Capítulo 9.

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O medo tomou conta de mim, o que tinha acontecido? Por que ele estava ferido? Por segundos eu não consegui pensar em mais nada, estava paralisada.

— Manuela, presta atenção. Olha pra mim. — falou Thomas do lado de fora, voltei a olhá-lo. — Abre a porta pra mim, sem barulho. Não deixa saberem que estou aqui, consegue fazer isso?

— Sim, sim. Só um minuto. — falei, saindo da janela.

Sai do quarto e em silêncio fui até a sala, sem acender nenhuma luz, abri a porta lentamente e pude ver Thomas, seu nariz estava sangrando e havia manchas de sangue pela sua camisa.

— Thomas! — exclamei, e em um ato por impulso, me joguei em seus braços, abraçando-o fortemente.

Thomas POV's

Manuela surpreendentemente se lançou em meus braços no momento em que abriu a porta, fiquei surpreso. Demorei alguns segundos para analisar a situação, ela parecia assustada, envolvi lentamente meus braços na cintura da mesma, abraçando-a de volta.

— Vo-vo você, o que aconteceu com você? — perguntou com dificuldade, parecia estar com a voz chorosa.

— Ei, eu tô bem, fica calma. — sussurrei, sem soltá-la.

Nesse momento eu pude perceber o quanto ela se importava comigo, talvez muito mais do que qualquer um já havia se importado. E pude ver também, que eu me importava com ela.

— O que aconteceu? — perguntou, levando suas mãos ao meu rosto e me olhando nos olhos.

— Eu tive um problema. — sussurrei, soltando-a.

— Vem, não podemos ficar aqui. — falou, puxando-me pela mão.

O lugar estava escuro, entramos em um quarto que eu imaginava ser o dela e ela acendeu o abajur. Andou pelo quarto inteiro, mexendo em algumas gavetas.

— Senta aí. — falou ao voltar com uma caixa de algodão e um vidro de anti-séptico, então me sentei na beirada da cama. — Pode arder um pouco, tá? — perguntou, parando em minha frente, molhou o algodão e me encarou.

— Pode ir. — falei, levantando meu rosto.

Delicadamente ela tocou a ferida com o algodão molhado, fazendo arder bastante.

— Que droga! — exclamei.

— Sh! — exclamou. — Desculpa, e olha a boca. — falou, e voltou a passar o algodão pelo meu nariz. — Você vai me contar tudo. — completou.

Ela estava concentrada no meu ferimento, e mesmo que não tivesse muita iluminação no quarto, meus olhos estavam fixos nos dela. Eu não conseguia entender como ela podia ser tão boa e generosa com todos, e eu tinha sorte em estar com ela ali.

Segundos depois ela terminou de fazer o curativo, então se sentou ao meu lado.

— Olha pra mim. — falou, e olhei para ela. — O que aconteceu? — perguntou, me olhando nos olhos.

— O Peter teve um problema com uma gangue há uns dias, começaram a descontar no grupo inteiro. Ontem pegaram o Stuart, hoje fui eu mas consegui fugir, depois de deixar um deles no chão. — falei.

O Milagre [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora