Capítulo 33

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Eduardo
Hoje é definitivamente o pior dia da minha vida! Ainda não consigo acreditar que aquela bruxa retirou da minha vida, as duas pessoas que eram fundamentais para mim, e as quais são um tudo na minha vida! Eu não sei como reagiriam se acontecesse o que aconteceu comigo, mas só eu sei a cede e a vontade que tenho de me vingar daquela maldita mulher! Se eu pudesse, dava cabo dela, da mesma forma que ela retirou a vida aos meus pais sem terem culpa de nada! A verdade, é que sei, que se não tivesse ajudado a Ana, os meus pais estariam bem e estávamos os três felizes, mas ao mesmo tempo eu não era capaz de abandonar ou dizer que não, há Ana. Nós crescemos juntos, conheço-a muito bem, e sei que ela faria o mesmo por mim, pelo menos, antes fazia. Desde que ela está com o André e pronta a subir ao trono com ele e principalmente grávida, ela deixou de ser aquela moça que conheci e apaixonei-me. Não sei se são filmes da minha cabeça, não sei se são ciúmes, mas sinto que ela está muito ausente na nossa amizade. Já não temos aqueles momentos de melhores amigos, já não jantamos ou almoçamos sozinhos, já não passeamos, já não fazemos absolutamente nada! Agora, tenho sempre que dividi-la com o João ou com o André, nem dá para desabafar com ela, porque estaria sempre algum deles a ouvir. Será que ela não sabe o quanto isso magoa? Será que ela tem noção que agora preciso dela mais do que nunca? Na volta, está tão preocupada com o seu casamento forçado, sim casamento forçado, porque a conhecendo como conheço, eu sei que se não fosse pelo reino, ela não casaria tão cedo, mas continuando, como está tão preocupada com isso, e também para agradar o André e o reino, não irá dar nem um bocado de assistência.

- Eduardo! – Chamaram-me enquanto andava pelo jardim. – Eduardo! Ouve-me! – Quando olhei definitivamente para trás, era a Ana.

- Diz. – Disse assim que parei de andar.

- Preciso de falar contigo.

- Nós não temos nada para falar Ana. – Suspirei. – Assim que os meus pais forem enterrados, eu vou-me embora.

- O quê!? – Perguntou enquanto demonstrava chocada.

- Sim. A nossa amizade já não é a mesma, eu não estou aqui a fazer nada no palácio, já tens a tua vida em ordem, tal como também a tua tia já está presa. Eu vou-me embora.

- Não Eduardo! – Começou a chorar. – Eu preciso de ti, como tu precisas de mim.

- Ana, tu não precisas de mim. Tens o André e o João.

- Porquê que tomaste essa decisão? O que te levou a pensares tal coisa? – Perguntou-me.

- Só eu mesmo o sei! Por favor, respeita a minha decisão.

- Não! Eu não vou deixar que tu vás! Eu adoro ter-te aqui no palácio, és o meu melhor amigo, quero-te ajudar a venceres a morte dos teus pais, ou seja, ajudar-te a ultrapassar. Já te perdi uma vez, não quero perder-te novamente. – Abraçou-me.

- Nós não temos mais nada a falar Ana. A nossa amizade já não é o que era, eu já não posso estar sozinho contigo para desabafar porque há sempre alguma coisa, ou está sempre alguém connosco, já não temos os nossos momentos de melhores amigos, porque há sempre algo que nos impeça, já não estás comigo como antigamente, porque há sempre alguém que te chame ou que esteja connosco, coisas assim. A verdade, é que já não precisas de mim e já não te faço falta. Adeus Ana. – Saí junto dela, deixando-a a chorar no jardim e fui em direção ao meu quarto.

Não sei se foi a melhor decisão que tomei, mas a verdade é que já nada faz continuar aqui em Fylgiar. O que me prendia cá, eram os meus pais e a Ana, e como a mesma mudou, e tem novos amigos, já não precisa de mim.

Mal cheguei ao meu quarto, peguei nas minhas duas malas e comecei a arrumar algumas coisas.
Assim que for embora daqui, não irei para casa dos meus pais, mas sim para casa dos meus avós. É a única que neste momento até poderá fazer-me bem, porque fica longe daqui e até poderei fazer algumas obras, para pô-la a meu jeito e ao meu gosto.

O meu namorado é um Príncipe - 1°LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora