Sete

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Um dia chuvoso, nebuloso como talvez seja minha vida. Parece que vivo em uma montanha russa, em paralelo a vida real. Assim que desço do carro o ar frio invade meus pulmões. Umas meninas correm pela chuva com gigantes guarda chuvas outros com capuz. Já eu não me importo nenhum pouco em está completamente encharcada. Assim que piso nas escadas e avisto o gigante corredor todos me olham, impossível não notar. Vou em direção ao meu armário e tiro meu sobretudo.

Ouço as conversas paralelas e três toques de bola de basquete ao chão me chamam atenção. Andrew entra rodeado dos amigos de sempre, uma pessoa ao seu lado me chama atenção, Zayn! Ele rir com Andrew e fala com os demais. Ao passar por mim seus olhos se perdem e seu rosto fecha, pressiono os livros contra o corpo e analiso a cena que passa bem diante ao meu nariz.

Ele não parece o mesmo, não é o Zayn que esteve na minha casa ontem comendo bolinhos de arroz na mesma mesa que eu, não é o mesmo para qual revelei minha maior fraqueza

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Ele não parece o mesmo, não é o Zayn que esteve na minha casa ontem comendo bolinhos de arroz na mesma mesa que eu, não é o mesmo para qual revelei minha maior fraqueza. O sinal bate e todos correm até sua respectivas salas. Minhas pernas não obedecem e me guiam para um outro lugar. Assim que entro no banheiro vejo que está vazio, entro em uma das cabines e a tranco posicionando meu corpo e colocando três dedos garganta a dentro. Os travões gritam lá fora, os raios acendem o lugar. Mas a minha volta tudo é solidão e um silêncio perturbador.

(...)

Não entrei em nenhuma das aulas, só saí da cabine quando a campainha do intervalo das aulas tocou. Me direciono até o refeitório, preciso urgentemente de água. Me inclino no bebedouro e tomo uma boa quantidade de água. Ouço pessoas rindo e depois de tanto tempo ouvindo o mesmo som reconheço o riso do Andrew mesmo de longe. Ele está sentado em cima da mesa, ao seu lado está o Zayn e uma garota que nunca tinha visto. Num extinto minhas pernas caminham em sua direção por mais que minha vontade seja ir ao contrário. Assim que vou me aproximando vejo Andrew estender uma das suas pernas na passagem e derrubar um menino, presumo que pelo seu excesso de peso ele dessa vez foi o alvo. Minhas botas batem contra o piso de mármore e ajudo o garoto a se levantar. Meu rosto encontra o do  Zayn completamente fechado. Assim que fico de costa vendo o menino se recompor uma vontade estranha de falar nasce.

– Você é um idiota – sussurro e viro para o Andrew – O que você tem em mente?

– Foi isso que ouvi? – ele solta a bola que quica várias vezes no chão – Você me chamou de idiota?

– Eu... – Olho pro Zayn e a conversa de ontem à noite vem na minha cabeça –
Me... Desculpa.

Saio dali correndo e ouço várias pessoas rirem. Pego minhas coisas do armário e saio da escola. A chuva caí no meu corpo enquanto corro a rua. Os carros buzinam quando atravesso o faixa sem mesmo vê. Um carro para ao meu lado na calçada, reconheço o carro então corro.

– Tina! – Ouço o Zayn gritar atrás de mim – Para por favor.

Entro no parque deserto por conta da chuva e minhas botas de salto grosso afundam na lama. Entro por entre as árvores que derrubaram toda a sua água acumulada em mim. Pequenos cortes são feito na minha bochecha ao passar por um rosário. Assim que olho pra trás pra me dá conta que não tem ninguém atrás de mim meu corpo bate em algo. Zayn segura meus pulsos que doe e me puxa contra uma parede de tijolos que suponho ser a traseira da igreja central. Me contorço contra seu corpo mas por conta de estarmos molhados não passa de uns movimentos desordenados.

– Para por favor – ele me vira de frente para a parede e se posiciona atrás de mim – Você... Você vai se machucar.

– Me solta agora – suspiro pesado – Eu vou gritar, juro que vou.

– Não – sinto meus cabelos molhados puxados para trás – O que acha que está fazendo? – ele me vira agora a sua frente e passa os dois braços em volta de mim evitando qualquer movimento.

– Você é um imbecil igual a ele –
estamos tão próximos que até trocamos ar - Não deveria me assustar está andando com ele de novo.

– Ele prometeu parar – ele me pressiona ainda mais – Prometeu não te atormentar mais.

– Você não vê Zayn? –  tento o afastar –Ele não machuca só eu, não sou a única que corta os pulsos por vocês Zayn. Vocês são uns imbecis que brincam com os outros como... Como...

Meus olhos se perdem nos seus e não consigo nem mesmo terminar o que estava falando. O sino da igreja toca como seu anunciasse que esse momento seria só nosso.

– Eu não vou deixar ninguém machucar você – ele encosta sua testa na minha – Ninguém vai machucar.

Afirmo com a cabeça e minhas mãos envolvem seu pescoço. Uma espécie de suspiro é trocado entre a gente e assim que o sino para de tocar sinto seus labios tocarem o meu. Uma forma bruta que me mostra ser verdadeiro todo aquele momento. Meus dedos cravam seus cabelos enquanto tento puxar o ar que por proximidade dos nossos corpos falta. Suas mãos agora pressionam minha cintura e me equilibro contra a parede. Uma mordida leve termina nosso beijo e ele se afasta. Me recomponho e o olho.

– Vem – ele me estende a mão e pego – Preciso levar você para casa.

Apenas por querer| ZOnde histórias criam vida. Descubra agora