Ele e Ela [Os Dois Lados da História] [COMPLETO]

E P Í L O G O

ALGUNS ANOS DEPOIS...

- Isa, a gente vai se atrasar, anda logo. - Rafael alertou, já parado na porta entreaberta do apartamento, com a chave do carro na mão. Ele estava ficando impaciente com a demora dela para se maquiar, não era possível que precisasse de tanto tempo assim.

- Já estou indo, que droga, não é como se fosse meu noivado nem nada, não vou fazer falta se chegar alguns minutos atrasada. - Isadora pegou sua clutch em cima da mesinha do corredor, depois de procurar por ela alguns minutos pelo quarto. Como fora parar ali? Precisava aprender a organizar melhor suas coisas, porque Rafael também não era nenhum exemplo no quesito arrumação. - Afinal, você escolheu a camisa azul ou a cin... - Sua fala se perdeu ao levantar o olhar e encontrar Rafa olhando-a como se a visse pela primeira vez. Encarou o namorado com suspeita e arqueou a sobrancelha. - O que foi? Tem batom no meu dente? - Tentou passar a língua e o dedo, mas não encontrou nada. - Ai meu Deus, a saia está presa na minha calcinha? - Ela deu uma voltinha nervosa, tentando enxergar seu traseiro, enquanto Rafael sorria e a puxava para o seus braços.

- Não, não tem batom no seu dente, nem saia presa na calcinha. - Enlaçou sua cintura, como sempre fazia e encostou seu nariz no dela. Àquela altura, Isadora já sorria, um pouco convencida, ciente do motivo pelo qual ele a olhava daquela maneira minutos antes. Sempre ficava muito contente quando ele demonstrava o quanto a achava linda. - É só que... eu não me canso de olhar pra você e às vezes ainda não acredito que você é toda minha.

- Eu sinto o mesmo, Rafa. Te amo. - Ela fechou os olhos, esfregando levemente seu nariz no dele, inalando o perfume forte e inebriante que ele usava. Ele tentou selar seu lábios nos dela, mas ela sorriu se afastando levemente. - Vai borrar todo meu batom.

- Azar. - Em meio à risadas dela, segurou seu corpo mais fortemente e conseguiu tomar seus lábios, sem conseguir conter sua vontade. Fechou a porta novamente e jogou a chave do carro no sofá, sem parar de beijá-la.

- Não estávamos atrasados? - Ela perguntou, meio sem fôlego, entre um beijo e outro, enquanto tentava manter o equilíbrio ao ser levemente empurrada de costas, de volta para o quarto.

- Eles podem esperar um pouco, como você disse, não é nossa festa mesmo. - Constatou, voltando a beijá-la ao ver o sorriso que ela ostentava nos lábios.

***

O casal entrou no pequeno salão do restaurante, observando a decoração e os convidados presentes. Era uma festa de noivado simples mas de muito bom gosto, com poucas pessoas espalhadas confortavelmente pelas mesas do salão ao som de uma música instrumental suave. Avistaram os amigos em uma mesa no canto próximo à pista de dança e começaram a caminhar naquela direção, para ocupar os dois lugares que esperavam pela chegada deles. Demoraram mais de meia hora para fazer esse percurso, visto que eram conhecidos de todos no salão e precisaram parar para cumprimentar cada um.

- Ei, ei, pera aí. - Pouco antes de alcançarem a mesa dos amigos, Isa, que seguia na frente, quase foi atropelada pelo irmão, que passou correndo sem sequer reparar na sua presença. Puxou o braço dele, forçando sua parada e o encarou. - Onde você vai com tanta pressa?

- Oi, Isa. - Gui falou a contra gosto e se esquivou de um beijo dela. - Oi, Rafa. Não, Isa, para.

- Você tá cada dia mais insuportável. - Ela reclamou, bufando, enquanto Rafael ria ao seu lado. - Se liga, garoto. Você costumava ser mais carinhoso.

- Isso quando eu era criança. - Ele respondeu revirando os olhos, em meio à uma gargalhada de Rafa, que por isso levou um soco no ombro. Como sempre faziam, não deixou barato, pegou o garoto e começou a apertá-lo e fazer cosquinha, coisa que agora ele odiava.