Capítulo 3

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Ana

Ainda não estou em mim, ainda não acredito que conheci aquele rapaz na floresta, o qual parece ser completamente diferente de todos os rapazes que já conheci, ele era tão lindo, culto, educado, carinhoso.

- Ana! Até que enfim! – Disse a minha tia meio chateada.

- O que passa? Desculpa pelo atraso, mas distraí-me na conversa com um rapaz.

- Pronto, tudo bem! – Virou-me as costas e voltou novamente para junto de mim. – Espera! Com um rapaz?

- Sim um rapaz que encontrei por acaso na floresta. Até que era muito simpático. – Disse.

- Mas quantas vezes já te disse para não falares com estranhos?

- Tia, ele não é estranho nenhum! Ele trabalha para o rei Artur, é um dos guardas, para além, ainda poderá ser meu colega de turma na escola, porque ele irá frequentar o mesmo ano que eu!

- A sério? – Demonstrou-se ter ficado surpreendida. – Bem, sendo assim vai-te a ele!

- Como assim tia, eu não estou a entender. – Fiz uma cara de indignada. – A tia quer, que eu fique com ele ou que faça-me a ele, só porque estuda na escola do reino e porque trabalha para o rei?

- Claro! – Disse-me com um tom de voz como se fosse normal.

- Tia, eu não estou a reconhece-la. Você não é assim. Eu gosto muito de ti, mas...- Interrompeu-me.

- Mas nada Ana! Eu bem sei o que estou a dizer! Já viste como temos estado a viver nos últimos tempos? Há imenso tempo que não temos roupas novas, comemos aquilo que a terra nos dá (vegetais, fruta etc), cada vez o teto da nossa casa está mais frágil e não temos dinheiro para fazer umas obras. Nós temos que arranjar uma solução para isto tudo querida!

- Tia, percebo que realmente não temos estado a viver nas melhores condições, mas porquê agir assim? Não foi essas as lições que a tia me deu, pelo contrário, sempre me disse que devíamos nos dar ao respeito, e não utilizarmos os outros para adquirirmos determinadas coisas. – Suspirei. – Mas o quê que se passa consigo tia? Você não é assim!

- Nem eu sei o que se passa comigo. – Começou a chorar. – Eu ando diferente, mas não sei o porquê!

- Era para ir aquela sessão no palácio, mas com isto tudo, já perdi a vontade toda.

- Não querida, vai! Não deixes de fazer a tua vida por minha causa, para não falar que, estou a ficar assim, louca, mas é por causa da minha idade. Já não vou para nova.

- Agora depois de me ter dito isso, é que não me sinto descansada ao ir embora e deixa-la aqui sozinha. Para além, pelo que soube, as aulas afinal começam amanhã.

- Oh meu deus, mais um problema! O que vais levar vestido?

- Eu levo um dos meus vestidos que ainda estejam acessíveis, depois pego em algum trapo que esteja por aí da minha mãe, passo pela dona Armanda e pergunto se no próximo mês poderia pagar. – Sorri.

- Se não houver problema, irei ficar aliviada. – Disse com um sorriso.

- Agora vamos almoçar? Com esta conversa toda que já tivemos, o almoço deve estar frio. – Disse.

- Sim querida, tens razão! Vamos, almoçar.

Príncipe André

- Olá pai, cheguei! – Disse com outro olhar. – Tenho uma novidade espetacular para dar.

- Aleluia, eu bem preciso de boas novidades. O que tens a dizer? – Começou a tossir.

- Pai, estás bem? – Perguntei com alguma preocupação.

O meu namorado é um Príncipe - 1°LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora