— Não, meu irmão gêmeo. Vai, anda logo, entra. — falou apressado.
Abri a porta do carro rapidamente e entrei no mesmo, no rádio estava tocando um rock, meio pesado. Fiz uma careta, demonstrando negação à música e Thomas reparou, ao mesmo tempo, desligou o som.
— Desculpe, não precisa desligar por mim. É que, estava um pouco alto. — falei envergonhada.
— Não se preocupe por isso. — ele disse, dando partida com o carro.
A chuva continuava forte, e as trovoadas iam piorando a cada segundo.
— Chuva repentina, logo quando eu estava sem guarda-chuva. — comentei, olhando pela janela enquanto observava a chuva.
— É. — respondeu firme. — Onde você mora, é perto daqui Gabriela? — perguntou.
— Eu, me chamo Manuela. — respondi.
— Ah, bom. Pra onde você mora então Manuela?
— Vai indo reto e vira na rua 63. — respondi, observando a rua.
Thomas não me olhou nem uma vez sequer, seus olhos estavam fixos na estrada e não desviava por nada.
Para nossa surpresa, duas ruas antes da 63 havia caído uma grande árvore, impossibilitando a passagem de qualquer carro. O trânsito havia parado ali, os bombeiros estavam retirando a mesma dali para liberar a passagem, agora teríamos que esperar a retirada da árvore.
Thomas agora encarava os carros parados à nossa frente, seus braços estavam cruzados e estava sério.
Esfreguei meus braços, eu ainda estava muito molhada e sentia frio. Senti olhar-me de relance, e olhei em sua direção.
— Toma meu casaco. — falou, começando a tirar o agasalho que vestia.
— Ei, não precisa, estou bem. — falei encarando-o.
— Ninguém que toma uma chuva dessa está bem, é só um pedaço de pano. Veste porque você está parecendo precisar mais dele do que eu. — falou firme, me entregando o casaco assim que o tirou.
Eu realmente estava com frio, já como ele iria aquecido até em casa, eu decidi aceitar.
— Bem melhor, obrigada. — falei docemente assim que o vesti.
Thomas olhava pela janela, não parecia ter me escutado então cutuquei seu braço com meu dedo indicador.
— Que foi? — perguntou, se virando para mim.
— Obrigada. — falei.
— Já ouvi. — respondeu e voltou com seu olhar para a janela.
Decidi não incomoda-lo mais, não parecia querer muito assunto. Não sabia quanto tempo mais iria demorar, então peguei o livro que eu havia comprado, para minha sorte ele não tinha molhado.
— O que é isso? — perguntou ao ver o livro em minhas mãos.
— Um livro de romance.. — respondi. — A culpa é das estrelas, já ouviu falar? — perguntei.
— Sim, não se fala de outra coisa. — deu de ombros, se virando novamente para a janela.
— E não tem interesse em ler? — perguntei curiosa.
Bufou profundamente. — Livro de romance? — perguntou-me. — Claro que não, é tudo sempre muito clichê. — respondeu firme.
— Bom, eu gosto.
— Já experimentou ler algum livro sem ser esses romances idiotas? — perguntou.
— Hum, sim. — respondi sorrindo.
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O Milagre [EM REVISÃO]
SpiritualManuela Soares é uma jovem cristã que espera pacientemente pelo seu escolhido, e surpreendentemente, ao conhecer um rapaz, encontra nele o amor que um dia sonhou ter, mas nem tudo sai como ela imaginou que seria, há uma grande diferença entre eles...