Capítulo 37.

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— Moça, você deve estar enganada. Falei com a minha mãe há um tempo atrás, meu pai e ela estão bem. — falei.

Minhas pernas e mãos já estavam trêmulas, nada daquilo podia ser verdade. Mamãe e papai estavam bem, tinham que estar.

— Como eles se chamam? — ela perguntou.

Respirei profundamente, queria desligar o telefone na cara dela para não escutar o que ela tinha a dizer, mas seria uma coisa idiota.

— Lilian e Carlos.

— Querida, precisamos que venha até o hospital. — falou, gentilmente.

— Eu..

— Tenha calma, querida. Apenas venha ao hospital.

— Tudo bem, estou indo. — disse, e desliguei a ligação.

Isso é um engano. Não são meus pais, meus pais estão bem. — repeti para mim mesma em pensamentos.

Não queria ir ao hospital, mamãe e papai com certeza estavam bem e a ligação só podia ser um trote de mau gosto.

Fiquei alguns segundos analisando a situação, então, decidi ligar para a mamãe mas deu fora de área nas duas vezes que liguei.

Foi nessa hora que comecei a entrar em pânico, meu coração batia descompassado, não conseguia sentir o ar em meus pulmões.

Não sabia o que fazer, olhei ao redor da sala mas nada me vinha em mente, as lágrimas começaram a descer uma atrás da outra.

Não conseguia mover minhas pernas, eu só queria sentar e chorar, mas sabia que tinha de ir ao hospital, mesmo sem forças.

— Manuela, você precisa ser forte. — sussurrei para mim mesma.

Engoli o choro e peguei minha bolsa novamente, então, saí correndo de casa para pegar o ônibus e ir ao hospital.

No caminho, eu não consegui parar de chorar nem um momento, tentei orar mas não encontrava as palavras certas para me expressar.

Quando cheguei no hospital, corri até a recepção que ficava na sala de espera, limpei minhas lágrimas e esperei que a recepcionista desligasse o telefone.

— Pois não? — perguntou com um sorriso ao desligar a chamada.

— Oi, eu me chamo Manuela Soares. Me ligaram desse hospital dizendo que encontraram meus pais em um acidente de carro.

— Ah sim, — pausou, me analisando. — foi eu mesma. — disse, pegando uns papéis sobre o balcão. — Preciso que preencha essas fichas.

— Senhora. — chamei-lhe a atenção e logo ela dirigiu seu olhar à mim novamente. — Eu preciso vê-los, saber se são realmente os meus pais.

— Eles dirigiam um Chery Celer prata. Aqui estão os documentos encontrados dentro do veículo no local do acidente. — falou, entregando-me os documentos de meus pais.

Deixei uma lágrima escorrer ao escutá-la, era os documentos e o carro informado era o nosso. Por que aquilo estava acontecendo?

— A senhora, por favor, tem informações do que aconteceu? — perguntei, limpando meu rosto.

— Por enquanto não tenho informações do ocorrido.

Meu Deus! — pensei.

— Onde eles estão? Posso vê-los?

— Não, senhorita. Estão em cirurgia. — informou.

— Cirurgia????

— É a única coisa que sei. Você deve esperar o doutor vir dar mais informações. — falou, apontando para as cadeiras que estavam atrás de mim.

O Milagre [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora