°° Um mês depois °°
°° Breeze °°
Finalmente chegou o dia do casamento e me sinto tão nervosa, isso está recobrando demais do meu corpo. Estou me sentindo tão cansada, estressada e emocionalmente instável que, só hoje, chorei três vezes. Mas, mesmo assim, sinto uma felicidade tão grande em meu peito que mal posso descrever em palavras. Ou seja, estou um caos de sentimentos.
Ontem me despedi do Dimitri para vir para casa, pois foi uma exigência do meu pai, chorei tanto que ele não queria me deixar vir e até chegou a perguntar se eu, realmente, queria me casar, pois parecia tão triste. Não soube explicar o que está sentindo e por isso, chorei mais. Pior que nem eu estou conseguindo me entender.
— Está preparada? — Brianna pergunta e arregalo os olhos, me virando para ela, em pânico.
— Não, não estou nada preparada. — Choramingo. — Onde o papai está? Não o vejo desde ontem. Estou surtando. Dizem que na tradição dos humanos quem se atrasa é a noiva e não o pai dela.
Minha fala acaba no mesmo momento em que a porta do salão se abre, meu pai entra sorridente, como se seu trabalho estivesse concluído, mas para de sorrir no mesmo momento em que me encara. Engulo seco, ficando mais nervosa ainda, a expressão em seu rosto não é das melhores.
Será que ele vai desistir disso tudo? Vai me proibir de casar com um humano e me confinar aqui no mar novamente? Ele parecia tão bem com isso, tanto que ficou responsável por preparar minha entrada e tudo que aconteceria até que eu saísse do mar para encontrar o Dimitri.
— Pai? — Chamo seu nome assim que fica diante de mim.
Não estou pronta para o casamento, então seu choque não pode ser por estar radiante, sua expressão não denota felicidade.
— Não acredito. — É tudo que diz antes de abrir um sorriso imenso e me puxar para um abraço. — Meu bebê cresceu. — Fico sem entender, mas o abraço de volta.
— Ainda não se acostumou à ideia de que irei casar? — Pergunto assim que me afasto.
— Ainda não estava preparado para ser avô. — Diz tocando em minha barriga e fico sem reação. — Mas, tenho certeza que irei tirar de letra.
— Avô? — Minhas irmãs perguntam ao mesmo tempo.
— Vou ser mãe? — Pergunto, ainda em choque. — Minha única preocupação até agora era se meu cabelo iria ficar molhado ou não ao sair da água, não estou preparada para ser mãe. — Essa notícia me deixa mais nervosa ainda. — Tem certeza, pai? — A vontade de chorar aparece de novo.
Nem parece que até um tempo atrás minha maior preocupação era não conseguir chorar e, agora, parece que não consigo parar mais. Mesmo que queira que meu pai diga que foi um engano, tudo em minha cabeça começa a fazer sentido, toda a minha instabilidade até esse momento é por causa disso.
O Dimitri não vai gostar dessa ideia. Sequer conversamos sobre esse assunto, como esse corpo pôde fazer isso comigo? Depois que passei a gerar como as humanas, Sônia estava presente e me ensinou tudo sobre isso. Até me fez tomar aquele remédio horrível todos os dias. Isso não pode acontecer.
— Ei, calma. — Meu pai segura em meu rosto e vira para ele. — Você está emitindo uma luz linda, tem um bebê em seu ventre, mas não se preocupe, vai ficar tudo bem. — Sorri.
— Mas... o Dimitri...
— O problema é aquele humano? — Questiona. — Acho que ele vai ficar mais feliz ainda por ter mais um motivo para te roubar de mim. — Acabo rindo da fala dele. — Vai dar tudo certo, meu amor. — Beija minha testa e fecho os olhos para sentir esse aconchego. — Independente de qualquer coisa, sempre estarei de braços abertos para te receber em casa.
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Breeze - Uma sereia em minha vida 15/12
FantasíaBreeze não imaginava que aquele pequeno dispositivo que sempre teve curiosidade para saber o que fazia, seria capaz de gerar um caos tão grande. A sereia, que antes tinha uma vida, aparentemente, acaba sendo lançada em um mundo desconhecido, onde ir...