Capítulo 21.

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Mídia acima: Música tocada e cantada por Manuela para Thomas.

Engoli em seco ao ouvir as palavras de Thomas, fiquei totalmente sem reação, estava em choque. Àquilo não podia ser verdade, talvez ele só tivesse se confundido.

Balbuciei algumas palavras, Thomas percebeu o meu nervosismo e imediatamente se levantou, foi até a cozinha e me trouxe um copo d'água. — Bebe isso. — falou, e então peguei o copo e dei algumas goladas. — Se sente melhor? — perguntou-me.

— Tho-Tho-Thomas.. — falei, gaguejando. — Você deve ter se confundido, sabia? Talvez entendeu errado o que o Peter te disse. — minha voz não poderia estar mais tensa.

— Amor, eu não me confundi. — pausou, me observando. — Sei o que ele disse. — falou firme.

Aquelas palavras pesaram tanto em meu coração, se antes eu estava preocupada por Samantha, agora então, acho que eu estava desesperada. Se eles não se preveniram, Samantha poderia estar grávida...

— Ai meu Senhor Jesus. — sussurrei, estava apavorada. — Ele mentiu pra ela? — perguntei à Thomas, levantando a minha voz. — Porque ele falou pra ela que se preveniram! — falei, indignada.

Não creio que Samantha teria escondido isso de mim, e ela estava tão desesperada para saber e depois ficou tão tranqüila. Com certeza Peter havia mentido ou escondido, o que não era certo.

— Manuela, fica calma. — Thomas pediu, calmamente. Àquilo me ajudou a ficar mais calma, mas eu ainda estava nervosa. — Eu vou te explicar o que ele me disse. — falou, pegando novamente em minha mão.

— Fala.

— Peter me disse que ela ficava ligando pra ele, desesperada. E que não tinham usado preservativo. Ele só deve ter tido isso à ela, para fazê-la não perturbá-lo. — falou, seus olhos pareciam triste.

— Eu não acredito nisso... — sussurrei, quase sem voz. Eu não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo.

— Amor..

— Desculpa.. — cochichei. — Eu não tô bem com essa notícia. Estou mais preocupada ainda, eu devo contar à ela? — questionei-o.

— Não sei.. Acho melhor não. — respondeu, parecia confuso.

Acho que ele tinha razão, pois poderia deixá-la pior do que já estava. E eu jamais iria querer ser o motivo disso.

Respirei fundo algumas vezes, sabia que precisava me acalmar. — Me desculpa, de verdade. Eu fiquei muito nervosa, estou triste por ela. — falei, as palavras saiam de forma pesada.

— Acho que fiz mal em te contar..

— Não, eu vou ficar bem. Só preciso assimilar tudo, sabe?

Thomas me olhou, parecia preocupado. Eu tinha ficado tão tensa e tão nervosa que nem pude reparar em seu olhar apreensivo ao me ver daquele jeito, ele realmente se preocupava comigo.

— Tudo bem. — assentiu, me observando. — Quer ficar sozinha? — perguntou.

— Não, se eu ficar sozinha, eu vou ficar pensando nisso. Então.. Pode me fazer companhia?

— Claro. — sorriu.

{...}

Thomas e eu ficamos abraçados no sofá por mais de uma hora conversando, estava tão frio mas nos braços dele, eu me sentia aquecida. Já não pensava tanto no problema de Samantha, mas sabia que assim que ficasse sozinha, levantaria um clamor pela vida dela. Minha cabeça estava sob o peitoral de Thomas, enquanto o ouvia falar sobre instrumentos musicais, isso era uma coisa que eu não sabia que ele gostava tanto. E no meio da nossa conversa, descobri que ele tocava violão e guitarra.

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