Capítulo 46 °

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°° Dimitri °°

Sento rápido na cama, colocando a mão no peito. Uma dor forte no coração. Faço uma careta de dor e sinto meu ar quase faltar, parece que tem algo pressionando dentro de mim. Me impedindo de respirar. Minha visão está embaçada e minha cabeça uma confusão. O que está acontecendo?

— Di? – Escuto uma voz suave e logo sua mão delicada pousa em minha bochecha e vira meu rosto de leve ao seu encontro. Ainda está embaçado, começo a piscar. Não vejo nada. – Você está bem? – Minha visão começa a clarear conforme ela vai falando. – Dimitri... – Ela ajoelha na cama, ficando entre minhas pernas e coloca as duas mãos em meu rosto. – Estou aqui, teve um pesadelo? — Começo a ver seu rosto, tomado pela preocupação e abro um sorriso.

Não gosto de ver seu semblante assim.

— Eu to bem. – Ela dá um sorriso e pula em mim, me fazendo cair para trás, com seu corpo sobre o meu, me apertando. — Foi apenas um mal estar, vai passar.

Ela esconde a cabeça em meu pescoço.

— Você me acordou. – Sua voz sai meio abafada, sinto seu hálito quente e respiração em meu pescoço. – Fiquei preocupada. – Enrosco minha mão em seu corpo, apertando e impedindo que escape.

O dia de ontem foi tão bom, não queria que acabasse de uma hora para outra. Olho para o céu lá fora, implorando, silenciosamente, para que isso dure mais e não acabe agora. Preciso de muito mais dela, preciso dela, não quero que algo aconteça, mas sinto que é inevitável.

— Não precisa se preocupar, já passou, não foi nada demais. – Tranquilizo ela sobre o que ocorreu.

— Não faça mais isso. – Volta a posição de antes, ajoelhada na cama e faz uma expressão de emburrada, cruzando os braços.

— Sim, senhora. – Me inclino para frente e puxo ela para mim, fazendo com que caia sobre meu corpo.

Ela parece sentir que algo vai mal comigo, pois se desvencilha com rapidez e senta sobre a perna dobrada ao meu lado, acabo sentando e fico da mesma altura que ela.

Seus olhos curiosos parecem analisar cada parte do meu ser e apenas espero.

— Senhora não, Breeze ou amor. – Dá um sorriso e respiro aliviado. – Vi um casal e ele chamava ela de amor, vida, linda e outras coisas fofas. – Arqueio a sobrancelha a encarando, entrando em seu joguinho.

— Mas você já tem um apelido e ele é muito fofo. – Parece confusa e acabo rindo.

— Qual?

Bru-xi-nha. – Digo pausadamente, tentando dar um charme à palavra. Ela cai na gargalhada.

— Não tem graça, Dimitri. – Me dá um tapa no ombro e fica emburrada, puxo o corpo dela e aproximo nossos rostos.

— To brincando, bicudinha. – Ela revira os olhos e olha para o lado, não me dando a menor confiança. – Você é minha princesa, meu anjo ruivo. – Tento ser fofo. – Minha anjinha. – Ela me olha e tenta esconder um sorriso.

— Gostei. – Fala entredentes, mas ainda não sorri lindamente como eu gosto.

— Meu anjinho. – Aproximo meu rosto do dela. – Anjinha. – Roço minha boca na dela. – Meu amor. – Mordo seus lábios e dou uma leve puxada. – Minha vida. – Agora ela está sorrindo. – Meu tudo. – Colo meus lábios nos dela, roubando um beijo que logo é correspondido.

A mulher retribui na mesma intensidade que eu, fazendo o beijo parecer tão necessário, com uma pitada de melancolia. Mas, parece que somente eu sinto isso. Deveria estar feliz, mas não estou e não é culpa dela, tem alguma coisa errada dentro de mim. Como se algo estivesse me manchando pouco a pouco.

Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12Onde histórias criam vida. Descubra agora