Vinte e seis

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3 meses depois...

Acordo com a campainha da escola dando sinal de vida me inclino na cadeira e pego minha mochila ao lado. Enfio tudo lá dentro e caminho até a saída. Mrs Reynos fala algo como "essa é a terceira vez" mas o ignoro indo até os corredores. Os olhares mesmo depois de tanto tempo ainda são voltados para mim. Pressiono os livros contra o corpo e vou até o meu armário.

– Perderam alguma coisa? – ouço a voz do Andrew atrás de mim – Acho melhor circularem.

Aos poucos os olhares em cima de mim são desperços coisa que o Andrew sempre faz. Ele tem sido algo essencial nessa nova rotina. Apesar de olhar para ele e lembrar do Zayn todas a vezes a sua companhia me faz bem.

– Obrigada And – pego meu moletom do armário.

– De nada Tinica – ele bagunça o meu cabelo – Vai ter boliche hoje tá afim de ir?

– Acho melhor não – fecho o armário – prometi a minha mãe que ficaria em casa essa noite para ela e meu pai saírem. Preciso ficar com meu avô.

– Ah claro – ele da um sorriso de lado.

– Você tem alguma notícia dele? – mais uma vez pergunto.

– Não... Nenhuma – vejo seu olhar perdido.

– Claro! – arrumo a mochila – Até amanhã!

– Até amanhã – ele me abraça e deposita um beijo na minha testa – Cuidado.

Andrew nunca tinha feito isso, estamos realmente mais próximos esse tempo mas esse carinho me assustou. Seguro os livros e caminho até fora da escola. Logo estou no pátio e encaro o carro do meu pai a minha vista. Rapidinho estamos em casa que não era tão longe assim da escola. Dou um beijo no meu avô e subo as escadas de madeira até meu quarto. Tiro a blusa e o reflexo do espelho me mostra a pequena faca e a lembrança daquele dia. Meu nome é mencionado lá em baixo e rapidamente desço. Minha mãe da informações sobre os novos coquetéis de remédio do meu avô e presto atenção em tudo. Essa vai ser a primeira noite que ficamos só eu e ele desde que voltei para casa e a primeira que meus pais saíram. As sete da noite os dois saem e fico ali analisado a roda da fortuna com meu avô. Meus olhos pesam e dou uma rápida cochilada.

(...)

Meus pés doem. O céu já está escuro! Talvez eu tenha passado tempo demais ali naquela estrada barrenta na expectativa de ele voltar, mas isso realmente não aconteceu. Carros passam ao meu lado e buzinam alertando meu perigo. Assim que vejo a barreira policial recuo o passo... Não posso voltar, não sem um pedaço de mim. Ao virar para trás as luzes da sirene me assustam. Uma viatura se aproxima e me alerta que motorista preocupados comigo os avisaram. Digo que vou sair da pista mas um deles me reconhece. Ao falar meu nome uma pitada de amargura me invade. Ao entrar no carro meus pés pesam, minha mente da mil e uma voltas. Sem pensar  direito sou escoltada até o hospital lá eu apago e só acordo com policiais me fazendo perguntas e a única coisa que falo é que "fugi" e mais nada. A dor no outro dia foi maior ao vê meus pais naquele lugar. Minha mãe chorava tanto, meu pai com seu jeito sério me mostrava também está emocionado pelas fungadas no nariz. No outro dia fui para casa a saudade do meu avô talvez fosse uma das maiores. Uma semana depois fui para escola. Pessoas me perguntavam tudo a todo momento mas eu não queria falar com elas. Andrew passou a afastar cada uma e assim nos tornamos próximos.

Acordo assustada mais uma vez durante a semana. Esses sonhos misturados com lembranças me assustam. Sento no sofá e analiso meu avô. É seu horário de dormir então o levo até o seu quarto de baixo das escadas. O ponho na cama e fecho a porta. Ouço o bipi do meu celular e o abro. Uma mensagem do Andrew faz um sorriso involuntário surgi no meu rosto.

– Está perdendo um belo jogo – uma foto anexada do lugar quase vazio me faz rir.

– Talvez eu devesse ter ido mesmo – penso duas vezes e envio a mensagem.

– O que houve?– a resposta é rápida.

– Nada! Estou bem! Aproveite. – Me arrependo de ter mandado aquilo.

– Não está nada bem – Talvez ele me conheça mais do que pensava.

– Você pode vim aqui? Faço pipoca – preciso urgentemente da companhia de alguém.

– Não eu faço! Você é um desastre na cozinha mulher – dou risada das lembranças.

– Não sou nada. Só queimei a pipoca uma vez  – foi mais vezes que isso.

– 5 vezes nas 5 que fomos vê filme na sua casa – acho graça.

– Que seja! Então vem?– mando um emoji de olhos virados.

– Estou ligando o carro!– uma foto da chave vem anexada.

– Ótimo! Espero você.– mando uma minha dando a língua.

– Beijo – ele não está mais online.

Corro até a porta de casa e analiso o céu estrelado. Um som de lixeira caindo me assusta e olho até a rua deserta e escura. Não vejo nada mas parece que alguém está ali. Vejo faróis se aproximarem e noto ser o carro do Andrew. Logo ele está ali na frente e desce do carro vindo até mim.

– O que houve? – ele olha para rua junto comigo.

– Nada... Vem – o puxo pelo braço e fecho a porta.

– Vou fazer a pipoca – Andrew vai até a cozinha.

Fecho as janelas da casa. E espero Andrew no sofá. Logo ele vem com uma tigela de pipoca em perfeito estado. Escolhemos um filme qualquer e me encolho no sofá. Logo depois de enjoarmos sem se quer ter chegado na metade ele põe um de terror. O filme realmente me dava medo. Chego mais ao seu lado e ele passa o braço por cima de mim. Grito e me encolho próximo ao seu corpo em uma das cenas. Ele rir alto ponho minhas mãos na sua boca para ele não acordar meu avô. Nossos olhos se cruzam e em menos de um segundo seus lábios estão nos meus. Um beijo! Andrew está me beijando. Não correspondo no começo mas aos poucos faço isso. É estranho então nossos lábios se afastam.

– Eu escolho o próximo – ele pega o controle.

– Claro – me afasto um pouco.

Zayn aparece nos meus pensamentos. A angústia de não saber notícias suas volta mais uma vez. Olho para o Andrew e sem muitos motivos o abraço. E então assistimos o resto dos filmes desse modo.

E ai gostaram? Hhhaa Tina se revelando.

Apenas por querer| ZOnde histórias criam vida. Descubra agora