Capítulo 36 °

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°° Breeze °°

Não imaginei que algum dia poderia manter um diálogo com o Dimitri sem que ele fosse se estressar, mas, aqui estamos nós e isso me deixa alarmada. Será que, realmente, sou capaz de mudar até os corações mais cruéis? Só isso explica esse fato que parece inexplicável. Ele está me contando as histórias de sua infância enquanto comemos e estou completamente focada.

— Não acredito nisso, Dimitri. — Começo a rir, sem acreditar. — Isso foi maldade. — Acuso e ele dá de ombros.

— Pode acreditar, nunca fui muito gentil. — Acabo rindo mais.

—Mas, jogar o Chris no poço foi um exagero, e tudo por que ele comeu seu cookie? — Pergunta desacreditada, parece que o Dimitri é o Dimitri desde que se entende por gente. — É demais.

— Pensa pelo lado bom, ele acabou descobrindo os poderes. — Fala como se isso fosse aliviar a culpa, é maldade. – E o poço nem era tão fundo, eles estavam fechando e não era tão grande.

— Só acho que isso não justifica. — Comento, mas ele apenas pega a almofada ao lado, junta com a que estava debaixo dele e faz um travesseiro para apoiar a cabeça e deitar, podendo encarar o céu. — Você era terrível. — Os olhos dele focam nos meus.

— Não disse que eu era fácil. — Diz piscando.

— Mas você disse que era uma fofura, isso nos faz imaginar algo totalmente diferente. — A careta que faz é bem fofa.

— Eu era muito fofo sim, tinha carinha de anjo, só não era um. — Faz uma expressão travessa. — E você? Como era? — Pergunta e decido fazer o mesmo que ele, deitando ao seu lado.

— Então, sempre fui a personificação da palavra curiosa. — Falo lembrando das várias roubadas que meu pai teve de me tirar. — Eu não era fácil, mas era uma fofa. — Ele sorri. Estou amando esse novo jeito dele, mesmo que seja uma pegadinha, ainda assim vou querer aproveitar ao máximo.

— Entendo, sua curiosidade te trouxe aqui, eu amo sua curiosidade. — Fico chocada com o que ele diz e até arregalo os olhos. Como? Ele ama algo relacionado a mim?

— Ela só me mete em roubada, Dimitri, parece que atraio problemas e não problemas pequenos, são problemas enormes. — Acabo rindo, ele faz o mesmo.

— Não sou um problema. — Parece ofendido, fazendo biquinho.

— Você foi o pior deles, nem vem, até tubarões e polvos do mal, são melhores que você. Se bobear, até os piores melis que se escondem no mar não são como você foi. — Dou ênfase a ruindade dele, mas ele não se irrita, apenas leva a mão ao coração como se estivesse magoado.

— Acabei de recuperar meu coração e você já quer quebrá—lo? — Me sento, apoio meu corpo nas mãos e olho pro Dimitri, tentando decifrar o motivo que está fazendo isso. Não parece mais uma brincadeira, parece algo sincero e não faz sentido nenhum.

— O que significa tudo isso? Você está sendo legal e me fazendo rir. — Pergunto confusa, e ele fica sentado, mas parece que não é suficiente e se levanta, por que parece tão nervoso?

Me levanto também, mas me arrependo quando ele se aproxima de mim e não posso ao menos recuar pelo choque, pois estou bem na pontinha e qualquer deslize, vou acabar caindo na água.

— Eu... Eu... É...

O homem leva a mão ao meu rosto, e acabo levando um susto pelo choque de sua mão em meu rosto, isso me faz cair para trás e para tentar me equilibrar, segurar a camisa dele. Mas, não dá muito certo, pois o homem acaba vindo para frente e nós dois caímos no lago.

Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12Onde histórias criam vida. Descubra agora