Capítulo 6

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Príncipe André

Ainda não entendi o que se passa com a Ana. Ela está a surpreender-me bastante pela positiva, e devido a isso, custa-me bastante vê-la assim, triste e a sofrer.
Nunca pensei como realmente era a vida dela, nunca tinha passado pela cabeça que pudesse ser tão dramática, até porque, ela é bastante bonita, inteligente, sabe cantar, no meio disto tudo, só posso ter a certeza de uma coisa, ela é uma guerreira.
Mas ao mesmo tempo, fico triste, porque eu sei que posso a ajudar visto que o meu pai é o rei, mas ao mesmo tempo, não sei o que possa fazer. Se eu lhe for dar algo caro, ela não irá aceitar, e se ainda mencionar que eu sou o príncipe misterioso, pior será.

Depois, olhar e ver o que a Anastácia se tornou e a forma que ela trata a Ana, até dá-me arrepios na pele. Quando éramos crianças e jovens, eu e a Anastácia chegámos a ser melhores amigos, só que ao longo do tempo que íamos crescendo, ela começou a confundir as coisas, e começou a dizer que estava a apaixonada por mim, então acabei-me por afastar, e desde aí, ela tornou-se fria e rude. As vezes pergunto-me, como é que alguém pode mudar tanto?

- Ana estás a perceber esta matéria? – Perguntei.

- Sim estou. – Sorriu. – Mas aposto que tu não estás a ouvir nada, parece que estás noutro planeta.

- Ana logo à noite, vais estar em casa ou vais fazer alguma coisa?

- Em princípio não irei fazer nada e sim estar em casa. Mas porquê?

- Pensei que poderíamos ir jantar fora.

- Andrew, eu não tenho dinheiro para ir jantar fora. O máximo que posso fazer é um jantar em minha casa, mas mesmo assim, não tenho as melhores condições para o fazer.

- Ana deixa-te disso, nem sequer fiques preocupada com tal coisa, tu tens sido uma excelente pessoa para mim. – Sorri. – Por favor, aceita.

- Pronto, está bem, eu aceito. – Sorri.

- Ana e André importam-se de pararem a conversa? Estão a perturbar o bom funcionamento da aula. – Disse a professora.

- Desculpe professora. – Dissemos.

Ana

O tempo passou e finalmente as aulas acabaram por hoje.
Hoje parece que estou num dia não, e ainda nem sei se vou jantar com o Andrew, porque sinto que está a ser tudo muito repentino entre nós, provavelmente o melhor era irmos com calma, não vá algum de nós confundir as coisas.

- Ana, queres que te leve a casa? – Perguntou o Andrew.

- Ah...-Gaguejei. – Ficarias muito chateado se eu não fosse jantar contigo?

- Porquê essa pergunta? – Perguntou-me com um olhar triste.

- É, que hoje não estou com cabeça para jantares, estou muito cansada, para além acho que é um passo muito rápido, penso que deveríamos ir com calma e conhecermo-nos melhor.

- Ao menos posso-te levar a casa?

- Sim podes. – Disse com um sorriso.

Entrámos no carro e sentei-me ao lado dele.

- Espero que não leves a mal, uma questão que irei fazer-te, mas alguma vez andaste de carro?

- Não, o máximo que já andei foi numa carroça.

- Mas já podes começar a tirar a carta de condução e depois com sorte, ficas com dinheiro para um carro.

- Achas Andrew! – Sorri. – Irá ser impossível ter dinheiro para um carro.

- Olha queres ver alguma série ou outra coisa do género na televisão? Este carro tem tudo e ainda iremos demorar algum tempo até chegarmos a tua casa.

- Sei lá, eu nunca vi televisão.

- A sério? – Sorriu para mim. – Então vais ver.

Quando ele acendeu a televisão, estavam dois jornalistas a falarem do príncipe. Todos sabemos que brevemente ele irá subir ao trono, mas ninguém sabe quem ele é, porque ninguém o viu, tanto que dizem que é o príncipe mais misterioso do reino, entretanto, começaram a fazer algumas questões a diversas jovens que estão loucas para o conhecerem.

- Ridículo. – Comentei.

- O quê, que é ridículo? – Perguntou incrédulo.

- Já viste? Este príncipe é muito estranho! Nunca ninguém o viu, ninguém sabe de nada, e ainda existem jovens desejosas de o conhecerem sem saberem, como ele realmente é? Na volta, até pode ser um extraterrestre.

- Um extraterrestre? – Começou a rir. – Exageraste agora! Ele pode é gostar de viver a sua vida calmamente, sem grandes confusões.

- Mais um motivo para dizer que ele é um extraterrestre, e na volta tem tentáculos, por isso não quer ser visto. – Suspirei. – Mas uma coisa sei, quem não se preocupa com esse assunto sou eu, para não falar que da forma que me visto, não olhava para mim.

- Porque dizes isso?

- Porque eu não tenho roupa decente, porque não tenho dinheiro para tratar de mim, muito menos tenho nível.

- Não tem nada a haver Ana! Tu és uma jovem inteligente, simpática, amorosa, honesta, humilhe, porquê que o príncipe não iria olhar para ti? – Assim que ele o disse, fiquei bastante surpreendida.

- Bem, estamos quase a chegar há minha casa. – Disse para fugir ao assunto.

Assim que chegámos à estrada que dá o acesso imediato há minha casa, vi que estavam lá uns homens em cima do telhado. Mesmo não tendo a certezas de nada, comecei a pensar para mim mesma "Será que a minha tia não pagou a renda deste mês?", "Será que estão a destruir a minha casa por falta de condições?".

- Parece que estão a fazer obras na tua casa! – Disse o Andrew com um enorme sorriso.

- Não faço a mínima, mas eu vou já ver! Até amanhã e já agora, obrigada por teres-me trazido a casa! – Dei-lhe um beijo na bochecha e fui a correr em direção há minha casa para saber o que estava a passar-se.

Assim que cheguei, perguntei logo de imediato ao primeiro senhor que vi, o que estava a passar.

- São ordens do rei menina! Ele mandou-nos melhorar as casas das pessoas que pertencem à nobreza, por isso é que estamos aqui, e posso dizer que a sua casa está num péssimo estado!

- Eu sei disso, e o que vocês vão fazer há minha casa?

- Vamos pintar as paredes visto que está tudo cheio de humidade, vamos remodelar o chão, porque isto já nem se usa, iremos pôr televisão, internet e mobília nova, quanto ao telhado, já está quase pronto.

- Tanta coisa. – Disse. – Mas como é que irei pagar estas obras todas e a mobília se eu não tenho dinheiro?

- Não vai pagar nada! O rei está mal de saúde e diz que, quer mudar o reino, pôr tudo com melhores condições e principalmente, deixar os habitantes felizes.

- Se o diz. Mas está assim tão mal o rei Artur?

- Oh se está menina! Eu não dou mais que três meses de vida.

- Coitado. – Disse com pena.

Para não continuar a empatar o trabalho deles, fui alimentar os animais, e de seguida fui andar de cavalo para esquecer um pouco este dia, os elogios do Andrew, a Anastácia, etc.

O meu namorado é um Príncipe - 1°LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora