54. Simon

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  Meu queixo caiu.

  - Harry, o.. o que? - foi o que consegui falar.

Luana bateu palmas de alegria. Louis a olhou, um sorriso surgindo no rosto.

  - Eu sei que é  cedo, mas - Harry começou.

  - Harry, não.

  - Não  é  cedo? Claro que é, Isabela. Só  que...

  - Não, Harry, eu quero dizer, não, eu não  vou.

Seus olhos perderam o brilho.

Olhei para Luana. Ela estava me olhando fixamente.  Olhei para Louis. Ele estava no mesmo estado que Luana. Olhei para Harry. Ele abaixou o olhar.

  - Por que? - perguntou baixo.

  - Porque... Hazza, eu tenho um concurso aqui. Eu tenho uma vida aqui. Acabei de fazer 18 anos, eu não  posso  simplesmente  largar tudo e ir. Além  do que meus pais nunca permitiriam, Simon não  iria querer me ver nem pintada de ouro, por enquanto.

  - Eu não  ligo para o que o Simon quer - ele disse.

Louis ficou alerta.

  - Pois, devia. - falei - Se você sair da linha, tudo sai. A banda, os shows. Tudo. Vocês  acabaram de voltar.

  Luana e Louis permaneciam calados.

  Me aproximei dele e toquei seu braço. Bem onde o infinito que ele havia feito para mim estava.

  - Harry, eu não  disse que não  quero. Eu quero. Harry, essa foi minha fantasia desde os 11, 12 anos, ou até  antes. Eu sempre quis isso, mas, agora.. eu percebo que é  loucura.

Ao dizer essa palavra, ele se encolheu.

  - Não, Harry, não  quis dizer no sentido ruim. - falei. Ele apenas me olhou.

  - Então, explica... - ele disse baixo.

  - Vem, Lu - ouvi Louis dizer. Ele a pegou pela mão  e eles saíram  do quarto, fechando a porta atrás  deles.

Harry se sentou na cama de casal enorme que havia lá  e esticou o braço. Eu peguei sua mão  e ele me puxou para perto e tirou o cabelo do rosto com aquele movimento  que vi dezenas de vezes através  das telas.

Ele me olhou nos olhos. Dava para ver que estava chateado.

  - Harry, eu... me desculpa, ok? - eu falei.

Ele colocou minha franja atrás  da orelha.

  - Não  precisa  se desculpar. - ele falou  - Eu acho que... falei cedo demais. Não  vou mentir, eu queria que você  fosse comigo. Quero. Mas eu fui egoísta  ao pensar  que...

  - Não  -o cortei - Você  não  foi egoísta.  Eu quero ir. Eu quero, entende?

Ele assentiu.

  - Mas só  não  vou porque... é  muito do nada. Eu precisaria preparar meus pais para a ideia de trabalhar em outro  país, e depois... Harry, depois eu vou. Eu prometo que vou. Eu dou um jeito, eu compro as passagens, eu vou pra Londres. Eu vou com você.

Ele sorriu.

  - Promete que vai? Você  promete pra mim?

  - Eu prometo. - coloquei uma mão  de cada lado do seu rosto  - Eu prometo.

Ele me beijou.

  - Te dou um ano. - ele disse - Um ano para convencer seus pais, senão  eu mesmo venho te buscar.

  - Feito. Eu vou dizer  a eles que quero participar do XFactorUK. Vamos ter que ir para a Inglaterra. Eu já  vou ter 19 anos, digo que quero ficar lá.  Vou convencer eles, prometo. -sorri.

  - E aí, a gente casa. - ele falou e me colocou sentada em seu colo e beijou meu pescoço.

  - Vai devagar, Harry. Eu tenho 18 anos.

  - Feliz aniversário  de novo. - ele disse e me deu um selinho.

  - Nossa, ainda é  hoje! Aconteceu tanta coisa, eu nem lembrava. - sorri  - Esse é  o melhor aniversário  de todos. Obrigada.

Ele sorriu de novo.

  - Sabe por que eu sou apaixonado por você?

Neguei.

  - Porque você  é  diferente. Se fosse qualquer outra fã, qualquer outra garota, ela teria dito sim na hora. Teria gritado, feito um escândalo. Mas você... você  disse não.  Você  não deixou o coração  dominar a razão. Você  não  largaria sua vida por um amor adolescente, e é  isso que eu admiro em você. É  por isso que, não  importa o tempo que eu fique  longe de você, eu  nunca  vou te esquecer.

Eu o abracei forte. Já havia ouvido  algo parecido, mas vindo  dele era diferente.

Completamente diferente.

  - Jura? Jura que mesmo  se a gente não  se ver ano que vem, você  vai me esperar?

  - Eu juro.

Ele fez um movimento e me colocou deitada na cama, ficando por cima de mim.

  - Você é linda. - ele sussurrou.

Ouvi barulhos do lado de fora da porta ficando cada vez mais altos, e em seguida, a voz de Louis gritando.

  - Simon, não!

A porta se abriu num estrondo.

Simon estava ali.


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