Prólogo °

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°Dimitri Turner°

Devido a minha obsessão, acabei gastando todo meu dinheiro disponível e fortuna em um dispositivo para encontrar sereias. Elas existem e eu vou provar, mesmo que muitos não acreditem.

— Dimitri, não posso fazer nada, falei para você não investir todo seu dinheiro nesses mitos e foi justamente o que você fez. — Minha contadora comenta enquanto me olha, sua expressão demonstra o quanto está cansada dessa situação e até de mim.

Não foi exatamente todo meu dinheiro, foi apenas o que eu tinha como usar. Antes de meu pai morrer, ele deixou um testamento bem ferrado, me deixando a herança, porém teria acesso a uma metade e a outra, só poderia pegar com trinta anos ou quando me casasse. Não tenho trinta anos, tenho vinte e oito e não quero me casar em hipótese alguma. Então, o único jeito é encontrar essas malditas sereias e assim poderei fazer fortuna novamente, pois é um mito e vou descobrir. Isso vai me beneficiar bastante.

— Sandra, preciso de mais tempo, você sabe que o dispositivo ficou pronto agora. Não posso ter certeza se vai funcionar. — Falo e ela faz uma expressão de: bem feito, eu te avisei. — Preciso de um mês. — Tento uma barganha e ela levanta, indo até a porta.

— Ninguém mandou você hipotecar todos os seus bens. Você tem uma semana e nada a mais. Arrume o dinheiro, se não, vai perder sua casa. — Fala saindo e fechando a porta. Dou um soco na mesa com as duas mãos, exasperado e muito nervoso.

Tenho certeza que elas existem, não sei explicar o motivo, apenas sei, é como se sentisse isso queimando dentro de mim. Mesmo antes de ver uma no mar, sempre que via os documentários, já sabia. O dia que fui velejar com meu pai, estávamos a uma distância enorme de qualquer lugar e só tinha nosso barco, quando eu vi aquele cabelo loiro, tive certeza e isso só aflorou minha obsessão.

Que ódio, malditas sereias!

Levanto e sigo para meu carro, preciso ir ao laboratório onde trabalhava, que tive o prazer de ser despedido na semana passada. O mais incrível de tudo, é que o laboratório era meu, mas devido a muitas dívidas e uma reunião de alguns sócios que estavam perdendo dinheiro. Minha única opção foi vender minha parte e acabei sendo afastado, mas, teve algo de bom nisso, recebi o dinheiro que faltava para terminar de custear o dispositivo.

O único carro que não levaram, foi o que meu pai me deu quando fiz dezoito anos, foi a única coisa que não tive coragem de me desfazer. Parece que tudo está dando errado e não sei muito bem o que fazer caso o meu dispositivo falhe. Não tenho mais dinheiro nenhum, se nada der certo, talvez morar no carro seja minha próxima opção ou recorrer ao coração mole do meu melhor amigo.

Sigo em direção ao laboratório, ainda tenho permissão para entrar, pois como paguei o projeto, tenho direito de acompanhá-lo até o final, que foi hoje pela manhã. Só tenho essa permissão mesmo por isso, pois no dia da fatídica demissão, posso ter me exaltado e arrumado briga, mas estava em meu direito. Quis bater em todos e quebrar tudo? Sim, mas foi por uma boa causa. Montei esse laboratório do zero, é no mínimo frustrante perdê—lo.

Sigo em direção a sala de meu ex— assistente e único amigo do momento. Posso ser uma pessoa difícil de lidar e por isso, meu círculo social é reduzido a menos de cinco pessoas.

Tony! — Fala abrindo a porta e entrando, fazendo—o levar um susto.

— Que isso, Dimitri. Bate antes de entrar, parece que nunca recebeu educação. — Fala se sentando na cadeira, após levantar para pegar algo que caiu pelo susto.

— Vá direto ao ponto. Sem tempo para suas lamentações. — Me sento e encaro seu rosto. Ele revira os olhos e bufa, mas já está acostumado.

— Sempre calmo como um coice de cavalo. — Diz rindo. — Mas, vamos direto ao ponto. O dispositivo está pronto, os testes funcionaram, mas precisamos testar a campo e dar sorte de ter alguma 'sereia' por perto. — Faz aspas quando fala sereia, ele é um dos que não acreditam em mim, mas me ajuda como pode. — Ainda tem o barco? — Pergunta e assinto. — Só te ajudo com isso, pois sou seu amigo. Nenhum outro faria o que faço.

