias criam vida. Descubra agora