Capítulo 21 °

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°° Dimitri °°

Rastrear a sereia foi fácil, bater no homem que descobri que se chama Theo, foi mais fácil ainda devido a sua confusão momentânea, agora, suportar ela querendo me irritar não é nada legal.

Por que ela está andando como se procurasse alguém? Não é possível que ela esteja preocupada com aquele cara, isso está me deixando bem irritado. Essa viagem de volta para casa vai ser um desastre, que o Senhor me dê paciência.

Faço sinal para que entre no carro, ela não entende e fica me olhando. Abro a porta, e me assusto quando ela se joga para dentro, como se o carro fosse andar a qualquer momento. Faço careta, seguro no teto do carro e me inclino para frente, ela é doida?

— Por que se jogou?

— Não é assim que entra? — Pergunta se sentando. — Vi na televisão. — Acabo rindo. — Quando que vai aparecer alguém segurando uma arma? — Seguro a risada, não quero demonstrar que sua ação extinguiu minha irritação.

— Não assista mais filmes de ação, Breeze. — Seguro na perna dela, colocando para dentro do carro e puxando o cinto para prendê-la.

— Se eu ficar presa, não vou conseguir me movimentar.

— Fique quieta. — Ordeno, ficando com o rosto na mesma direção do dela. — É para sua segurança. — Sinto certo incômodo ao estar tão perto assim.

A mulher não fala nada, apenas acata minha ordem e consigo terminar, fechando a porta e dando a volta no veículo, para entrar também. Estou nervoso, não sei bem o motivo disso, mas tê-la ao meu lado é um alívio, isso não é certo.

— Pelos mares! — Ela grita quando ligo o carro e segura acima do porta luvas. — Não se preocupe, eu te digo se alguém aparecer. — A mulher olha para trás, como se estivesse fazendo o que disse.

Preciso parar o carro para rir, ela é louca. Levo a mão ao nariz para cobrir meu rosto e olho para o lado de fora. Me sinto observado, isso me faz olhar em direção a ela e vejo que me observa com muita atenção. Coço a garganta, volto a ligar o carro e sigo em direção ao aeroporto.

Fico mais tranquilo quando deixo de ser o centro de sua atenção, pois se vira para fora e parece apreciar o caminho que passamos. Deve ser algo totalmente novo para ela.

— O que aconteceu enquanto esteve aqui? Por que seu pai não te levou? Estou perdido. — Sou sincero.

— Pedi para ficar.

— Você o quê? — Pergunto horrorizado, por que ela pediu para ficar?

É mais maluca do que imaginei.

— É que falei que precisava te ajudar a recuperar seu dinheiro, tudo o que perdeu, quando viu minha irmã e ficou obcecado, foi culpa minha. — O carro dança na pista, recupero o controle e paro no acostamento.

— Sua irmã? — Pergunto assustado, coincidência demais, não?

— Isso, Alira, nós vimos o navio, ficamos curiosa. Na verdade, eu fiquei curiosa e ela com medo, mas como uma boa irmã, desafiei ela a ir até a superfície, ela não queria ir, insisti tanto e provoquei ela, que ela foi e quando saiu da água, deu de cara com um loiro, você... — Abro a boca alarmado.

— Você também estava lá? — Pergunto e ela assente com a cabeça, fico com raiva, mas respiro fundo, se eu explodir agora ela não me conta o que aconteceu enquanto esteve aqui e todos os outros segredos que manteve. — Tudo bem, eu to calmo, bem calmo. Não tenho motivos para surtar, não é Breeze? — Pergunto apertando o volante e olhando para frente, com um sorriso bem medonho.

Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12Onde histórias criam vida. Descubra agora