Capítulo 14.

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Senhor, o que eu acabei de fazer? — pensei comigo mesma assim que me dei conta do que falei.

Thomas estava me encarando, e eu estava boquiaberta, buscando palavras dentro da minha cabeça, tentando encontrar algo para dizer. Senti um frio na barriga, só queria poder voltar no tempo.

— O que você disse? — perguntou, me encarando.

— E-e-e eu.. — falei com dificuldade.

— Você está apaixonada por mim? — interrompeu-me.

— Esquece o que eu falei, Thomas.

— Não. Não vou esquecer. — se aproximou. — Sente alguma coisa por mim, Manuela? — perguntou, me olhando no fundo dos olhos.

Talvez fosse a hora de dizer a verdade, talvez de alguma forma isso era necessário. Eu senti muito medo, mas sabia que não tinha mais como fugir. O que eu poderia dizer? Que desculpa eu daria? Não me vinha nada à mente, além de ser sincera e dizer a verdade.

— Sinto. — sussurrei.

— Por quê? — perguntou confuso, ainda com seus olhos fixos nos meus.

— Eu não sei, apenas aconteceu e eu não tive como evitar. Nunca senti isso antes por mais ninguém, eu não procurei por isso, simplesmente aconteceu. Eu gosto de tudo o que você é. — confessei, abaixando meu olhar.

Eu não acreditava no que eu tinha feito, com certeza acabei de destruir uma das coisas mais bonitas que me aconteceu.

Thomas se afastou lentamente, e levantei meu olhar para ele. — Sinto muito, mas acho que, acho que ficarmos próximos não vai ajudar em nada. — falou, senti meus olhos lacrimejarem. — Eu não quero que confunda as coisas, só estamos aqui para fazer um trabalho. Desculpa, Manu. Eu não tive a intenção... — sussurrou, e rapidamente foi até o carro, entrando no mesmo e indo embora logo em seguida.

Senti a primeira lágrima rolar pelo meu rosto, e então eu sabia que não pararia de chorar. Eu o assustei, por que fiz isso? Corri para dentro de casa e fui diretamente para o meu quarto, peguei meu travesseiro, me sentei no chão e me desabei de tanto chorar.

— Manuela, por que você é tão idiota? — gritei para mim mesma.

Lágrimas insistentes não paravam de escorrer. Eu acho que nenhuma palavra antes doeu tanto quanto as que eu havia escutado.

— Senhor! — clamei em meio as lágrimas. — Isso dói. — cochichei, abraçando fortemente o travesseiro.

Não é possível que a primeira vez que gosto de alguém, tenha que doer tanto assim. Por que ele teve que mexer tanto comigo? Por que ele teve que revirar meus sentimentos? Talvez a culpada seja eu por ter deixado. Com certeza a culpa não era dele, eu fui a boba de confundir as coisas e de ter perdido minha cabeça. Meu coração parecia estar destroçado, eu só queria um abraço bem forte naquele momento. Em pensar que a culpa de tudo foi minha, o que eu pensei? Que ele olharia para mim? Eu deveria ter escutado a Samantha, eu não sou o tipo de garota para o Thomas.

— Senhor, — pausei. — arranca ele do meu coração, eu não quero sofrer. — pedi, ainda chorando.

Eu estava chateada comigo mesma, porque eu sabia que fiz errado em dizer o que sentia. Não sei porque em algum momento eu pensei que poderia ser uma boa ideia, não tive noção do que poderia acontecer e agora estou chorando em meu quarto, abraçando o travesseiro e desejando que toda essa dor passe logo. Todos os momentos com Thomas me vieram à mente, todos os nossos encontros, todos os sorrisos e olhares o que me fez chorar ainda mais, depois de trinta minutos de lembranças e lágrimas, peguei meu notebook e abri o word, então comecei a fazer um resumo de tudo o que passei com Thomas até o dia de hoje, tudo o que fizemos nos encontros, tudo o que pude conhecer dele e quanto mais eu escrevia, mais eu chorava, e não me importava.

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