Mesmo morando a um certo tempo aqui confesso que muitas ruas ainda me são desconhecidas. O endereço que Andrew me deu é de um bairro sofisticado. Carros transitam a todo momento na rua principal. Padarias e sorveterias estão por todo lado. Isso faz com que meu estômago dê sinal de fome mas não posso pensar nisso agora. Corro meus olhos pela rua e procuro a casa 56. Olho duas vezes para o papel pra vê se está certo realmente. É uma casa grande, tem dois carros lindos na frente junto com o do Zayn. Bato meus pés na escada de madeira fazendo um estalo. Toco a campainha e ouço passos dentro da casa.
– Olá – uma mulher fala assim que abre a porta.
– Eu... Vim falar com o... – mal termino de falar e ela me deixa sozinha na porta.
– Zayn! Suba aqui e atenda sua visita – ela grita e ouço seus passos subindo as escadas.
Cruzo os braços contra o peito. Fiquei visivelmente constrangida. Ela é sua mãe? Claro que não. Lembro muito bem agora que ele falou que mora com amigos da família. O frio invade meu corpo e a porta é aberta totalmente mais uma vez. Zayn está na minha frente com um moletom cinza e calça preta. Seu rosto está visivelmente cansado, olhos vermelhos e barba por fazer. O cabelo está jogado pela testa. Ele tenta se aproximar mas tropeça nos próprios pés e se apóia na porta que o joga um pouco para trás. Dou um passo a frente mesmo sem ser convidada e entro na casa apoiando seu corpo. Sinto o cheiro de bebiba, e a mistura de algo a mais que não identifico. Seu corpo está gelado, toco sua testa e vejo gotas de suor caindo.
– Você está bem? – o puxo para dentro – O que está acontecendo?
– Tina... O que faz aqui?– ele volta a posicionar o meu corpo para fora da casa.
– Bom... Você não foi às aulas. Não o vi mais, nem mesmo atende minhas ligações eu fiquei... Preocupada – cruzo os braços para reter a vontade de o tocar.
– Preocupada? – ele solta uma risada no tanto irônica – Você me odeia lembra? Não se preocupe, não és a única.
– Sou sua amiga a cima de tudo! – minha voz saí baixa.
– Eu não te quero como amiga Tatiana! – Seus olhos ficam ainda mais vermelhos – Eu não te quero como nada. Cansei! Saia daqui!
– Por que não acredito nisso?– abro um sorriso e o vejo arregalar os olhos.
– Por que é a mais pura mentira – ele larga a porta e se aproxima.
Meu corpo rola pela parede da parte de fora e ele me prensa contra a parede erguendo minhas mãos para cima e invadindo minha boca com um beijo. Um beijo quente com gosto de álcool. Inalo seu cheiro e inspiro sua boca. Tento achar ar mas é quase impossível. Suas mãos chegam a machucar minhas costelas. Tento soltar minhas mãos. Em vão! Ele me pressiona cada vez mais. Paramos assim que ouço carros se aproximarem. Zayn me solta e quase caio para frente com o susto. Dois carros param frente a casa. Vejo caras de preto se aproximarem. Olho bem para um deles e vejo nitidamente ele guarda uma arma dentro da calça. Seguro a mão do Zayn e tento o falar algo mas ele simplesmente me puxa para dentro da casa. A mesma mulher que me atendeu mal ainda pouco desce as escadas acompanhada com um homem que mal olho o rosto. Eles tem malas nas mãos. Zayn me puxa até a cozinha e abre uma porta que me faz entender ser um porão. Descemos e observo que aqui é mais que o porão e sim seu quarto. É um lugar úmido, como ele dorme aqui? Ele praticamente me joga na cama e anda de um lado para o outro. É um lugar bem organizado. Sua cama é mais um colchão em cima de uma haste de ferro. As paredes de tijolos expostos tem prateleiras com livros e pôsteres de bandas. Em baixo da escada tem uma mesa. Perto de uma janela que dá espaço para ar tem armários. Perto da cama tem desenhos espalhados discretamente, uma porta logo a baixo da escada que suponho ser um pequeno banheiro. Minha costa toca a parede e o gelado me faz arrepiar. Zayn se aproxima de uma pequena geladeira e pega uma garrafa de certeza a abrindo em um dos degraus da escada. Ouço passos a cima de nós e me encolho um pouco de medo. Afinal, lá em cima tem caras com armas fazendo sei lá o que.
– Não fique com medo. Eles não farão nada – Zayn finalmente fala.
– Eles estão armados Zayn! – falo bem baixo para não ouvirem.
– Você precisa se acalmar – ele parece bem mais nervoso – Porra!
Zayn joga a garrafa contra a uma parede e solto um grito agudo pelo susto. Ele repete varia vezes "você não devia está aqui" enquanto anda de um lado para o outro praticamente furando o chão.
– Eu preciso ir embora – falo um pouco amedrontada.
– Você não pode sair... – ele se joga no chão e senta – eles não vão deixar.
– Do que está falando? – fico de pé – Eu vou sair daqui agora!
– Tina por favor, me entenda você não pode sair agora – ele fica de pé e segura meu pulso mas me afasto.
– Que tipo de coisa é essa? – minha voz saí alta.
– Você não entenderia – ele está chorando?
Me aproximo do seu corpo e sua cabeça se posiciona acima dos meus ombros e o abraço. Eles não pode me prender aqui! Que tipo de pessoas eles são?
Feliz carnaval se isso existe ❤😂
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Apenas por querer| Z
FanfictionO mais complexo dos sentimentos bate na porta de Tina Roods, parece paranóia...fantasia? Ou realmente acontece! Zayn pode ser tão estúpido como ela supõe mas é esse estúpido garoto que a tira do mais amargo dos sentimentos. O ódio de si mesma! Tina...