Capítulo 25.

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Mídia acima: Música cantada por Manuela no culto.

Thomas POV's

Dizer aquelas palavras com certeza foi a coisa mais difícil que tive de fazer, vê-la enquanto eu dizia tudo aquilo, estava me deixando completamente destruído por dentro. Acho que nunca pensei que poderia sentir tanta dor assim, um tiro, sem dúvidas, doeria menos. Eu não conseguia olhar nos olhos de Manuela, a coragem e força que tive de fazer aquilo, era simplesmente inexplicável.

— Thomas.. Você não pode fazer isso. Eu amo.. — falou com dificuldade.

— Apenas esqueça o que tivemos. É o melhor, acredite em mim. — falei firme.

Antes que ela pudesse responder, dei a volta no carro e abri a porta do motorista, e em seguida entrei. Não consegui olhar para ela, apenas liguei o motor e dei partida, deixando-a ali em pé enquanto as lágrimas escorriam pelos seus olhos. Assim que saí com o carro, uma lágrima escorreu pelos meus olhos, aquela gota parecia queimar minha pele, tanto quanto meu coração estava queimado, mas a sequei rapidamente com a mão.

— Você foi sensacional! — Peter exclamou, sentando-se no banco traseiro onde estava deitado.

Peter exigiu que visse a cena, como os vidros do carro eram escuros, Manuela não o viu dentro do carro mas mesmo assim ele tentou sair da visão dos vidros, e pra isso, encolheu-se no banco traseiro.

— Você está satisfeito? — gritei enquanto dirigia, era uma confusão de sentimentos em mim, entre eles ódio e tristeza. Assim que encontrei um beco, entrei nele e freiei o carro instataneamente. — Sai do carro, agora! — gritei.

— Fica calmo, Thomas. — Peter bufou.

— Eu falei pra você sair. AGORA! — voltei a gritar, no mesmo momento Peter abriu a porta do carro e saiu, fazendo com que eu saísse também e imeditamente parei na frente dele. — Engole essa merda! — exclamei, arrancando debaixo da camisa um pequeno aparelho de escuta que ele havia colocado em mim para ouvir bem tudo o que eu iria dizer.

— Você está muito nervoso, e isso é muito engraçado pra mim. — deu uma risada debochada, fazendo com que eu cerrasse o punho.

— Cumpra com a merda da sua palavra. Já fiz o que você queria, agora vai embora! — exclamei, jogando o aparelho no chão e voltei a entrar no carro.

— Espera aí, estou longe de casa. Não vai nem me dar uma carona, mano? — perguntou, se aproximando da janela.

— Usa as suas pernas. — liguei o carro, e dei partida logo após.

{...}

Estava jogado na cama, encarando o teto, pensando em todas as coisas que eu disse, que eu fiz. Sentimento de ódio e raiva era tudo o que eu sentia ao pensar em Peter, Manuela não merecia tudo o que aconteceu. Mas simplesmente me vi sem escolha, na verdade, eu não tinha uma escolha. As coisas não poderiam ser tão complicadas para mim, quando encontro alguém que realmente me faz bem, eu tenho que perdê-la?

A minha única felicidade, tenho que perder? — pensei comigo mesmo.

Sentia vontade de gritar, queria quebrar tudo o que tinha no quarto e correr até Manuela, mas como eu faria isso depois de tudo o que eu disse? E depois eu já sabia tudo o que iria acontecer. Só ela me vinha na cabeça, não deixava de lembrar de suas lágrimas quando ouviu minhas palavras. Eu não queria deixar que tirassem de mim a garota que eu amava.

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