Catorze

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– Como assim os três?– Zayn quase grita.

– Os três estão causando alvoroço e por isso ficaram mais uma hora – sento e cruzo os braços.

– Você vai se arrepender Tina – Andrew cospe as palavras.

– Dúvido –  falo baixo com o medo tomando conta.

A feição do Zayn é algo indecifrável. Por hora ou outra ele abre um sorriso. Mas algo me diz que ele não estar confortável em está ali. A adrenalina bate ainda mais forte quando o primeiro horário é cumprido deixando apenas os três ali na minha frente. Por fora sou a pessoa mais forte do mundo. Mas por dentro desmancho em medo. Andrew me encara emburrado, Josh não liga muito. Já o meu menino está ali, sentado com os olhos cravados no relógio. É possível ouvir as passadas de minuto vinda do mesmo. Minhas mãos pressionam as pernas. No momento tudo que preciso é que acabe realmente esse tempo... Assim dito, já se passou uma hora. Andrew levanta em seguida o Josh saindo dali. Levanto da cadeira e organizo as assinaturas.

– Acabou Zayn... –  minha voz falha –  Já pode ir a festa.

– Claro... –  ele levanta.

Meu corpo tenta ir em sua direção. Preciso o beijar e saber se tudo está bem. Mas ele não me obedece. O observo se levantar calmante e passar por mim. Seu cheiro de menta invade minhas narinas. A sala se torna uma grande e vazia sala. Gelada, árida. Não sei se corro ou fico. Quero segurar seus braços, e pertencer a ele. Nem mesmo lembro se existe um motivo para isso. Não brigamos... Ou brigamos?

– Zayn espera... –  falo na sala vazia e corro até o corredor – Espera Zayn! –minhas botas batem no piso e me aproximo – O que houve?

– Não houve nada... – ele vira de costa e volta a andar.

– Eu fiz algo? O que fiz? Eu posso concertar... –  quase imploro que ele me ouça.

– Não fez nada, devia pegar suas coisas não saia tarde daqui –  ele me deixa ali plantada.

– O que... Zayn me ouve... –  fico mais uma vez a sua frente.

– Será se não entende? Eu não quero falar com você. Me deixe em paz Tina, volte para sua vida e me esqueça. Esqueça absolutamente tudo isso – ele me empurra e cambaleo para cima dos armários.

– Você pode pelo menos me contar o que está havendo? Por que esse tratamento? Eu errei em algo? No que? Me fala? – bato as mãos contra o armário.

Minhas pupilas embaçam, as lágrimas tomam conta do meu rosto. O vejo sair assim, sem mesmo me explicar o que houve. Minhas pernas enfraquecem e caiu ali no chão gelado mesmo. Eu não sei muito sobre as relações, mas eu e ele estávamos bem. Nos entendiamos, nas nossas trocas de farpas ou um pensamento em comum. Me levanto e volto até a sala. Levo um baita susto ao vê o Andrew ali na minha frente.

– Esqueci o meu... – ele começa a falar – Não te devo explicações.

– Tudo bem. –  recolho minhas coisas.

– Pode ir a festa ainda. – Andrew me convidando? Muitas surpresas para um dia só.

– Não... – seguro minha mochila.

– Precisamos de um esquesita para zoar a noite toda – ele pega um dos seus celulares na caixa, nem mesmo percebi que restava um ali.

– Passo...– vou até a porta – O Zayn já fez isso por você.

Caminho pelo corredor e ouço os passos do Andrew atrás de mim. Logo que saio da escola observo o tempo fechado. Talvez como a minha vida. Preciso começar a me acostumar que o real é totalmente doloroso, a ficção é bem melhor. Na ficção os amores são intensos, sagazes, eternos. Na vida real qualquer coisa parecida com amor machuca por dentro. Destrói, corrói, dói como nenhuma dor faz doer, dói mais que os cortes de lâminas cegas no pulso. Talvez doa mais que a própria morte. Assim que piso em casa a tradicional estalada de madeira que soa com meu peso chama a atenção do meu avô. Ele me solta um sorriso lindo. Parece que aquilo ali é o sol, mesmo que lá fora ainda chova. Sento ao seu lado no sofá, o analiso por um tempo. Amava ouvir as histórias que ele me contava, sobre seu romance com a vovó. Mesmo em meio a toda aquela guerra, eles se amavam e mesmo com tiros de canhões e bombas o único barulho que importava era o coração dos dois batendo freneticamente quando se encontravam. Isso sim, era amor, amor de verdade. Enxugo as lágrimas que nem sabia que caiam. Pego meu celular é disco o número do Zayn. Eu preciso ao menos entender o que houve.

– Alô? – uma voz feminina fala – Seja quem for ele está ocupado mas obrigada por ligar.

Desligo o celular e olho varias vezes para o ecrã. Mais uma vez fui boba, tola um verdadeira idiota. De todos as pessoas que já me magoaram com toda a certeza ele foi o pior.

Mil perdões pela demora a postar. Mas a gripe me pegou em cheio ❤🌸
  

Apenas por querer| ZOnde histórias criam vida. Descubra agora