Trinta e dois.

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Próximo ao peito do Zayn sinto sua respiração desregulada. Rodopio meus dedos por entre suas tatuagens e contraio meu corpo com o dele. Estamos assim à meia hora. Meu celular despertar me alertando que preciso ir ao trabalho.

– Onde vai? – ele fala assim que levanto.

– Trabalhar – procuro minha roupa pelo quarto.

– Levo você – ele diz.

– Não – ergo a mão – preciso ir só.

– Tina por favor! – ele me encara mais uma vez.

– Não Zayn! Me deixe – quase grito.

– Tudo bem? – ele levanta da cama e me encara.

– Não está nada bem – passo minhas meias pelas pernas.

– Olha... – ele toca a minha mão – Tudo ficará bem.

– Eu vou resolver tudo isso – fecho os últimos botões da minha blusa.

– Não se esqueça de algo – ele roda os polegares pelos meus lábios – Eu amo você, mais que tudo nessa vida!

– Me dê um tempo – Me afasto – Eu estou mal com isso.

– Por quê? – ele volta a fazer o que fazia.

– Porque sim Zayn! Esse é o porquê – passo meu colar pelo pescoço.

– Tudo bem. Está tudo bem! – vejo seu corpo se afastar.

– Tempo... Eu preciso de tempo – abro a porta.

– De tempo é o que mais entendo – a voz dele saí baixa e fecho a porta.

Desço as escadas de ferro e cruzo seu carro. Algumas pessoas me olham. Mas não importa. O dia continua lindo, pareço leve a ponto de flutuar. Meu celular toca mais uma vez e vejo o nome do Andrew ocupar quase toda a tela do celular. Mais um "estou bem" é enviado. Vou até o ponto de ônibus mais próximo e logo ele chega. Subo o veículo e sento em uma das cadeiras laterais. Grudo meu rosto na janela gelada, olho o movimento das pessoas lá fora e algo me chama atenção. É o Andrew! O ônibus nem mesmo andou e peço a todo custo que o motorista abra a porta. Desço o ônibus e o acompanho com o olhar. Andrew caminha rapidamente, acelero o passo apesar de saber aonde será sua parada. Obviamente ele está indo falar com o Zayn. Olho de baixo do prédio e o vejo bater a porta dele rapidamente. Ele entra e corro para subir os três andares de escada. Chego no último com uma falta de ar pelo meu sedentarismo e aulas de Pilates abandonadas. Me aproximo da única porta do andar e tento ouvir o que eles falam. São 4 da tarde. Meu horário no café já começou a meia hora. Pego meu celular é mando mensagem ao meu chefe com uma desculpa esfarrapada de mais uma morte na família. Posso ouvir eles cochicharem mas obviamente não entendo nada. Os barulhos de carros lá fora diminuem e consigo ouvir um pouco melhor. Eles discutem, não consigo entender bem o motivo. Um barulho forte me faz dar dois passos para trás. São tiros! Zayn abre a porta bruscamente e me puxa para dentro. Estão atirando de baixo do prédio. Andrew me olha curioso enquanto abraço o Zayn. Me afasto assim que percebo o que estou fazendo.

– O que está acontecendo? – falo baixo.

– Eu não sei... Alguém deve ter invadido alguma boca de fumo próxima – Zayn fecha as cortinas da janela.

– O que faz aqui Tina? – Andrew enfim pergunta.

– Eu... Eu... – não consigo formular uma frase se quer.

– Quer saber? Esquece! – Andrew abre a porta.

– O que está fazendo? É perigoso sair agora Andrew! – me aproximo e tento o puxar.

– Você já me machucou o bastante nada importa – ele fecha a porta.

– Vai atrás dele, está seguro! – Zayn me encara.

– Vocês só podem querer me enlouquecer! – corro até a parte de fora.

Grito o nome do Andrew várias vezes. As mesmas pessoas de antes voltam a me encarar. Ele não faz questão de parar e me ouvir. Tento correr pela calçada mal feita e tropeço nos meus saltos. Desisto de correr e grito seu nome que dessa vez me olha. Andrew me encara com os olhos vermelhos. Meu coração parece partir.

– Esse colar... Lembro quando lhe dei ele – ele se aproxima.

– Eu lembro também – o encaro.

– Seu pingente – ele levanta a pequena peça – Você esqueceu na cama dele!

– And... – tento falar.

– Sabe o que lembro também? – ele segura as lágrimas – Quando o Zayn sumiu aquela semana na escola. Meu Deus você ficou tão preocupada. Seus olhos me diziam isso. Eu tive inveja dele. Inveja do meu melhor amigo por ter alguém como você! Eu quis acabar com isso. Lhe dei o endereço dele! Eu quis que você visse como ele era! – ele prensa meu corpo na parede – Mas você não se importou, você sempre esteve com ele. Fugiu com ele, abandonou tudo por ele... Você sempre fara isso. Não importa que eu te ame o quanto eu te amo... Você sempre vai escolher ele.

– Eu não posso te amar Andrew – choro – Desculpa eu não posso.

– Eu sei! – ele me abraça – Eu sempre soube... Você tem que ser feliz!

Andrew se afasta e seguro minhas lágrimas. Meu corpo volta a fazer o caminho de antes e quando dou por mim já estou batendo na porta do apartamento do Zayn e assim que ele abre o abraço despejando todas minhas lágrimas contra seu corpo.

Que capítulo meu Deus.

(Já tá acabando)❤❤

Apenas por querer| ZOnde histórias criam vida. Descubra agora