Capítulo 3.

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— Não, meu irmão gêmeo. Vai, anda logo, entra. — falou apressado.

Abri a porta do carro rapidamente e entrei no mesmo, no rádio estava tocando um rock, meio pesado. Fiz uma careta, demonstrando negação à música e Thomas reparou, ao mesmo tempo, desligou o som.

— Desculpe, não precisa desligar por mim. É que, estava um pouco alto. — falei envergonhada.

— Não se preocupe por isso. — ele disse, dando partida com o carro.

A chuva continuava forte, e as trovoadas iam piorando a cada segundo.

— Chuva repentina, logo quando eu estava sem guarda-chuva. — comentei, olhando pela janela enquanto observava a chuva.

— É. — respondeu firme. — Onde você mora, é perto daqui Gabriela? — perguntou.

— Eu, me chamo Manuela. — respondi.

— Ah, bom. Pra onde você mora então Manuela?

— Vai indo reto e vira na rua 63. — respondi, observando a rua.

Thomas não me olhou nem uma vez sequer, seus olhos estavam fixos na estrada e não desviava por nada.

Para nossa surpresa, duas ruas antes da 63 havia caído uma grande árvore, impossibilitando a passagem de qualquer carro. O trânsito havia parado ali, os bombeiros estavam retirando a mesma dali para liberar a passagem, agora teríamos que esperar a retirada da árvore.

Thomas agora encarava os carros parados à nossa frente, seus braços estavam cruzados e estava sério.

Esfreguei meus braços, eu ainda estava muito molhada e sentia frio. Senti olhar-me de relance, e olhei em sua direção.

— Toma meu casaco. — falou, começando a tirar o agasalho que vestia.

— Ei, não precisa, estou bem. — falei encarando-o.

— Ninguém que toma uma chuva dessa está bem, é só um pedaço de pano. Veste porque você está parecendo precisar mais dele do que eu. — falou firme, me entregando o casaco assim que o tirou.

Eu realmente estava com frio, já como ele iria aquecido até em casa, eu decidi aceitar.

— Bem melhor, obrigada. — falei docemente assim que o vesti.

Thomas olhava pela janela, não parecia ter me escutado então cutuquei seu braço com meu dedo indicador.

— Que foi? — perguntou, se virando para mim.

— Obrigada. — falei.

— Já ouvi. — respondeu e voltou com seu olhar para a janela.

Decidi não incomoda-lo mais, não parecia querer muito assunto. Não sabia quanto tempo mais iria demorar, então peguei o livro que eu havia comprado, para minha sorte ele não tinha molhado.

— O que é isso? — perguntou ao ver o livro em minhas mãos.

— Um livro de romance.. — respondi. — A culpa é das estrelas, já ouviu falar? — perguntei.

— Sim, não se fala de outra coisa. — deu de ombros, se virando novamente para a janela.

— E não tem interesse em ler? — perguntei curiosa.

Bufou profundamente. — Livro de romance? — perguntou-me. — Claro que não, é tudo sempre muito clichê. — respondeu firme.

— Bom, eu gosto.

— Já experimentou ler algum livro sem ser esses romances idiotas? — perguntou.

— Hum, sim. — respondi sorrindo.

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