Capítulo 34 °

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°° Uma semana depois °°

°° Breeze °°

Tem uma semana que aconteceu o dia em que apelidei de: "Terceiro pior dia da minha vida e também melhor dia da minha vida." O primeiro pior dia foi quando minha mãe morreu, mesmo sendo pequena na época, já entendia bem as coisas e ainda sinto esse vazio. O segundo pior dia foi quando Dimitri me capturou, e o terceiro foi quando Chris se mostrou um babaca sem coração.

Só que, o passeio que Dimitri me levou, foi incrível. Definitivamente, foi o melhor dia que já tive, o que faz ser contraditório o meu pior dia, é tão confuso. Quando voltamos para casa, após lanchar, acabei vendo o Chris e isso me deixou bem mal, comecei a me questionar o motivo dele ser tão cruel comigo.

Isso me fez ficar reclusa no quarto, Sônia tentou diversas vezes falar comigo, mas a tristeza que estava sentindo me deixou tão ácida, que preferi evitá—la. O único que ficou comigo aqui no quarto foi o Moby, ele tá muito mal ultimamente e só quer ficar comigo, não quer ficar com o Dimitri e nem com outra pessoa. Apesar da preocupação da Sônia em minha alimentação quase nula, estou me sentindo até que vem, ficar o dia todo com o Moby é a melhor coisa do mundo.

Nesse momento, estou acariciando o Moby, que está deitado em minha cama, ele parece tão tranquilo, respira calmamente e não parece tão debilitado.

— Oi, meu bebê. — Ele abre os olhos, me encarando e se senta com dificuldade. — Por favor, não me abandona você também. — Falo e ele põe a língua para fora, parece sorrir, encosto minha testa na dele. — Você foi a melhor coisa que me aconteceu aqui. — Sou sincera.

Não foi somente a Sônia que ignorei, o Dimitri também foi alvo dessa minha oscilação de humor e no único dia que nos falamos, que tem quase uma semana, foi quando ele trouxe o Moby do veterinário, ele comentou que o cachorrinho está bem velho e que pode nos deixar a qualquer momento. Mas, isso não pode acontecer, não posso ser abandonada por ele também.

Alguém bate a porta, levanto e Moby deita novamente, abro a porta e Dimitri fica me olhando, ele sempre vem aqui ver o Moby, mas não conversamos. Ele fica um pouco com o Moby e eu em um canto esperando. Confesso que me senti muito mal quando cheguei em casa aquele dia, me diverti tanto e não era para ter feito aquilo.

— Posso? — Pergunta e assinto, ele entra e vai em direção a cama, sentando, Moby começa a balançar a cauda. — Oi, garotão, você não pode me deixar. Está proibido. — Diz bem baixinho, mas consigo escutar. Me sento do lado oposto da cama; — Você está comigo a tanto tempo, não sei o que vou fazer quando você for embora, não sei viver sem você presente. — Diz e percebo algo em sua voz, inclino a cabeça um pouco pro lado para ter certeza de algo.

— Você está chorando? — Pergunto e ele me olha, os olhos dele estão vermelhos e cheios de lágrimas escorrendo pelo rosto. Nunca pensei ver o Dimitri tão vulnerável na minha frente.

— Agora você quer falar comigo? O que é? Pena? — Parece com raiva e não julgo, ignorei ele todo esse tempo e só iniciei um diálogo, pois está chorando. Tivemos um dia tão divertido, ele não merecia a forma que o tratei. — Não preciso que ninguém sinta pena de mim!

— Desculpa. — Sussurro envergonhada.

Me levanto, ando até a janela e sento na parte acolchoada que tem abaixo da janela, olho para fora e tento ignorar a presença dele, mesmo que meu coração esteja apertado. Apoio o braço esquerdo na janela, deito a cabeça e coloco minhas pernas dobradas para cima.

Escuto o barulho do que parece ser o Dimitri levantando, mas não olho, ele deve ir embora. Me assusto quando ele aparece ao meu lado, se senta e logo apoia a cabeça em minha coxa, me mexo minimamente para que ele fique confortável e me desespero quando seu choro se intensifica, é como se ele sentisse que algo está por vir.

Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12Onde histórias criam vida. Descubra agora