Vinte e cinco

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Meu corpo vai para trás e me assusto quando seguram os dois braços do Zayn. Sem pensar duas vezes jogo o resto de água no rosto de um que se assusta e solta seu braço. Ele vira e rapidamente joga o que ainda segurava seu braço no chão fazendo o se contorcer. Zayn agarra minha mão e nos leva porta a fora. Corremos até o carro e o Zayn acelera por uma viela ao lado. As sirenes estão muito mais altas.

(...)

Era inverno. Tina já se encontrava fora de casa fazia um mês. Zayn a tratava como uma completa estranha. Pelas visitas aos vários hotéis de estradas assim que ela entrava no banho Zayn desaparecia ostentando sua presença vez ou outra pelas noites aonde ela o encarava por canto de olho. As conversas quase não existiam o contato mais próximo que eles tinham era um beijo na testa. Isso passou realmente de todos os limites que ela tinha posto. Um mês sem saber o que é casa, sem seu quarto claustrofóbico, sem as rodas da fortuna altas assistidas pelo avô. Certo dia ao passarem pela barreira polícia ela pensou duas vezes em saltar do carro e ir até os policiais ali espalhados mas algo a impedia. O cara ao seu lado tinha o poder mesmo sem palavras de a prender nele. E essa dominação a assustava. Lutando contra o sono em mais um quarto meia boca de hotel ela encarava a porta. O grito enferrujado das dobradiças a alertaram. E lá estava ele com um olhar intenso a encarando.

Tina...

– O que faz acordada tão tarde? – Ele me encara desviando os olhos – Você precisa dormir.

– Vamos para casa – pressiono os joelhos contra as pernas – Amanhã!

– Do que está falando? – seu corpo está próximo do meu assim que levanto.

– Que amanhã eu estarei em casa e você também – cruzo os braços – Chega Zayn! Fim de jogo!

– Isso não é um jogo! – ele puxa os cabelos quase os tirando – O que deu em você?

– Olha como me trata! É como se eu estivesse sendo... – tento escolher as palavras – Sequestrada!

– Não estou sequestrando você! – ele grita e encaro seus olhos cansados.

– Você se quer olha na minha cara Zayn! E posso apostar o que faz nessas noites fora é algo muito sujo e com mulheres sujas – seguro uma lágrima.

– Se você acha que estou saindo com mulheres a noite está enganada – ele chuta uma cadeira a fazendo cambalear.

– Zayn! Não minta para mim – dou espaços a lágrimas.

– Falo a verdade garota – ele vem até mim – A única coisa que faço a noite e fumar um baseado qualquer que encontro nessas bocas e ficar tão anestesiado ao ponto de esquecer essa merda toda!

– Esquecer que tem um peso com você? – Dou uma gargalhada nervosa – Melissa estava certa não é mesmo? Eu atrapalho você! Você deveria dar um fim nisso tudo! Pegue sua arma atire em mim! Acaba com tudo isso... Eu não aguento mais Zayn!

– Não Tina! Você não me atrapalha eu atrapalho você! Sabe o que mais gostaria de fazer agora? – ele me analisa – Nunca ter falado com você, nunca se quer te entrado naquela bendita escola. Você é a pessoa que mais me importa e olha o que estou fazendo? Te tirei da sua família, de tudo Tina por que sou egoísta de mais em pensar ficar longe de você mas... Eu preciso. – Seu corpo caí na cama e suas mãos vão até me rosto.

– Zayn... – balbucio e sento ao seu lado.

– Eu tenho nojo de mim! Eu tenho raiva de falar com você, de pensar em te manter comigo – ele está chorando? – Eu preciso deixar você ir!

– Vem comigo... Cumpra o que tem pra cumprir eu juro que espero Zayn! – choro.

– Olhe para mim – suas mãos seguram seu rosto – Eu amo você! Não posso por você e minha família em risco se eu voltar. Eles vão querer informações, e seja quem for que esteja atrás daquele ataque vai querer tirar algo de mim para me afetar. Eu preciso ficar longe e você... Tem que voltar!

– Eu não volto sem você – meu rosto está cheio de lágrimas.

– Volta sim! Você precisa fazer isso por nós dois e pela sua família! Tina por favor! – ele acaricia meu rosto.

– Sim!– derrubo de vez minhas lágrimas.

Seu rosto aproxima do meu e a quentura do seu corpo atingi o meu. Minhas mãos pousam no seu abdômen enquanto sinto o salgado das minhas lágrimas. Meu coração aperta só de pensar em não o vê nunca mais. Dói tanto essa sensação. Mas ele está certo! A polícia não vai desistir em me achar e o quanto antes eu me entregar e falar que nada não passou de uma fuga adolescente vai ser melhor. Sinto meu corpo indo de encontro a cama e seu peso sobre mim. Minha respiração pesa e um sorriso tímido no meu rosto surge. Senti-lo mais uma vez vai ser a saciedade que meu corpo tanto pediu.

(...)

Estamos em uma estrada, seguro a mão do Zayn enquanto ele manuseia o freio de mão. Ele parece ruborizado em sentido a saída do estado. Ele para o carro na lateral da avenida e percebo que chegou a hora.

– Você fica aqui – ele solta um suspiro final.

– Sim – tiro o sinto.

– Você sabe o que tem que fazer não é?

– Sim eu sei – pesco minha mochila do banco de trás e posiciono meus dedos na trava de segurança.

– Ande apenas no acostamento entendeu? – sua voz saí trêmula.

– Droga Zayn eu entendi! – sem me controlar choro.

– Porra não faça isso – ele bate contra o volante.

– Eu não quero Zayn! Por favor não! – enxugo as lágrimas com a jaqueta lã.

– Você precisa Tina! Por favor não piore tudo – suas mãos vão até a boca e ele ofega.

– Eu te amo muito – o abraço e ele pressiona meu corpo – Me prometa que você vai ficar bem?

– Eu prometo! E me prometa que nunca mais você vai fazer isso tudo bem ? – ele pressiona os cortes do meu pulso.

– Sim! – o abraço mais uma vez e meus soluços de choro começam.

– Você precisa ir... Daqui a pouco escurece e você tem que chegar na barreira antes disso – ele fecha os botões da minha jaqueta – Está frio use isso. – ele põe o gorro que estava na sua cabeça em mim.

– Eu... Eu te amo – o abraço mais uma vez.

– Eu amo você demais – ele me dá um beijo demorado – Agora vá!

Abro a porta e antes de sair lhe dou mais um beijo. O som da porta batendo faz meu coração quebrar em pedaços quando estou do lado de fora. Zayn faz uma manobra com o carro e entra em uma estrada de terra ao lado da avenida a medida que o carro vai ganhando velocidade me desespero. Corro até ele pela estrada mas ele não para.

– ZAYN! PARA POR FAVOR – entro na estrada mas o carro ainda acelera – POR FAVOR!

Corro até ele mas ele some de vista. Meu desespero está maior. Minhas lágrimas caem a todo momento! Repito seu nome e recebo um silêncio em resposta. Meu corpo caí no chão de barro eu dou espaço a todas minhas lágrimas.

Aí que cap 💔💔💔

Apenas por querer| ZOnde histórias criam vida. Descubra agora