Capítulo 18 °

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°° Dimitri °°

Nem lembro mais como é ficar sem dinheiro, fiz o suficiente para conseguir minha empresa, agora os lucros estão entrando e parece estar tudo voltando ao normal. Tony viajou para mostrar um de nossos novos dispositivos para uma empresa muito famosa, se conseguirmos fechar contrato com eles, vai ser a melhor coisa que vai ter acontecido, depois de descobrir a existência das sereias, é claro.

Só que, o chefe, falou que gostou do dispositivo, mas estava interessado em ver a sereia, pois viu nos jornais a notícia, ela não tem nada a ver com os negócios, mas, faço tudo para fechar o contrato. Vou esperar esse negócio de não poder se transformar e logo depois, ela voltará para o aquário, sem aborrecimentos, assim espero.

Viro a cadeira para a janela que tem vista para a cidade, ela pega a parede toda, fico olhando, já está quase na hora do almoço. Preciso saber o que a Sônia fez para o almoço, a comida dela é maravilhosa e às vezes, prefiro ir para casa, que é um pouco longe, só para isso.

Meu celular começa a tocar e viro novamente para a mesa, pego e olho o visor, é o Jhony, que estranho. Ele quase não me liga.

— Jhony?

Dimitri, você precisa vir para casa, aconteceu uma coisa muito ruim. — Fala super agitado, levanto na mesma hora.

— O que aconteceu, Jhony? — Falo já me preparando para sair, pego a chave do carro e vou em direção a porta.

Eles invadiram, eles levaram a sereia, eles, eles... — O homem começa a gaguejar, isso me deixa nervoso. — Moby está estranho, eles atiraram um tranquilizante nele e agora ele está mal. — Meu coração se aperta, meu cachorro não, ele não. Corro para o elevador, a essas horas, ficar no último andar do prédio é a pior coisa que tem.

Chama o veterinário, Jhony, já estou chegando. — Desligo, o celular.

Espero o elevador me deixar no estacionamento no subterrâneo, depois de parecer quase mil anos, o elevador chega e corro pro carro. Chego em casa, estaciono o carro de qualquer jeito na rua e corro para dentro, ao entrar na sala vejo Sônia e Jhony sentados no sofá, com a cabeça baixa.

— Vocês estão bem? — Pergunto parando perto deles, eles me olham, Sônia levanta e me abraça.

— Eles levaram a menina. — Fala chorando no meu peito, droga, se apegou demais.

Por que será que levaram ela? Será que vão matar? Aliás, quem levou ela?

— Primeiro de tudo, cadê o Moby? — Pergunto e escuto o barulho da porta fechar, logo o veterinário entra na sala. — Como ele está? — Me apresso para chegar perto dele.

— Ele está bem a medida do possível, já está bem velho, o tranquilizante que atiraram nele foi fraco, vai ficar bem, mas o problema dele não parece ser esse. O paciente está tranquilo referente ao que aconteceu, porém, ele está muito triste, sem ânimo, me arriscaria dizer que está com saudades ou até mesmo preocupado com alguém, não sei ao certo. — Seguro a vontade de bufar irritado.

Já entendi tudo, Moby está com saudades da menina, quer dizer, bruxa, ela enfeitiçou meu cachorro também.

— E como faço para ele melhorar?

— Bom, não posso fazer nada, pois ele está bem de saúde. Já você, descubra o que ele está sentindo falta e traga de volta, se não, no estado que está de velhice avançada, pode morrer por isso. — A seriedade em sua voz me faz engolir seco. — Preciso ir, boa sorte. — Acompanho ele até a porta.

— Quem levou ela? — Pergunto assim que o homem sai e eles ficam quietos. — Quem? — Grito.

— Os caçadores, foram eles, senhor. — Jhony fala e arregalo os olhos, provavelmente vão matá-la.

Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12Onde histórias criam vida. Descubra agora