Capítulo 8.

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No dia seguinte, acordei cedo para a escola dominical. Depois de me arrumar, fiz uma oração e desci para o café da manhã. Comi uma maçã, já como não tinha muita fome e então fomos para a igreja.

Falamos sobre fé na aulinha, e quando falamos de fé sempre mencionamos Abraão o nosso pai da fé. Era incrível a fé que ele tinha em Deus, era na verdade, até invejável. Fomos para o culto assim que a escolinha terminou.

O culto estava maravilhoso mas eu estava aflita, e sabia qual era o motivo. Esforcei-me para deixá-lo de lado para que eu pudesse disfrutar da casa do Senhor, então em poucos minutos, eu já havia esquecido de tudo o que me preocupava.

— Muitas vezes, nós estamos com nossos corações angustiados, — disse o pastor, em meio à palavra. — às vezes tudo o que precisamos é de uma resposta. Mas nosso Deus diz nessa manhã, não se preocupe meu filho pois Eu estou contigo e não te deixarei sozinho, não temas. — senti-me ser abraçada naquele momento por aquelas palavras, eu estava precisando tanto de um conforto, derramei-me em lágrimas. — Ele diz para que coloquemos em suas mãos tudo o que nos preocupa, tudo o que nos corrói. Confie apenas em mim, diz o Senhor! — completou, fazendo-me estremecer.

Eu sentia que Deus havia falado comigo naquela manhã, meu coração se tranquilizou e minha alma se aquietou. Senti-me ser abraçada e confortada pelas palavras ditas, aquilo me fez sentir melhor.

— Você está bem? — perguntou Grace, assim que o culto terminou.

— Estou sim. Por quê?

— Eu vi você chorando quando o pastor estava falando, você não está bem, Manu. Eu te conheço e não pode me esconder as coisas. — falou tranquilamente, passando a mão pelo meu ombro.

Como eu poderia mentir para Grace? Não poderia. Ela me conhecia muito bem e podia saber quando algo estava acontecendo.

— Eu posso te contar, mas não aqui, não é o lugar adequado. — falei.

— Tudo bem, amanhã se quiser posso ir na sua casa. — sugeriu.

— Tá bem. — concordei e a abracei fortemente, abraços sempre eram bem-vindos.

Pouco depois de uma breve conversa e de cumprimentarmos algumas pessoas, mamãe e papai me chamaram para irmos.

— Mãe, pai, vocês não anunciaram a notícia. — comentei tristonha quando entrei no carro.

— É que um dos pastores vai viajar essa semana filha, então deixamos para semana que vem. — falou mamãe.

— Ah sim..

Chegando em casa, aprontei o almoço com mamãe enquanto papai via um filme. Almoçamos falando sobre o culto, e mais algumas ideias de passeios que eu tinha. Após um breve silêncio, mamãe puxou assunto.

— O que você e o rapaz farão hoje? — perguntou-me, e papai me olhou.

— Não sei, ele não me falou. — respondi.

Não queria falar de Thomas, não queria nem pensar nele, mas parecia que algo sempre o trazia novamente para mim.

— Então é uma surpresa? — papai indagou.

— Não. Ele realmente não fala o que vamos fazer antes do tempo. — falei, tentando dar mais atenção ao almoço do que a conversa.

— É um garoto meio misterioso, devemos admitir. — mamãe falou, rindo.

Terminei o almoço o mais rápido que pude, então escovei os dentes, troquei de roupa, despedi-me de papai e mamãe, e fui para o orfanato.

Chegando lá, como de costume as crianças vieram para me abraçar e cumprimentei uma por uma, depois começamos nossas programações do dia.

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