Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12

Capítulo 52 °

Um mês depois.

°° Breeze °°

Não faço ideia de quanto tempo exatamente estou presa nesse quarto. Só sei que já passou de um mês e que hoje é o tão famoso dia do Halloween. A televisão que me disse isso.

No dia seguinte após me prender aqui, Dimitri trouxe uma televisão, como se isso fosse amenizar o fato de me deixar presa aqui como um animal. Bom, por um lado, aprendi muita coisa sobre os humanos e meio que me viciei em algumas séries e desenhos. Acho que essa é, definitivamente, a melhor invenção dos humanos.

Dimitri não apareceu aqui mais, desde aquele dia. No lugar dele, sempre vem uma mulher aqui, ela é mal encarada, baixinha, cabelos sempre presos em um coque, ela é loira e não sorri muito, mas não é grosseira comigo.

A mulher não fala muito, só deixa a comida e me responde quando pergunto algo. Ela até me ajudou em algumas curiosidades com meu novo corpo, parece que humanos têm algumas necessidades que sereias não têm.

Tenho a televisão para me fazer companhia ou até mesmo o Dylan, quando ele fica na porta do outro lado, conversando comigo, mas é tão chato aqui. Estou mais branca que o normal, meu cabelo está mais escuro, um vermelho meio puxado pro rosa, também está bem liso e até emagreci nesse corpo de adulta.

Mesmo não podendo virar sereia, sinto que ainda precisa da água, sinto uma falta enorme, muita crueldade não me deixar ir ao mar. Se bem que, iria tentar fugir de uma forma ou de outra.

Olho para a televisão e está o canal de notícias, no canto da tela está a hora. Agora está de tarde, aquela moça de nome Joana, trouxe a comida já. São duas e quatro, não sei o que fazer, além de deitar e ver televisão.

Estou emagrecendo porque nem sempre eu como o que trazem, muitas vezes estou sem fome. Graças ao fato de poder ficar sem se alimentar por um bom tempo, mas esse corpo novo está sofrendo.

A porta está destrancada e meus olhos brilham ao ver quem é, é o Dylan. Corro em direção a ele e pulo, abraçando ele e envolvendo minhas pernas em sua cintura. Ele que está com algumas roupas brancas na mão, caminha até a cama e continuo agarrada nele, acho que ele coloca o que tinha nas mãos na cama, pois logo sinto seus braços envoltos em mim.

— Senti falta desses abraços, princesa. — Diz acariciando minhas costas, escondo meu rosto em seu pescoço. — Tenho uma surpresa para você. — Nesse momento, já estou na cama o encarando, eu amo surpresas. — Alguém gosta de surpresas. — Ele diz rindo e assinto. — Adivinha quem deixou você ir a uma festa comigo? — Arregalo os olhos e abro a boca em espanto.

— Mentira, o Dimitri não deixou. — Ele faz que sim.

— Deixou sim.

— Por quê? — Questiono confusa.

— Parece que você tem incomodado ele, mesmo de longe. — Não entendo. — E como a namorada dele foi viajar, ficar sozinho com você não vai ser muito bom para ele, já que é fiel. — Fico mais confusa ainda. — Acho que é frustração por não conseguir ficar com ela sabe. — Sussurra e minha testa se franze.

— Por que ele não fica com ela? Eles não são namorados?

— Ele não consegue dormir com ela por um tempo, aí...

— Mas... não é só deitar na cama e fechar os olhos? — Aponto pra onde estou e ele me olha, parecendo compreender minha confusão.

— Verdade, é só isso mesmo. — Começa a assentir e sinto que estou perdendo algo. — É que ele tem insônia. — Resmungo em entendimento. Não parecia isso da última vez que ele dormiu na poltrona, o sono era profundo.