Capítulo 26.

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Afastei-me de Peter e então corri com meus olhos pelo grupo de pessoas que fizeram um círculo ao nosso redor, foi quando pude avistar Manuela que me olhava completamente assustada, tendo algumas lágrimas em seus olhos.

O diretor nos levou imediatamente para a sala dele, onde lá, começou-se um sermão. Peter repetia para ele que fui quem começou a briga, então assim que o diretor acabou com o sermão para Peter, mandou-o sair, deixando-me lá dentro.

— Conheço o Peter, mas você é diferente, Hoston. Você nunca arrumou briga sozinho, quando entrou em briga sempre foi porque estava no meio do grupo dele. Então me conta o que aconteceu. — o diretor falou assim que Peter se retirou da sala.

Eu não poderia contar ao todo o que aconteceu para o diretor, pois ele não poderia me ajudar e aquele era um problema meu, mas eu deveria dar-lhe uma explicação.

— Peter estava falando coisas horríveis de uma menina que eu conheço e faço trabalho, e eu sei que é mentira, acabei perdendo o controle. — expliquei.

— Que coisas? E que menina é essa? — perguntou.

— Eu não quero repetir tudo o que ele disse, diretor.

— Eu já imagino o tipo de coisas que ele falou.. Já recebemos várias reclamações de diversas garotas por causa dele. — comentou enquanto se sentava novamente na poltrona de couro.

— Isso não vai se repetir, senhor.

— Eu vou te dar esse desconto por nunca ter entrado em briga por conta própria, mas a próxima, você vai levar suspensão, Thomas. — avisou.

— Ok, entendi. Obrigado. — assenti com a cabeça.

Voltei para a sala de aula, e Peter não estava lá. Me sentei longe do grupo que me observavam meio confusos de longe, até que David se levantou e veio até a mim quando o professor parou de explicar a matéria.

— Você quer me contar o que aconteceu no refeitório? — perguntou firme.

— O que já deveria ter acontecido. — respondi sem olhar para ele.

— Thomas, você é um de nós. Você sempre foi..

— Eu não sou.. — o interrompi. — Demorei algum tempo para ver isso, mas hoje eu vejo. Eu nunca fiz parte disso, e você também não faz. — conclui.

— Então quer formar uma briga?

— Com o Peter, minha briga já está formada. Só aconselho que vocês não se metam nisso. — aconselhei.

— É uma ameaça? — perguntou surpreso.

— É um aviso. — dei um leve tapa em seu braço. — Volta para o seu lugar. — finalizei.

David assentiu e logo se retirou, deixando-me sozinho.

{...}

Fui o último a sair da sala, torcendo para que eu não esbarrasse com Manuela pelo corredor, toda vez que me lembrava do olhar dela para mim, eu pensava em uma explicação que eu não poderia dar.

Caminhei o mais rápido que pude até meu carro mas fui surpreendido quando Peter entrou na minha frente antes mesmo que eu entrasse no veículo.

— Quer apanhar de novo? — perguntei, encarando-o.

— Você acha que saiu vencendo? — retrucou enquanto se aproximava ainda mais de mim.

— Por quê? Você acha que venceu? — debochei.

— Você esqueceu tudo o que eu vou fazer com sua namoradinha? — perguntou ameaçador.

— Escuta aqui, Peter.. Experimenta fazer alguma coisa com ela, e eu levo à polícia todas as provas que eu tenho suas. — ameacei sem deixar de encará-lo.

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