— Sim, ele está no nome do meu pai, não podem levar. — Confirmo sua pergunta. — Está tão sentimental hoje.

— Que bom, pois em breve você vai estar dormindo na rua. — Diz rindo enquanto ignora minha alfinetada.

— Já tenho tudo sobre controle. Caso tudo dê errado, ficarei em sua casa. Para isso servem os amigos, certo? Não vai me deixar na rua. — Seu semblante se fecha na hora. — Dormir em um carro é desconfortável.

— Sem condições, Dimitri. Isso não! Você é insuportável, teimoso, mal educado e um completo babaca. Tive de te aturar o ensino médio todo, no trabalho e agora morando comigo? Prefiro alugar um lugar para você morar. — Diz desesperado e dou risada, já me falaram coisas bem piores que essas.

— Sabe... para isso que servem os amigos. Amigos para todo o sempre. — Digo, fazendo—o lembrar do nosso pacto de amizade para sempre.

— Você sempre mete esse pacto no meio, maldito dia que dei essa idéia. — Fala rindo, desmanchando a cara séria.

— Você sempre foi sentimental demais. Um grande erro. Reprimiu tanto que quando recuperou, foi em excesso. — Saliento e ele revira os olhos. — Podemos ir agora testar? — Pergunto mudando de assunto. Estou tão ansioso.

— Claro, já terminei por aqui, o pessoal já está no navio? Por que está no nome do seu pai e tudo mais, porém tem gente que trabalha lá e como você sabe, eles podem estar usando. — Comenta enquanto se levanta para arrumar suas coisas.

O navio está no nome do meu pai e muitos homens trabalham nele para transportar diversas coisas. O navio é meu e de uma empresa de transporte, 55% meu e 45% da empresa, os homens são comandados por ambos, se o navio não estiver em uso para algo importante, são meus empregados.

— Tudo tranquilo. Eu meio que já avisei a todos que eu iria à tarde e que eles tinham de me esperar. — Digo enquanto me coloco de pé.

— Já sabia que eu iria aceitar? — Pergunta e arqueia a sobrancelha.

— Com certeza. Você é um ótimo amigo, Tony. O melhor para ser exato. — Digo levemente debochado. — E o melhor de tudo, quase nunca consegue dizer não para mim.

(...)

— Vou explicar a vocês o que iremos fazer. — Falo com todos os empregados que estão à minha frente. — Tony e eu, estamos com o dispositivo que demorei anos para aprimorar e finalmente está pronto. Hoje nós iremos navegar até águas mais profundas. — Em alguns rostos se formam expressões assombrosas. — Falei certo, águas profundas e quem não estiver de acordo pode sair agora, pois será demitido. Não sei para que medo, o navio é resistente para ir e voltar sem problema algum. — A expressão antes assustada, vai para medo de uma possível demissão. — Foi o que pensei. — Comento após ninguém se mover e reviro os olhos. Frouxos. — Dispensados. Continuem seus afazeres. — Cada um vai em direção aos seus postos.

— Não precisava assustar eles ou falar daquele jeito. Sabe que eles precisam do emprego e iriam até sei lá onde para continuar trabalhando. — Tony fala e reviro os olhos novamente, bocejando logo em seguida como se falar com ele me cansasse.

— Não estou nem aí. — Comento e ele me olha sério. — Deixa de ser sentimental.

— Eu sou sentimental e você não tem sentimento nenhum, isso vai acabar te prejudicando um dia. — Bufo de raiva, ele sempre vem com esses papos de 'sentimentos', pior que mulher. Mil vezes pior.

— Enquanto esse dia não chega, continuo assim. — Saio de perto dele.

Vou andando em direção a proa, sempre gostei de navegar no mar com meu pai, eram momentos ótimos, os únicos que eram realmente felizes para mim. Até que ele se foi, e tudo ficou escuro desde então. Talvez isso de ir atrás da sereia seja um reflexo disso, estou em busca de algo grande, para me sentir realizado. Para ver se o vazio é preenchido pela grandiosidade do meu feito.

Voltei 😍❤️
Hellou bebês 🥰
Ses tão bem?

Agora vamos conhecer esse casal. Alguns vão apenas se apaixonar novamente 🥰

Espero que gostem da nova versão, não mudei a essência e acontecimentos, apenas aprimorei e acrescentei outros. ❤️😍

Amo vocês ❤️

Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12Onde histórias criam vida. Descubra agora